Aparte
Belivaldo quer sarna pra se coçar ao falar em duplicar BR-235 estadualizada

Belivaldo Chagas: uma PPP para lá de equivocada

Uma fala do governador Belivaldo Chagas, PSD, ao sair da reunião com o presidente Jair Bolsonaro, PSL, na tarde desta quarta-feira, 8 de março, chamou negativamente a atenção desta Coluna Aparte.

Trata-se daquela em que ele acena com um pedido ao presidente para que conceda a prerrogativa de estadualização da BR-235 em Sergipe para que ela possa ser duplicada via uma Parceria Público-Privada.

Não ficou claro, na fala de Belivaldo Chagas, se se trata do trecho inteiro de 110 quilômetros de Aracaju a Carira, ou se dos quase 60 quilômetros de entre Aracaju e Itabaiana, nosso sonho maior de consumo de duplicação.

Mas seja lá qual dos dois trechos, o pedido do governador Belivaldo Chagas cheira a impertinência. A imprudência. Primeiro, porque esta obra - independentemente do trecho - deve, merece e precisa ser feita pelo Governo da União.

Suponha-se que Belivaldo esteja falando dos 60 quilômetros. Ok: ninguém desconhece o alto significado disso para Itabaiana e para a Aracaju - logo, para a economia de Sergipe. Mas todos conhecem demais as dificuldades e as carências de Sergipe nessa hora pânica. Dificuldades financeiras e carências de outras obras.

Ah, mas uma PPP não implica desembolso do Governo, dirá o governador e dirão os seus técnicos. É uma verdade. Mas implica gasto de tempo, desperdício de energia num Estado que carece de tempo, energia e de PPPs para outras obras estruturantes e em favor das quais o Governo do Estado sergipano deve se bater.

É visível que o pedido que Belivaldo Chagas formulou ao presidente na esfera da BR-235 é mais uma promessa de sarna para se coçar. É claro que não é disso que o Governo de Sergipe precisa nesta hora.

O Governo de Sergipe precisa de PPP é para fazer Canal de Xingó, é para erguer um Centro de Convenções de verdade que nos resgate daquele pavilhãozinho de bijuteria que é CIC mesmo reformado e que bote Sergipe na rota de turismo de eventos internacionais e para uma aeroporto que não possa ser chamado de rodoviária de avião e que não remeta os sergipanos à diáspora de aeroportos de Salvador e do Recife quando tiveram de fazer viagens internacionais.

O Governo de Sergipe precisa é de unidade e de força máxima, sem sofismas e nem interesses miúdos, da sua classe política para fazer com que a duplicação da BR-101 de fato aconteça e não fique se arrastando horrivelmente há quase 30 anos.

O Governo de Sergipe precisa é mirar-se na Bahia, que tem hoje uma BR-235 novinha em folha entre a divisa com Caria até Jeremoabo, passando Canudos e Juazeiro - o que encurtou a distância em mais de 150 quilômetros entre Petrolina e Aracaju. Isso, sim, e com a duplicação entre Aracaju e Itabaiana, sem PPP, a sergipanidade será menos aviltada.

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