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Opinião - Mangabeiras, do sonho à realidade: a construção de 1.102 casas que torna Aracaju mais humana

[*] Edvaldo Nogueira

De todas as obras que temos realizado em Aracaju, que hoje somam um investimento de mais de R$ 340 milhões, a construção de 1.102 casas na região das Mangabeiras é a maior delas e a que me dá convicção de que estamos no caminho certo.

É um projeto que vale toda esta gestão. Ainda mais quando olho para trás e lembro de como encontramos em janeiro de 2017 a Prefeitura, afogada em dívidas e com os seus serviços paralisados ou sendo prestados precariamente.

Mesmo diante da grave crise que enfrentamos no país, piorada com a pandemia do coronavírus, estamos retirando 840 famílias de barracos erguidos numa área extremamente insalubre e realocando em imóveis cujo aluguel será custeado pela administração municipal, enquanto suas futuras casas próprias serão construídas.

Só com o aluguel social serão mais de R$ 7 milhões. Já a construção de todo o complexo residencial se concretizará num investimento de R$ 117 milhões. Um sonho que começa a se tornar realidade, resultado do Planejamento Estratégico que executamos com bastante capacidade técnica e rigor gerencial, e da reorganização das contas municipais, o que nos permitiu alcançar o equilíbrio fiscal e a recuperar o selo de bom pagador do município perante o Governo Federal.

Conquistar estes recursos para Aracaju não foi uma tarefa fácil. Só foi possível por causa do nosso trabalho sério, cuja eficiência resulta da dedicação e do compromisso com os que mais precisam.

Esta obra mudará de forma definitiva a vida de milhares de pessoas, pois não é um projeto que se esgota na construção das casas. Trata-se de um conjunto habitacional bem estruturado, inserido no Bairro 17 de Março, localidade que possui excelente infraestrutura básica, com largas ruas e avenidas, ciclovias, escolas, unidade de saúde e uma maternidade em construção.

Trata-se também de dignidade, de elevação da autoestima daquelas pessoas que sofreram mais de quatro anos morando em barracos. É ainda geração de emprego e renda para centenas de trabalhadores que atuarão na execução do projeto. O impacto positivo é múltiplo, com grande incremento na construção civil e na economia aracajuana de uma maneira geral.

Este projeto foi gestado no primeiro ano da nossa gestão e tem sido trabalhado desde então. Foi aprovado em 2019 pelo Governo Federal. Como passo seguinte, conquistamos, pela parceria com a Secretaria de Patrimônio da União, a doação do terreno. Em abril do ano passado foi realizado o cadastro das 840 famílias.

Há um mês retornamos o contato com os beneficiados para assinatura dos termos de adesão ao programa e para o encaminhamento dos contratos de aluguel das residências para o período de dois anos, enquanto as obras serão realizadas. Também inserimos 171 famílias que chegaram mais recentemente à ocupação no Auxílio-Moradia e que serão incluídas em futuros projetos de moradia.

E nesta segunda-feira, 20, iniciamos a realocação das famílias. Com o coração cheio de felicidade, estive na ocupação para compartilhar da alegria que todos estavam sentindo. Os abraços, por enquanto proibidos, deram lugar à satisfação e à gratidão no olhar daquelas pessoas que não mais enfrentarão a lama, as chuvas, a falta de água e luz, os riscos à saúde e a insegurança.

Esta etapa prosseguiu ao longo da semana, com a retirada das famílias, o deslocamento delas e de seus pertences para suas novas casas - trabalho feito com caminhões e micro-ônibus -, e a demolição dos barracos, para iniciar as obras. 

Em virtude disso, estes têm sido os dias mais felizes da minha vida. E os mais abençoados também! Não é sem sentido que o novo residencial levará o nome de Santa Dulce dos Pobres. É ela quem nos guiou até aqui e que seguirá nos iluminando nesta jornada. Muitos não acreditavam que este projeto seria possível, mas eu sempre tive a certeza de que, com muita persistência, trabalho e foco, alcançaríamos o nosso objetivo.

Foi assim quando retiramos as famílias do Morro do Avião, em meu mandato anterior. Com muita luta e enfrentando todas as dificuldades, executamos o maior programa habitacional desta cidade, concretizando para mais de duas mil famílias o sonho da casa própria.

Era o início do Bairro 17 de Março. Agora, com a experiência adquirida e com o compromisso renovado com os que mais precisam, extinguiremos a maior ocupação existente na capital sergipana, para dar vida a um novo conjunto habitacional.

É por isso que escolhi o caminho da política: para criar oportunidades e jogar luz em quem antes era invisível para o poder público, para assegurar direitos e garantir um futuro digno para todos. O Residencial Mangabeiras Santa Dulce dos Pobres sintetiza todos os nossos compromissos históricos.

Demonstra claramente a prioridade desta administração e a nossa opção por cuidar das pessoas não somente em discurso, mas em realizações que podem ser desfrutadas pela população. Enquanto alguns só sabem falar, seguimos na construção da cidade humana, com a qual nos comprometemos.

[*] É prefeito de Aracaju.

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