Aparte
Empresário vê “políticos acovardados” e “populismo acabando” com o Brasil

Alberto Carvalho: visão crítica bem ajustada

No dia a dia, a política é debatida muito entre a classe que a domina, a que disputa os espaços públicos, mandatos e poder. Mas, e o empresariado, aquele que não financia e nem subsidia este jogo, mas que trabalha, gera emprega, renda e imposto, o que será que pensa dela?

Às vezes pensam muito criticamente - embora sejam pouco ouvidos. A coluna Aparte ouviu um desses empresários, de bom perfil, com atuação no comércio, na indústria e na pecuária. Ele é Alberto Carvalho, o Betinho, do Grupo Concorde. Betinho presta muita atenção no tempo político. E tem visões muito críticas, sem especificar e nem atingir a ninguém.

Para Betinho, o Brasil caiu numa linha de gestões perigosamente populistas, nas quais as leis ficam em plano secundário e gera-se aí um deus-nos-acuda. “Nós esperamos um futuro presidente que não venha nessa linha populista e que administre o país dentro da racionalidade. Porque o populismo não propicia uma administração pública fundada em seriedade. Pelo contrário, gera a baderna e a desordem e acaba com o Brasil”, diz o empresário.

Para Alberto Carvalho, na gestão populista, os papeis se invertem. “Nós somos um país que tem uma legislação bem amarrada, uma Constituição Cidadã muito boa, mas o que a gente vê é a alteração do respeito a estas leis para atender à linha populista. Por essa lógica, o bandido hoje tem mais vez do que quem é certo. Os vagabundos hoje têm mais força do que os homens de bem na resolução dos problemas. Isso não é um bom modelo”, diz ele.

Betinho dá um exemplo significativo. “Eu tenho um amigo que flagrou um sujeito lhe roubando o patrimônio, pegou o cabra e levou para a delegacia de polícia. O ladrão foi solto na mesma hora e a vítima está sendo intimada para prestar depoimentos. Já foi duas vezes. Na terceira, se negou a ir e a juíza o ameaçou: “Se você não vir, mando lhe buscar preso”. Bonito isso: o vagabundo e ladrão está solto. Quem foi roubado, é ameaçado de ir preso. Só posso considerar isso uma esculhambação”, diz Betinho.

Por tudo isso, Alberto Carvalho não é muito esperançoso em mudanças profundas para este ano eleitoral. “O que mais me chama a atenção é que não vejo em nenhum grupo político ninguém com um projeto de Brasil. Hoje, os políticos estão acovardados, todos subordinados a esse populismo. Não tem um deles que defenda a sociedade uniformemente. Se em 2018 for para eleger os mesmos que estão aí, não vejo nenhuma saída e nós estamos acabados”, diz Betinho. Parece ter demasiada pertinência.

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