Gilmar Carvalho: “é uma generosidade muito grande da população me colocar nessas posições”
Gilmar Carvalho, 57 anos, possivelmente é o mais barulhento dos comunicadores que o radiojornalismo sergipano já produziu. Pelo modelo que escolheu, é quase certo afirmar que é, também, uma figura mais odiada que amada pela sergipanidade.
O reflexo disso seguramente o vem espelhado na sua carreira política, que neste 2018 vai à prova como teste de 20 anos. Gilmar Carvalho já disputou cinco eleições de deputado estadual. Só conseguiu êxito nas duas primeiras - de 1998, com 10.907 votos pelo MDB, e na de 2002, pelo PDT, com 19.448 votos.
Ao todo, este camarada inquieto já conseguiu 83.805 votos dos sergipanos nas cinco eleições em que deu a cara às urnas, mas nas de 2006, 2010 e 2014 faltaram-lhe perna e fôlego eleitorais para chegar a ser dono dos mandatos, atingindo as suplências próximas com 14.733 (PTB), 19.750 (PR) e 18.931 (SD), respectivamente.
Os 18.931 de 2014 lhe valeram em 2017 um mandato de dois anos a se encerrar no dia 31 de dezembro deste ano. Não é um deputado de mandato apagado. Gilmar já está em campo com uma pré-candidatura por uma sexta tentativa. Sem partido, os horizontes lhe parecem promissores: pontua com ótimos índices em todas as pesquisas eleitorais para a Alese.
Mas como um gato escaldado, ele é grato e desconfiado diante dessas possibilidades reveladas. “É uma generosidade muito grande da população me colocar nessas posições. Mas a pesquisa verdadeira é aquela das urnas, a do dia da eleição. Porque o que conta é o resultado líquido”, diz ele. Leia este breve bate-papo entre ele e a coluna Aparte.
Aparte - Por que o senhor está sem partido há tanto tempo?
Gilmar Carvalho - O Solidariedade, de Laércio Oliveira, minha última filiação, já tinha uma aliança com João Alves há mais de um ano e eu entendi ser precipitada. Além do mais, para ela eu não fui consultado. E hoje digo que perdi a pressa de uma nova filiação. Entendi que tenho que refletir mais sobre os convites que tenho recebido. Todos muitos generosos e importantes. De vários partidos, graças a Deus.
Aparte - O senhor já recebeu convite de quantos?
GC - Creio que do PSC, PSDC, PDT, PSD, Podemos. Até perco as contas.
Aparte - Já tem na cabeça uma resolução de para onde você vai?
GC - Eu sei o que eu quero, que é disputar a eleição deste ano. Sei o que preciso para disputar essa eleição, que é caminhar mais. Cada vez mais. Quanto mais as pesquisas me apontam numa situação favorável, mais eu entendo que devo caminhar mais.
Aparte - Por quê?
GC - Porque caminhar significa ouvir as pessoas. Ir aonde o povo está. Quanto à filiação partidária, até o dia 30 esta decisão será tomada.
Aparte - O senhor atribui a que estar em colocações boas de pesquisas? É consequência com da sua nova fase comunicacional, ou tem algo a ver com o mandato?
GC - Primeiro, quero dizer que é uma generosidade muito grande da população me colocar nessas posições. Segundo, entendo que as mudanças operadas em mim têm me ajudado bastante.
Aparte – Que mudanças foram estas?
GC - Mantive a coerência dos mesmos posicionamentos de sempre, mas fazendo os encaminhamentos de forma a dialogar mais. A conversar. Estou determinado a evitar alguns confrontos que não levam a nada. E buscando solucionar mais os problemas da população. Essas mudanças têm me projetado de uma forma melhor.
Aparte - Mas não tem receio de que as pesquisas lhe decepcionem nas urnas?
GC - As pesquisas apenas sinalizam apenas que nós estamos no caminho certo. Mas a pesquisa verdadeira é aquela das urnas, a do dia da eleição. Porque o que conta é o resultado líquido.