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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Ademário Alves, da Fazenda, busca uma saída para o equilíbrio financeiro do Estado
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Ademário Alves: a dura tarefa de roer osso

De todos os secretários de Estado de Sergipe, talvez Ademário Alves de Jesus, o da Fazenda, seja o que está passando pelo pior dos apertos nesta hora de transição entre o modelo Jackson Barreto e Belivaldo Chagas de administrar em momento de crise.

Titular da Fazenda desde o dia 7 de abril, portanto há 17 dias, o maior burburinho de Ademário Alves nesse período é exatamente o silêncio. Mas o silêncio dele não guarda nenhuma omissão. Antes disso, almeja e busca uma outra rima: a da solução.

Todos sabem que é trágica a situação do Estado no que se refere às finanças. Em face dessa constatação, Ademário Alves trancou-se na redoma da Sefaz e prometeu a si mesmo, ao governador Belivaldo Chagas e à sociedade sergipana ir em busca de um diagnóstico e de uma resolução.

Pediu 20 dias para isso. E está quase lá. Mas no que consiste a ação dele? Consiste em fazer uma varredura das dívidas de todas as Secretarias, apresentar ao governador um diagnóstico e, dentro dessa lógica, prefixar uma solução, tendo por lastro pagar a folha rigorosamente dentro de até o dia 10 do mês subsequente e em mais 20 dias - até o 30 - liquidar as dúvidas junto aos fornecedores.

A missão de Ademário Alves, que é a do Estado em si, não é, portanto, nada simples. Primeiro, no dia a dia, tem a obrigação de levantar R$ 360 milhões para fazer frente à folha de pessoal - só para os demais poderes, tem obrigação compulsória de um repasse de R$ 90 milhões por mês.

A tarefa é duríssima, sem dúvida. Mas está encontrando colaboração em todos os demais colegas secretários de Estado. Assim que chegou, Ademário mandou pedir aos titulares de todas as pastas uma relação precisa e exata das suas dívidas.

E obteve: são nada menos do que R$ 700 milhões. Isso corresponde a duas folhas de pessoal do Estado. Para além de muito alta, tem que ser liquidada em menos de oito meses, porque a gestão de Belivaldo Chagas não poderá deixar restos a pagar para a próxima, sob pena de cair na malha fina da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Portanto, é quase compreensível o silêncio de Ademário Alves nesta hora. Noviço na causa, ele até que necessitaria estar botando o nariz de fora, para uma interlocução maior com a sociedade e se fazer conhecido. Na quinta-feira da semana passada, dia 19, esta coluna ligou algumas vezes para o celular dele. Não atendeu.

No domingo, 22, ele mandou uma mensagem de zap: “Bom dia, Jozailto! Tenho lido suas matérias e entrevistas. Vejo bastante equilíbrio nas suas posições. Estou pedindo compreensão a todos os profissionais da imprensa, pois meu foco está 100% na transição (estou trabalhando entre 15h e 16h por dia, inclusive finais de semana). Em breve faremos uma prestação de contas, possivelmente dos primeiros 30 dias, onde manteremos contato. Pedi que a assessoria mantivesse contato com todos os veículos e profissionais da imprensa, explicando”, escreveu Ademário Alves de Jesus.

De modo que nenhuma informação dessas constantes no texto aí acima foi repassada por ele. Vieram de outras fontes do Governo. Resta torcer para que Ademário Alves, feito um midas, ajude ao governador Belivaldo Chagas a encontrar um ponto de equilíbrio. É fácil? Certamente não. Mas nem mesmo a oposição deve estar torcendo para que ele erre a mão nisso.

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