Aparte
O assassinato de Marielle Franco e a “estupidez seguinte para todos os gostos”

Marielle Franco: um cadáver que alimenta tanto horror e tanta iniquidade (Foto: Ninja)

O titular desta coluna Aparte tem ido à náusea diante da barbárie que se seguiu ao assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, PSOL.

Para plagiar um outro horroroso nacional, nunca se viu antes neste país um desfile de tanto horror e de tanta iniquidade diante de uma pessoa morta.

Nunca se viu a morte gerar tanta ira invertida, em favor do extermínio e da condenação de quem foi assassinada. Pensei, de todas as maneiras, em escrever um texto.

Mas me deparei com este, escrito a plenos pulmões por Reinaldo Azevedo, e me calei. Ele leva o título de “A marcha da irresponsabilidade e o triunfo da morte: explorar assassinato de Marielle é convidar assassino a produzir mais corpos”, e está na grade desse portal JLPolítica.

Mas, permita-me, leitor, lhe contemplar com curtos trechos da fala de Reinaldo. Um: “A exploração que se faz da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) é das coisas mais asquerosas que vi desde que acompanho política. Virou um emblema de todos os pensamentos tortos que infelicitam o país”.

Dois: “Nunca, do ponto de vista dos criminosos, um assassinato foi tão bem-sucedido. Aquele que puxou o gatilho e a alvejou quatro vezes estava também abrindo a Caixa de Pandora das imposturas. Nunca o crime organizado escolheu uma vítima com tanta precisão e inteligência. A precisão e a inteligência do mal, que alimentam o festim diabólico do capeta”.

Três: “Sim, há estupidez para todos os gostos. É uma pena que não se possa chegar ao primeiro delinquente que postou a foto de um casal como se fosse de Marielle em companhia de Marcinho VP. Os dois nunca tiveram um relacionamento amoroso. Era notícia falsa, “fake news”. A extrema-direita aproveitou para fazer barulho e para expelir boçalidades, o que só açula a disposição das esquerdas de carregar o corpo simbólico de Marielle como se fosse um troféu”.

Quatro: “Morreu por que era negra? Morreu por que era mulher? Morreu por que era lésbica? Morreu por que era socialista? Morreu por que era favelada? Não! Morreu porque seus assassinos, certamente contrários à intervenção, distinguiram nela o alvo perfeito. Constatar tal evidência, à diferença do que dizem os papa-defuntos, não corresponde a culpar Marielle por sua própria morte. Não fosse ela esse alvo perfeito, seria outra pessoa. Era preciso mandar o recado”.

Creio que valha a pena ler todo o artigo - que está neste portal. São somente 3.930 caracteres a mais. Boa leitura.

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