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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Em 1º mandato, Zezinho Sobral pode inovar e liderar Governo na Alese; Gualberto quer Vice-Presidência
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Zezinho Sobral: pode quebrar uma tradição

Pela primeira vez na história do legislativo estadual, está em curso a possibilidade de um parlamentar estreante assumir a liderança do Governo do Estado. Isso poderá se materializar na figura do deputado estadual Zezinho Sobral, eleito ano passado pelo Podemos com 25.764 votos.

O que ocorre é que o líder do Governo em diversas legislaturas, deputado Francisco Gualberto, PT, não está mais disposto a permanecer nesta função a partir da próxima, que estreia no dia primeiro de fevereiro.

O deputado Francisco Gualberto já admitiu pretensão de ocupar um novo espaço na burocracia do Poder Legislativo de Sergipe: ele quer ser vice-presidente da Casa, e já comunicou isso ao governador Belivaldo Chagas. Gualberto gosta dos trâmites do Legislativo e acha que, na condição de vice, pode travar debates, ir às comissões e até ajudar na defesa do Governo, mesmo não sendo oficialmente o líder.

 

Esta pretensão de Gualberto vem dentro de um contexto duplo: ele quer vice-presidente tanto com a candidatura de Luciano Bispo, MDB, sendo mantida, quanto com a de um outro candidato a disputar o comando do Legislativo no campo do consensual do Governo.

Francisco Gualberto, que está indo para o quinto mandato, já admitiu que não faz a menor questão de disputar a Presidência da Alese. Ele costuma dizer que não tem esta vocação toda para “executivo”, e presidir o Legislativo é uma função parlamentar executiva.

A eleição da Presidência da Assembleia Legislativa de Sergipe, que deve acontecer daqui a 24 dias - no 1º de fevereiro -, é ainda hoje uma incógnita. Quase que a unanimidade dos parlamentares - pelo menos os reeleitos - acolhe o projeto de uma nova eleição de Luciano Bispo, caso ele seja confirmado deputado, porque busca na justiça o direito de se safar de problemas de há 12 anos como gestor de Itabaiana.

E há indícios que isso vai acontecer. Se não ocorrer, há interesses armados em busca do mando do legislativo estadual: querem-no Goretti Reis, PSD, Garibalde Mendonça, MDB, que é o vice atual e, possivelmente, Jeferson Andrade, PSD, primeiro secretário das últimas duas gestões e que está fechado com o nome de Luciano.

É possível se imaginar que no contexto de 12 novos parlamentares haja alguém com interesse presidencial escondido sob a moita das intenções. Mas a de se levar em conta que na tradição do Legislativo de Sergipe não só a liderança do Governo como a Presidência deste Poder raramente caem em mãos neófitas, de estreantes.

Para a liderança do Governo, há um atenuante no caso de Zezinho Sobral - um atenuante no plural. O cara é filho de uma raposa velha do Legislativo, o ex-deputado José Sobral, e de uma mãe, Ione Sobral que, assim como pai, tem tradição política. Ambos foram prefeitos de Laranjeiras.

Zezinho Sobral vem ainda de uma tradição de relacionamento positivo com os últimos governos de Sergipe, tendo sido secretário de Estado em duas esferas de muita mobilidade, como as da Saúde e Assistência Social. Isso pode tê-lo cacifado para a função. Ele pessoalmente é trejeitoso. Parece ter talento. Vai que...

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