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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Pelo Senado, o crente Heleno Silva faz salamaleque com duas velas. Belivaldo quer apagar uma
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Heleno Silva: não contava com a firmeza de Belivaldo Chagas

O político Heleno Silva erra grotescamente ao acender velas para dois santos neste processo de sucessão na tentativa de arranjar quem, entre os altos grupos locais, encampe sua inadiável candidatura ao Senado neste ano. Parece que ou ele disputa, ou ele morre pela cepa.

As velas vão para o grupo governista, onde estão os ex e atual governadores Jackson Barreto e Belivaldo Chagas, na sombra de quem Heleno se encontra bem acomodado com o seu PRB, e para o oposicionista, na figura de Eduardo Amorim, a quem Heleno acredita que já lhe acenou com a concessão de apoio ao seu projeto de Senado.

Não que haja erros na tentativa de Heleno buscar a construção do seu pé de meia eleitoral para vir a disputar o mandato de senador. E nem que seja uma companhia inadequada, a de Eduardo Amorim. Ele está certo em se cacifar. Mas joga errado e com ética política baixa quando ostenta as duas velas, logo ele que, doutrinado pela Igreja Universal do Reino de Deus de Edir Macedo, tem horror a santos.

Mas, aliás, velas duplas é uma tradição de Heleno Silva. Em 2016, ficou amuado na possibilidade de somar-se com os oposicionistas na disputa pela sucessão da Prefeitura de Aracaju e depois negociou com Jackson Barreto então governador e virou secretário de Estado - sim, porque o posto de superintendente do Escritório de Sergipe em Brasília, para o qual ele foi nomeado em fevereiro do ano passado, tem este peso.

Heleno faz toda essa lambança agora, se esfregando e ronronando feito gato nas pernas do PSDB, sem se atentar para os reais interesses de outras lideranças do seu partido. O ex-deputado estadual e ex-prefeito de Estância, Ivan Leite, não navega nessas mesmas águas que ele. Prefere ficar ao lado de Belivaldo Chagas. Assim como o deputado estadual Jairo de Glória e o prefeito Dr Mário, de Aquidabã. 

Aliás, por falar em Belivaldo Chagas, Heleno negocia com as oposições meio que desavisado do duro poder para lidar com o contrário que está simbolizado na figura de Belivaldo. O atual governador não é fraco e não surfa em águas da pieguice.

Depois de vislumbrar toda a movimentação de Heleno em direção à oposição, Belivaldo disse literalmente, com outras palavras: quer ir, vá. Mas largue o osso do Governo. Ou seja, deixe os cargos que você tem no Governo. Ou seja II: apague uma das velas.

Nesta segunda-feira, o PRB, representado pelo seu presidente no Estado, deputado federal Jony Marcos, foi ter um lero de política com Belivaldo. Lá, encontrou a consistência belivaldidana em pessoa: o govenador lhe disse que o outro par preferido para disputar ao lado de Jackson pelo Senado é Rogério Carvalho, do PT.

E também trataram dos cargos que o PRB tem no Governo. Jony saiu de leve, a cavalheiro: “Deixamos o governador à vontade quanto aos cargos e dissemos que estamos de stand by, caso Rogério não seja candidato”, disse o presidente em release distribuído por sua assessoria. 

Aliás, uma das velas foi definitivamente apagada por Belivaldo na tarde de ontem, ao exonerar Helenão do cargo que  mantinha no Escritório do Estado no DF. Ingênuo, ele havia pedido 30 dias de férias para fazer campanha pessoal contra o Governo de que se serve - não é ordenador de despesa e não necessitava sair até o dia 7 de abril; ativo, Belivaldo desconsiderou o pedido e o demitiu com data retroativa a dois de maio.

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