Aparte
Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Burocracia para aprovar Shopping Praia Sul não desanima planos de Emanuel Oliveira
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Emanuel Oliveira: cidade baiana aprovaria em 30 dias e ainda dava terreno de graça

“Eu não me dou por vencido”. Este é o sentimento do empreendedor Emanuel Oliveira diante da burocracia para aprovar a construção do seu segundo shopping no Estado de Sergipe, o Shopping Praia Sul, ali na Avenida Melício Machado, Zona de Expansão. Ele já é dono do Shopping Prêmio, em Nossa Senhora do Socorro.

O empreendimento promete nascer com 188 lojas e gerar 3,5 mil empregos diretos. Em princípio, vai receber um investimento de R$ 80 milhões numa obra que deve durar dois anos. Há quatro meses, Emanuel Oliveira luta pela aprovação do empreendimento, mas não sai do chão.

O Shopping Praia Sul seria o quinto da Grande Aracaju. “O que estressa não são os ritos da aprovação. Não são as exigências que eles fazem. São as amolações que eles levam a gente a passar. E a gente fica travado: não pode brigar, não pode reclamar. A gente não pode nada”, diz Oliveira.

E olha que Emanuel Oliveira já foi alvo de boas “tentações” de deixar tudo isso pra lá. Um município médio baiano lhe prometeu dar em 30 dias o projeto aprovado e ceder-lhe o terreno para ele construir lá o shopping. Negou-se.

“Um dos cinco maiores grupos de shopping centers do Brasil quis comprar 50% do meu projeto do Shopping Praia Sul e eu não quis vender. Eles começaram querendo comprar 100%. Baixaram para 60%, eu não quis e agora estão tentando adquirir os 50%. Garanto: este shopping vai continuar sendo de sergipano. Não vou vendê-lo”, diz. Leia a conversa que ele teve ontem com a coluna Aparte.

Aparte – Em que pé está o projeto?
Emanuel Oliveira – Por enquanto, nós estamos naquela fase da humilhação, que a da aprovação da obra.

Aparte – O que é que mais incomoda nisso?
EO – O que estressa não são os ritos da aprovação. Não são as exigências que eles fazem. São as amolações que eles levam a gente a passar. E a gente fica travado: não pode brigar, não pode reclamar. A gente não pode nada

Aparte – Mas isso não é contraditório para uma fase em que se necessita de investimento e geração de empregos?
EO – Creio que sim. Só para você ter uma ideia, a previsão deste novo shopping é a de gerar 3,4 mil empregos.

Aparte – Qual seria a configuração física dele?
EO – Olhe, o terreno são 99,9 mil metros quadrados, o que eu considero 100 mil metros quadrados. Vamos ter ali 188 lojas.

Aparte – Ele será todo térreo?
EO – Para obedecer a legislação local, nós não podemos fazer acima do volume de metros de altura. Isso quer dizer que somos obrigados a fazê-lo térreo. Há uma lei da Prefeitura que só nos permite fazer com a altura máxima de 12 metros. Se fosse de andar, passaríamos para 18 metros, e aí estaríamos em desconformidade.

Aparte – Há quantos meses o senhor está tentando liberar a obra?
EO – Nós estamos há pouco mais de quatro meses.

Aparte – Ele levaria quanto tempo em obra?
EO – Dois anos.

Aparte – Qual é o investimento previsto para esse empreendimento?
EO – Na verdade, só vamos nos aproximar de uma informação exata quando se concluir o projeto, porque tem coisas absurdas que são a toda hora mudadas. Assim, a gente não consegue ter a exatidão. Mas a nossa previsão é a de investir uns R$ 80 milhões.

Aparte – O estudo de mercado diz que ali comporta mesmo um shopping, Emanuel?
EO – Ali naquela região tem uma carência imensa de um shopping. Na pesquisa que fizemos, o item mais exigido naquela região é escola. Segundo, um shopping center, e terceiro, clínicas e cursos de línguas – inglês, francês.

Aparte – Mas, Emanuel, a Grande Aracaju comporta mesmo cinco Shoppings?
EO – Eu creio que, com essa insegurança mundial, especialmente a do Brasil, ninguém mais quer ficar em comércio de rua. O comércio de rua é que não vai crescer mais. Veja que esse comércio chegava na Praça Camerino, mas hoje ele encolheu para dois trechos da rua Itabaiana, rua Itabaianinha. O único comércio forte que a gente vê hoje é ali na José do Prado Franco, na Apulcro Mota. O resto, acabou. Siqueira Campos e 13 de Julho são diferentes. São outras situações.

Aparte – Mas o senhor se dá por vencido com os obstáculos técnicos?
EO – Nunca. Recebi esta semana, em meu hotel em Salvador, a visita do prefeito de Alagoinhas, na Bahia, e garantiram me dar um projeto aprovado naquele município, com doação do terreno e tudo, em um mês, para que eu faça o shopping por lá. Mas eu não vou para Alagoinhas. Eu farei o shopping aqui em Aracaju. Eu não me dou por vencido. Um dos cinco maiores grupos de shopping centers do Brasil quis comprar 50% do meu projeto do Shopping Praia Sul e eu não quis vender. Eles começaram querendo comprar 100%. Baixaram para 60%, não quis e agora estão tentando adquirir os 50%. Garanto: este shopping vai continuar sendo de sergipano. Não vou vendê-lo.

Aparte – Ao que o senhor atribui essa burocracia e essa pendenga toda na aprovação?
EO – Atribuo isso às exigências mesmas dos órgãos técnicos, que são desestruturados. Não vejo como perseguição pessoal. Não ponho a culpa em ninguém, especificamente. Você vai num órgão com a intenção de aprovar algo, mas tem 20 projetos na sua frente e duas pessoas pra conferir. E daí?

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