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Kaká Andrade vê prefeito de Canindé “perdido” e vai buscar a herança do irmão Orlandinho em 2020

Kaká Andrade: lendo duramente a política de Canindé

Rompido com o prefeito de Canindé de São Francisco, Edinaldo Vieira Barros, o Edinaldo da Farmácia, e se sentindo órfão do senador Eduardo Amorim, de quem é segundo suplente, o engenheiro químico Kaká Andrade está disposto a fazer, a partir de agora, o seu próprio caminho político e se inserir com força no processo sucessório de canindeense de 2020.

Sem arrogância e nem oportunismo, Kaká Andrade admite que seu futuro remete ao passado ao lado do irmão Orlando Andrade, o Orlandinho, ex-prefeito de Canindé, falecido no dia 6 de março do ano passado, no pleno exercício do mandato, que ficou para o vice-prefeito Edinaldo da Farmácia.

“Eu tinha um projeto político ao lado do meu irmão Orlandinho e hoje há um indicativo de que eu deva caminhar na direção da herança desse cabedal eleitoral dele. Claro que do meu jeito. Todos sabem que Orlandinho era eminentemente político e que eu sou muito técnico”, diz Kaká.

Mas Kaká admite mudança no modo de ser. “Eu tenho que mesclar um pouco estas duas visões - a política e a técnica. Devo continuar sendo um técnico, mas me abrir mais à questão política. Há um grupo de pessoas que coloca meu nome para 2020, e se isso resistir ao tempo e por mais dois anos, a gente vai adiante. Se não, sem problema”, diz.

Com a morte do irmão, Kaká Andrade continuou secretário da gestão municipal sob o comando de Edinaldo da Farmácia. Mas não prosperou. Inseguro, o prefeito travou todos os horizontes dele. Sem espaço em Canindé, desde o dia 1° de junho Kaká preside o ITPS - Instituto de Tecnologia e Pesquisa de Sergipe. Gosta do que faz, mas não esquece a política.

Com a parceria desfeita com Eduardo Amorim, de que quem diz não ter nada contra, agora ele segue um outro lado - mais perto da família. É, inclusive, filiado ao PSD. “Nesta eleição, vou fechar a chapa de A a Z. Vou votar em Belivaldo Chagas, vou de Jackson Barreto e Rogério Carvalho pro Senado, e de João Daniel e Jeferson Andrade para a Câmara Federal e para a Alese”, diz.

Nestas opções, ele está sendo pragmático. Primeiro, espera que Belivaldo se eleja governador para facilitar mais o projeto dele em 2020. Segundo, teria nas eleições de João Daniel e Jeferson Andrade arranjos propícios para esse projeto futuro. Jeferson é primo; João Daniel, um nome de densidade na região, onde os sem-terra têm raízes sólidas.

“Eu fiz uma enquete, quase pesquisa, entre as lideranças que estão conosco, sobre qual o deputado federal de quem mais adiante pudéssemos ter um retorno no projeto de 2020. Quem seria o deputado mais fácil de a gente pedir voto em Canindé, quem mais teria afinidade com os nossos projetos. Deu João Daniel. Nós vamos ajudá-lo neste momento e mais adiante a gente fica com portas abertas para compor com ele”, diz Kaká.

A leitura de Kaká Andrade vê na gestão de Edinaldo da Farmácia um descaminho total. Ele acha que o prefeito de Canindé se enclausurou numa redoma que o retira de qualquer probabilidade política futura. “Eu achava que Heleno Silva tinha chegado no fundo do fosso em Canindé. Mas com Edinaldo, creio que o fosso é bem mais fundo ainda. Heleno ainda tinha algumas ações positivas. Edinaldo se isolou totalmente. Não tem interlocução nenhuma com a sociedade. Não consegue ir a um enterro”, diz.

“O prefeito de Canindé faz um Governo de ineficiência. Abandonou tudo o que é amigo de verdade e se isolou num nucleozinho com a mulher Débora Rocha Barros, com o secretário de Administração e Finanças, Cláudio Reis, e com a advogada Kátia Siqueira, que tem processos eleitorais contra ele e muitos precatórios contra a Prefeitura”, diz Kaká. Segundo Kaká, apesar desse histórico de ações contra os interesses do município, Kátia Siqueira ainda emplacou uma sobrinha, Camila, como procuradora da cidade. “A Kátia exerce o papel de procuradora, mas não assina nada”, diz.

Por tudo isso, assinala Kaká, Edinaldo da Farmácia é um prefeito sitiado. “Não tem um evento público ao qual ele compareça hoje em dia. Ele foi ao velório do Pastor Nonô, onde quase foi hostilizado, mas foi orientado a não ir ao enterro. Imagine a situação: quando um prefeito não puder ir num enterro, é porque ele está morto. Do jeito que está hoje, ele nem ousaria (ir para uma reeleição). Ele está pior que Heleno no meio do Governo dele. Ou seja, é um personagem político inviável. Mas a política é dinâmica”, informa e pondera.

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