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Tuitadas de Valadares às vezes pecam ao derrapar no xaropismo da fala cifrada

Antonio Carlos Valadares: bom e por vezes xarope no tuiter (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

Esta coluna considera o senador Antonio Carlos Valadares, PSB, pessoalmente o mais ativo dos comunicadores da alta política de Sergipe. Quando ele passou recentemente 90 dias licenciado para tratamento de saúde, a cena política local ficou meio insípida, inodora. Houve um silêncio quase breu.

Quando Valadares retornou às atividades, as luzes se acenderam. Porque ele anima os que odeiam e os que amam. Ele fustiga os vazios dos oponentes. Essa coluna tem dito isso a ele: com um celular na mão, via tuiter, Valadares tem sido uma materialização da ideia do Cinema Novo da câmera na mão e uma ideia na cabeça.

Por isso, esse senador atrai ódios, como os vazados nesses vídeos que circulam por aí fustigando os vazios dele - e que, por serem descaradamente apócrifos, uma ora se atribui ao pobrecito do Carlos Cauê, outra ora ao pobrecito do David Leite, por estarem os dois na cabeceira dos dois polos que querem o fígado do senador para um guisado.

Mas tem horas que o senador Valadares abusa da linguagem cifrada. E aí ganha ares de ponta de beco. E fica xarope de verdade. Fica xarope, porque ele termina conspurcando, com esse ciframento, o principal motivo e alvo da comunicação, que é o de dizer quem é quem numa mensagem. O de nominar pessoas e situações.

Veja uma das tuitadas dele nesta segunda-feira, 7 de abril. “Eles torcem para que eu não seja um obstáculo às suas pretensões senatoriais. Podem continuar nervosos e apreensivos”, escreveu.

Putz! “Eles” quem, cara pálida? Será que o eleitor e leitor, mesmo o top, tem obrigação de saber que por trás desse pronome no plural estão Jackson Barreto e André Moura?

E tem mais isso: “Doidos pra limpar a área, pelo menos dois candidatos ao Senado com índices de rejeição nas alturas, apesar de minha recusa em falar sobre reeleição ao cargo, eles, pensando em realizar seus sonhos de chegarem à Casa Alta, quando não me atacam pregam que estou fora da disputa”, reforça Vavá na mesma tuitada.

No “pelo menos dois candidatos ao Senado” e no “doidos”, Valadares termina distribuindo fagulhas de possibilidades, mas se negando à afirmação certeira. Peremptória. E aqui não vale o argumento da limitação de caracteres do tuiter.

Mesmo porque, quando quer ser objetivo, o senador o é, como nessa mesma tuitada. “No momento, o meu foco é o fortalecimento da pré-candidatura de Valadares Filho, colocando-me à sua disposição, ao lado dos partidos que marcharão com o PSB, para a formulação de uma proposta de governo que possa retirar Sergipe do caos em que foi jogado”, diz ele.

Quem vai questionar a limpura dessas afirmações aí acima? Que tal ajudá-lo a corrigir as outras, as do ciframento, oh cientista Marquinhos Fontes?

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