Aparte
OPINIÃO - Estância continua órfã de representantes na Alese. De quem é a culpa?

[*] Adalberto Vasconcelos Andrade

Há quem diga que Estância é a cidade mais politizada de Sergipe. Mas alguma coisa está fora da ordem, e isso ficou bem claro no resultado das urnas e a divulgação dos nomes dos eleitos ou reeleitos para o mandato de deputado estadual.

São poucos os estancianos que sabem que durante a vida política da querida Cidade Jardim mais de uma dezena de homens já foram eleitos para representá-la na Assembleia Legislativa e até no Congresso Nacional - Leopoldo Souza (1989-1990) e Carlos Magno (1995-1998), como exemplos.

Sem esquecer que Estância é um dos poucos municípios que já elegeu dois deputados estaduais de uma só vez - Ivan Leite e Carlos Magno em 1990. Estância - conhecida nacionalmente como a Capital do Barco de Fogo -, não pode - creio que agora é tarde - continuar órfã de representantes na Alese.

Por vários motivos, é claro. Mas não podemos esquecer que ela é a quinta cidade do interior do Estado em número de habitantes (69.268) e de eleitores (47.425). E por que está no ostracismo político - pelo eleitorado e pelas principais lideranças políticas local - quando o assunto envolve o seu futuro, já que não terá peso político naquela Casa pelos próximos quatro anos? Culpa de quem?

Posso apontar duas possibilidades: a primeira é quando os projetos pessoais - ou falta de compromisso - se sobrepõem às necessidades, ao desenvolvimento e o próprio futuro da cidade.  Começando pelos vereadores e ex-vereadores. Cada um se apega - ou se soma a outras lideranças políticas de fora -, já pensando no suposto apoio político que terão nas eleições de 2020.

Cinco deles com mandato - Sérgio da Larissa, Artur do PT, Misael Dantas, Léo do PSDC e Dionísio Neto, e os ex-vereadores Dominguinhos e Sérgio Bezerra deram seus votos aos candidatos de fora e tiraram Adriana Leite e Carlos Magno da Assembleia.

A segunda hipótese leva à mea culpa do eleitorado estanciano. É importante que se faça uma ressalva com relação ao seu comportamento na hora de escolher seus candidatos nas eleições desse ano. Esse contemporâno vazio estanciano na Alese passou a existir desde que Gilson Andrade, PTC, tomou posse como prefeito da cidade em 1º de janeiro de 2017 após se eleger em 2016.

Temos que considerar que o eleitorado local foi fiel a Gilson e deu a sua contribuição ao fazê-lo deputado estadual por dois mandatos consecutivos (2010 e 2014). Só que os homens não ficam quietos - querem sempre mais. É preciso que se faça um reflexão sobre esse mal comportamento dos políticos que se recusam a cumprir por completo os mandatos para os quais foram eleitos.

Isso irrita os eleitores. Os anseios do povo estanciano devem sobrepor aos interesses ou quaisquer projetos políticos pessoais. Pode ser que isso tenha levado o eleitor a votar em representantes de outros municípios da região Sul e Centro-sul do Estado, minguando os votos dos candidatos da própria cidade.

Posso citar como exemplos os municípios de Itabaianinha e Tobias Barreto, que conseguiram eleger dois deputados estaduais, respectivamente: Zezinho Guimarães e Janier Mota, na primeira, e Diná e Dilson de Agripino, na segunda.

Portanto, se Estância perdeu sua representatividade na Assembleia Legislativa de Sergipe a culpa é de quem? Com a palavra as principais lideranças políticas que comandam essa cidade há mais de 30 anos.

[*] É administrador de empresas, policial rodoviário federal aposentado, escritor e colaborador efetivo do Portal JLPolítica.

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