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Abolição malfeita rende até hoje reflexos negativos ao povo negro brasileiro

Severo D’Acelino: “Não existe perspectiva de ação afirmativa para o negro”

Com exceção do continente africano, o Brasil possui a maior população negra do mundo e, ao mesmo tempo, dispõe de uma das maiores culturas segregacionistas e uma das mais desenfreadas desigualdades sociais, frutos de uma abolição da escravatura malfeita. Abolição esta que completa 130 anos, neste domingo, 13, sem ter o que comemorar e sim refletir.

De 1888 para cá, o que a abolição da escravatura rendeu ao povo negro brasileiro? Quais são seus principais defeitos? Como sanar a dívida absurda que existe do Brasil perante o afro-brasileiro? A política de cotas é a solução? Esses e muitos outros questionamentos norteiam a Reportagem Especial produzida pelo Portal JLPolítica nesta semana.

"Essa dívida está sendo vagarosamente paga, porque nós mesmos fomos atrás disso. Não houve espontaneidade da sociedade em dizer: “olhe, vocês merecem isso”. A gente batalhou, conquistou. As cotas nos concursos agora são um exemplo”, afirma a professora Maria Nely Santos, historiadora, uma das pioneiras do movimento negro em Sergipe, fundadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal de Sergipe.

Também pioneiro na luta pela igualdade racial em Sergipe, o ativista Severo D’Acelino tem pensamento mais radical com relação à situação da população negra. “Temos uma República que é muito retrógada, que deu continuidade à escravidão, o regime mais cruel e mais longo do Brasil. Vivemos no século XIX. Não existe nenhuma perspectiva de ação afirmativa para o negro. E o pior: há um processo perverso de colocar um negro contra o outro”, diz.

Confira essas e outras opiniões de militantes do movimento negro, da juventude negra, de autoridades políticas na Reportagem Especial que vai ao ar neste domingo, 13, a partir das 20h.

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