Aparte
Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Alexandre Porto: pré-candidatos não têm projetos para desenvolver Sergipe
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Alexandre Porto: pensam mais em alianças que em programas

Vira e mexe, e sete portal traz à tona o tema pensar Sergipe. Pensar no sentido desenvolvimentista das políticas públicas. Sim, ele é fundamental e mais ainda em face de uma certa carência de debates que o Estado ostenta sobre seu presente e seu futuro.

Hoje a coluna cutuca o publicitário e empresário Alexandre Porto numa micro entrevista, e o médico e ex-deputado federal Rogério Carvalho, presidente do PT, em artigo. Alexandre já presidiu a Acese e o Fórum Empresarial de Sergipe e Rogério já foi secretário de Estado da Saúde.

“Nenhum dos pré-candidatos apresentou até o momento um projeto convincente para a retomada do desenvolvimento econômico de Sergipe, e já passou da hora de começar a pensar e elaborar os seus programas de Governo”, fustiga Alexandre. “Vivemos um momento de transição que impõe a descoberta de novas soluções”, escreve Rogério. Vale a pena lê-los.

Aparte - A quem cabe pensar e dar corda ao futuro de Sergipe?
Alexandre Porto -
A responsabilidade é diretamente daqueles que Governam o Estado e os Municípios, pois foram eleitos para cumprir esse papel através de políticas públicas bem estabelecidas. Com um papel coadjuvante, a sociedade civil organizada, através das suas entidades de classe tem dever de cobrar e colaborar com essa reflexão, tornando-se co-autores desse plano.

Aparte - Governo, partidos e entidades de classe do setor produtivo não são suspeitos?
AP -
São os atores principais desse processo, pois é desse conjunto de instituições e dos seus líderes que devem sair as ideias, as propostas e as ações para mudar o futuro se Sergipe.

Aparte - Qual é o seu conceito para o que se pensa hj em nome do Estado?
AP -
Podemos afirmar que Sergipe vive uma inércia no pensamento e no planejamento voltados para o desenvolvimento econômico. As energias do Estado estão voltadas exclusivamente para o viés político e não sobra espaço para os estudos, diálogos e reflexões sobre o caminho que o Estado está trilhando.

Aparte – E é preciso fazer o quê?
AP -
É preciso voltar a pensar Sergipe! E mais do que isso, se faz necessário agir em prol de criar um ambiente de negócios propício ao desenvolvimento, buscando a geração de empregos e a melhoria dos indicadores econômicos. Sergipe tem que voltar a crescer, mas sem um planejamento e rotas bem definidas e, principalmente, sem um timoneiro preparado e com visão desenvolvimentista estamos fadados a continuar navegando em barco a vela.

Aparte - Sergipe poderia estar, do ponto de vista desenvolvimentista, melhor?
AP -
Mesmo com as dificuldades financeiras e a crise econômica nacional, poderíamos estar muito melhor.  Sergipe durante muitos anos orgulhou-se de ter excelentes indicadores e estar à frente da média dos Estados do Nordeste e em alguns casos, da média do País. Nos últimos anos, estamos sofrendo mais do que a maioria deles. É bem verdade que tivemos situações adversas, a exemplo da longa estiagem e do desinvestimento da Petrobras, mas o Estado e seus gestores ficaram em berço esplêndido, vendo tudo isso acontecer, ao invés de buscar soluções criativas, lutar por maiores investimentos e usar sua energia para encontrar os caminhos de manter ou melhorar os indicadores de desenvolvimento. Infelizmente quando a tônica de um Governo é de apenas fazer política com viés de manter-se no poder, estamos fadados a sofrer graves consequências.

Aparte - Quem está se propondo a geri-lo no pós-2018 tem projeto convincente hoje?
AP -
Nenhum dos pré-candidatos apresentou até o momento um projeto convincente para a retomada do desenvolvimento econômico de Sergipe, e já passou da hora de começar a pensar e elaborar os seus programas de Governo, buscando soluções para melhorar não somente o desenvolvimento econômico, mas também a saúde, a educação, a segurança pública e tantas outras. Ao invés disso, ficam exclusivamente buscando alianças e acordos políticos e deixam para última hora a elaboração de um programa de governo, muitas vezes construído às pressas e com pouquíssimo debate e participação de especialistas ou da sociedade. Tenho a convicção de que um bom programa de Governo será um dos pilares que influenciarão a escolha do eleitor em 2018.

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