Aparte
Marcos Santana e Luciano Barreto discutem plano de resgate turístico de São Cristóvão

Luciano Barreto: interesse por São Cristóvão, mas no contexto estadual

Marcos Santana, MDB, prefeito de São Cristóvão, não é um cara comum. Ou melhor: não é um político comum, desses que empurram com a barriga os destinos de sua municipalidade, acomodando-se ao se pode chamar de crise e deixando as cosias seguirem um destino de irresolutividade.

Não. Apesar de tudo, Marcos Santana se estrebucha em busca de soluções para a velha capital. É como se houvesse nele uma consciência de que não pode ser mais um dos prefeitos que nos últimos 30 anos assistiram a São Cristóvão descer a ladeira abaixo em direção ao nada.

Volta e meia, e lá está Marcos Santana fazendo eventos com empresários sergipanos e de fora para ver se se descobre um veio de ação que permita São Cristóvão levantar voos maiores. Já teve do Governo do Estado, inclusive, aprovado um projeto de quase duplicação da Rodovia João Bebe Água, que liga a cidade a Aracaju. Mas faltou grana.

Agora, Marcos uniu-se ao arcebispo arquidiocesano de Aracaju, Dom João José da Costa, na tentativa de transformar o Convento São Francisco, um dos monumentos da Igreja Católica na cidade, num hotel de eventos, e tê-lo como ponto de atração turística.

Marcos começou por buscar parcerias no empresariado sergipano e o primeiro que ele cutucou foi Luciano Barreto, do Grupo Celi, presidente da Associação Sergipana de Obras Públicas e Privadas - Aseopp -, e um dos defensores de que Sergipe precisa descobrir urgentemente meios de crescimento sustentável.

Neste sábado, 20, Marcos Santana vai receber em São Cristóvão Luciano Barreto, um grupo de empresários amigos com quem o presidente da Aseopp almoça todos os sábados, e membros da Igreja Católica. Marcos vai apresentar a eles o portfólio do que São Cristóvão representa turisticamente – afinal, trata-se da quarta mais antiga cidade do Brasil.

O Convento São Francisco e a sua pretensão de virar um hotel de eventos, logicamente, vai estar no centro dessa pauta. “Eu já até contratei um arquiteto, sem ônus para a Cúria e a Prefeitura de São Cristóvão, para pensar a parte do Convento”, avisa Luciano Barreto.

Mas, diante da sua expertise empresarial, o presidente do Grupo Celi diz que a questão turística de São Cristóvão vai um pouco mais além da conversão do Convento em hotel. Para Luciano, antes desse milagre dos peixes, é preciso gerar uma demanda de ocupantes. “O que quero dizer é que o Convento é apenas parte integrante de um macro projeto de turismo”, arredonda Luciano Barreto.

“Eu fui procurado pelo prefeito Marcos com a ideia de que o arcebispo de Aracaju, dom João José Costa, queria conversar comigo sobre um estudo de transformação do Convento São Francisco nesse hotel de eventos. Cheguei a ter uma reunião na Cúria Metropolitana sobre isso. Até levei um arquiteto que já tinha feito um levantamento. Eu penso que essa conversão num hotel, isoladamente, é inviável”, informa Luciano.

Luciano Barreto foi direto na medula do negócio. “Eu disse a Marcos Santana que tenho interesse em ajudar a viabilizar o hotel, desde que ele venha embutido num contexto de resgate turístico, e aí não só de São Cristóvão, mas do Estado de Sergipe como um todo. Nós temos que ver quais são as condições de atrações turísticas daquele município - e pensar isso num contexto além do próprio Convento de são Francisco”, disse Luciano ao Portal JLPolítica.

“Eu creio que São Cristóvão pode e deve sofrer uma potencialização de suas capacidades turísticas, desde que associadas com o Estado de Sergipe. E Sergipe, nessa esfera, tem duas grandes necessidades: divulgação dele enquanto destino e voos atrativos. Aliás, essa tese minha já apresentei ao secretário da Fazenda, Ademário Alves, dentro do Plano de Recuperação Econômica que ele está gerando. Meu ponto de vista é o de que Sergipe está pronto. É hoje o melhor lugar do Nordeste para se ir. Só falta ser melhor vendido. E que São Cristóvão entre nesse projeto”, diz Barreto. 

“Precisamos de um programa, junto ao trade turístico, onde primeiro se resolva a duplicação da Rodovia João Beba Água e, em segundo plano, necessitamos ver, além da parte histórica, que precisa ser melhor preservada, quais outros atrativos poderiam se estabelecer ali. Isso é claro: um turista vai a locais onde ele tem espaço confortável para dormir, mas tem também algum suporte de boa gastronomia, mão de obra especializada. Não basta apenas o casario de igrejas”, pondera Luciano Barreto.

“De modo que Marcos Santana ficou de identificar essas atrações que podem ser potencializadas e é em torno disso que vamos nos reunir neste sábado. Nós vamos com um grupo de empresários com os quais almoço todos os sábados, que são Albano Franco, José Carlos Machado, Wagner Oliveira, Geraldo Magela, Gustavo Barreto, que é um hoteleiro. Seremos uns cinco ou seis”, diz Luciano.

Foto: Heitor Xavier

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