Aparte
Opinião - A hora e a vez do PT, de novo!

[*] Rômulo Rodrigues 

O mapa partidário do Brasil republicano, no pós-primeiro governo Vargas, parece ser fadado a seguir a receita imposta pelo bipartidarismo da matriz americana e disso os subalternos da mídia não abrem mão.

Olhando o período mais recente da história, vê-se que a grande imprensa assischateaubrianizada nunca aceitou que o PTB de Getúlio e Jango ameaçasse o bipartidarismo do PSD e da UDN.

Quando a ditadura fechou o Congresso Nacional, dissolveu os partidos políticos e impôs a existência de apenas dois, Arena e MDB, negando a palavra partido, os arautos da opinião publicada aplaudiram de pé.

Os generais, engolidos pelos sucessivos escândalos de corrupção nas casernas e acossados pelos operários contra o arrocho salarial imposto por Delfim Neto, o Paulo Guedes de antanho, tiveram que ceder para uma nova exigência partidária, antes de entregarem o poder político aos civis. Surgiram novos partidos e, o que viria a ser o maior de deles, o dos Trabalhadores, como prova a realidade.

De todos que surgiram, só o PT sobrevive, e os outros, ou morreram ou estão moribundos. Logo de nascença, o PT enfrentou uma clássica campanha do contra, feita pelos falsos moralistas com setores que discordavam do movimento para criar uma Central Única dos Trabalhadores, dizendo que iria dividir o movimento sindical e apregoavam que o PT era uma invenção de Paulo Maluf para enfraquecer o PMDB e evitar a vitória de Franco Montoro ao Governo de São Paulo, em 1982, fato que não aconteceu, mesmo com Lula disputando o mandato de governador e obtendo 10% dos votos.

Quando em novembro de 1983, no primeiro comício das Diretas-já, em frente ao Pacaembu, Montoro se negou a participar e o Dr. Ulisses Guimarães foi, mesmo dizendo que a emenda era coisa de um deputado desconhecido, de primeiro mandato, foi o PT e a recém-criada CUT que impulsionaram as Diretas-já, colocando vibração, cores e massa nas ruas em 1984.

De lá para cá, o PT elegeu dezenas de prefeitos, inclusive em capitais e cidades grandes, governadores e desde 2002, quando elegeu 91 deputados federais, elege sempre a maior bancada da Câmara. Disputou as últimas oito eleições presidenciais, ganhando quatro e indo ao segundo turno em duas, elegendo importantes bancadas de senadores.

Mesmo apanhando muito dos representantes do jornalismo comercial, o PT chegou aos 40 anos com uma característica ímpar: conseguir conviver com a pancadaria encomendada. Mais que isso: sobreviver, se fortalecer e estar sempre pronto para “ousar lutar e ousar vencer”.

No momento atual em que aparecem os contornos de um novo bipartidarismo, com dois campos - PT e antipetismo -, vozes do além, vindas dos sepulcros caiados da política, atacam e mentem sobre o Partido dos Trabalhadores em frente nacional e local.

No Programa de Pedro Bial, na Globo, Delfim Neto, aquele que a censura não permitiu as divulgações de suas traquinagens em cadernetas de poupança e fundos de capitalização, afirmou que Lula traiu Ciro em 2018, o que já foi desmentido pelo íntegro Fernando Haddad.

Aqui, neste respeitado Portal JLPolítica, aparece quem já foi enxotado da política, o ex que nunca foi, Almeida Lima, pré-candidato do partido do general Mourão, portanto, bolsonarista, vomitando ataques contra o PT, Lula e à pré-candidatura de Marcio Macedo à Prefeitura de Aracaju.

Ora bolas, logo agora que o PT vai, novamente, despontar como protagonista em todos os recantos nacionais, desperta tanto medo naqueles que apregoaram seu prematuro fim?

Não veem que com seus desesperos estão apenas atestando a força do PT?

Por favor, camaradas, deixem o PT quebrar a cara, assim vocês terão mais tempo para derramar suas lágrimas em volta dos caixões dos seus partidos.

[*] É sindicalista aposentado e militante político.

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