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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Agnaldo Timóteo não vê anormalidade em ser contratado para show no TCE
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Agnaldo Timóteo: justificativas e contestações

O cantor Agnaldo Timóteo disse na manhã desta terça-feira, 19, que não viu nada de errado no fato de o presidente do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, Clovis Barbosa, ter lhe contratado para um show privê para 30 servidores dali que se aposentavam compulsoriamente.

Ele, o TCE e o show foram temas de matérias nesta coluna. Em tom muito educado e bastante cordial, Agnaldo Timóteo, de 80 anos e 53 de carreira, ligou para o celular do autor desta coluna às 9h25 e falou por 10 minutos e 15 segundos.

 “Fiquei estarrecido com a linguagem usada para a minha estada no Tribunal de Contas”, disse o cantor, na introdução, após os dois interlocutores se identificarem. O cantor usou o artifício da comparação de valores de cachês entre ele outras figuras da música para suavizar os R$ 22 mil recebidos.

“Eu gostaria de fazer uma observação: as Prefeituras não levam Agnaldo Timóteo. Elas levam Luan Santana por R$ 350 mil. Elas levam o Wesley Safadão por R$ 500 mil. Aqui no Rio, em Minas Gerais, em Sergipe. É assim que os secretários de Cultura dos municípios agem. Em todo o Brasil”, disse ele.

Com relação aos R$ 22 mil para cantar no evento do TCE, Agnaldo Timóteo tem uma versão relativizadora. “Não foi um cachê. Foi uma ajuda de custo, porque foi um convite especial para um ambiente fechado”, disse. Ele afirmou que o contato para vir ao TCE não foi direto com Clóvis. Teria sido com uma pessoa de Sergipe ligada ao meio cultural.

“O meu cachê é modesto. É de R$ 35 mil, mas é muito para a situação do país. Tem prefeituras aqui (ele falava do Rio) que contratam artistas por R 500, como é o caso do Safadão, e ainda não têm remédios nos postos médicos. É uma barbaridade”, comparou.

“Mas eu te liguei por que da outra vez, quando o Déda me levou, me pagou um cachê razoável. Teve cinco passagens. Desta vez, não. Fomos apenas eu e meu maestro Modesto Pedrosa e fizemos uma apresentação interna. Essa turma do Safadão ainda leva consigo uma entourage de 15 a 20 pessoas, tudo com passagem de avião”, disse ele.

Por achar que a dimensão dada à contratação do seu show estava além da normalidade, o cantor pondera. “Eu peço carinhosamente que esta visão seja um pouco mais simplificada”, diz. E insiste que não houve nada de anormal. “Quando Déda me levou, eu era vereador em São Paulo e apareceu uma matéria na Veja. Eu rasguei a revista e disse: “Isso não é Veja. Isso é não-Veja”.

Agnaldo se sentiu relativamente magoado com a distinção que lhe foi dada por esta coluna de “um pop estar da música cafona”. “Jozailto, são 52 anos de carreira, 72 records gravados. Eu sou um cantor. Não sou um cantor cafona. Sou cantor de vários idiomas. Já gravei Chico Buarque, Gonzaguinha, Antonio Carlos Jobim”, disse.

Ex-deputado federal de dois mandatos pelo Rio de Janeiro, vereador carioca de um mandato e paulistano de dois, Agnaldo Timóteo está sem partido, deixou o PMDB em litígio, mas tem projetos eleitorais para 2018.

“Só estou esperando a definição da Justiça para o Lula. Se o Lula for candidato a presidente, eu serei candidato a deputado federal pelo Estado de Minas Gerais. Pelo PT do Lula. Eles acham que o Lula está destruído e eu acho que não”, diz. Agnaldo nasceu em Caratinga em 16 de outubro de 1936, onde tem casa e domicílio eleitoral.

 

 

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