
Maria do Carmo: é preciso investir em políticas públicas assertivas, a começar por reforma do ensino
Estudo mostra que manter jovem fora da escola é mais caro que tê-lo em sala de aula. “Tragédia silenciosa”. É assim que especialistas classificam o cenário do qual fazem parte jovens em idade escolar, mas que por fatores de ordem social estão fora da sala de aula.
“Lamentavelmente, essa é uma realidade que afeta o Brasil e da qual estamos longe de sair”, afirmou a senadora Maria do Carmo Alves, DEM, ao defender políticas públicas eficientes e atrativas para que esses adolescentes, cuja maioria tem entre 15 e 17 anos, sintam-se acolhidos e confortáveis no ambiente escolar.
A preocupação da senadora Maria do Carmo se dá, sobretudo, pelo impacto negativo gerado ao país, pois cada jovem que não completa o ensino médio representa uma despesa da ordem de R$ 100 mil para a sociedade ao longo da vida. Comparativamente, mantê-lo em sala de aula, custaria R$ 5 mil/ano, conforme revelou a pesquisa intitulada ano.
A informação faz parte do estudo intitulado “Políticas Públicas para Redução do Abandono e Evasão Escolar de jovens”, divulgado no final do ano passado e que fora realizado pelo Insper, Fundação Brava, Instituto Ayrton Senna e Instituto Unibanco.
“Não é só o impacto financeiro, mas, também social, uma vez que esses jovens, fora do ambiente escolar, tendem a não ter autonomia financeira, ficando vulneráveis a cenários de riscos, como o envolvimento com drogas”, salientou Maria do Carmo.
Para a parlamentar, a escola continua sendo a melhor alternativa para facilitar a inserção desses jovens no mercado de trabalho, garantindo-lhes autonomia financeira e tirando-os da linha de pobreza. “Estudar é uma forma de dar condições para que eles tenham acesso a emprego e renda, gerando, naturalmente, uma condição de vida mais digna”, afirmou a senadora, ao citar dados que no seu entender precisam ser avaliados com a máxima atenção.
A senadora sergipana citou, por exemplo, que do total de mais de 10 milhões de jovens de 15 a 17 anos, menos de 9 milhões se matriculam nas escolas, no início de cada ano letivo. Desse quantitativo, 700 mil abandonam a escola antes do fim do ano e 1,2 milhão são reprovados por faltas ou mau desempenho.
O desafio, salientou Maria do Carmo, é investir em políticas públicas assertivas, a começar por uma reforma do modelo de ensino, com o intuito de devolver à sala de aula os alunos que, pelos mais diversos motivos, a abandonaram.
“Mantê-lo fora da escola é jogar pelo ralo todo o investimento feito pelo período em que esteve matriculado, uma vez que, sem ao menos concluir o ensino médio, dificilmente, galgará uma condição social favorável”, afirmou a senadora democrata.