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Sônia Meire está disposta a dissipar preconceitos contra Márcio Souza. Ele é um PM

Sônia Meire: “me refiro ao aspecto externo que a sociedade tem”

A professora da Universidade Federal de Sergipe, Sônia Meire, ex-candidata ao Governo de Sergipe em 2014 (46.346 votos) e à Prefeitura de Aracaju em 2016 (6.436 votos) pelo PSOL, foi levada a abrir mão de uma nova disputa ao Governo do Estado agora em 2018. Ela vai tentar o Senado e admite disposição para levar à sociedade o programa do PSOL tendo o jovem Márcio Souza, de Estância, como o pré-candidato ao Governo.

Mas o PSOL, que tem uma visão política mais radicalizada à esquerda, não pode fechar os olhos para um fato que lhe soa exótico nesta hora: Márcio Souza é um policial militar. Sônia Meire tem noção disso, diz não nutrir pessoalmente preconceito algum, mas admite que o olhar da sociedade diverge do dela. 

“Tem o problema que a gente pontua, que é o fato de Márcio Souza vir da Polícia Militar. Quer queira, quer não, há uma na sociedade uma rejeição à pessoa que tenha essa profissão, o que nos leva a achar que não vai ser uma coisa fácil. Coloco isso apenas como uma forma tranquila de dividir uma preocupação”, diz Sônia.

Ela, no entanto, faz concessões à figura pessoal do pré-candidato do PSOL. “O preconceito não é nosso. É um preconceito social, até por causa da ação do Estado contra os mais pobres. Eu sei que Márcio é um policial diferenciado. Ele não defende a militarização da Polícia Militar, mas me refiro ao aspecto externo que a sociedade tem”, reforça.

De fato, Márcio Souza não é um PM desses que atuam na ação ostensiva da polícia. Ele é da burocracia da PM. Pelo que Sônia Meire faz mais outra concessão. “Márcio é um cara que tem cultura política. Que estuda, que tem uma caminhada, uma militância em Estância. Ele é formado em economia. Ele teve 28% dos votos na cidade para prefeito em 2016. Ele não é um cara desprovido de conhecimento. Mas é um cara jovem e teremos que construir uma candidatura juntamente com ele”, diz.

Sônia aposta numa construção coletiva. “Creio que ele pode muito bem representar o Programa do PSOL numa disputa pelo Governo de Sergipe, caso a corrente dele discuta conosco esse programa. Estamos certos de que vamos construir esse programa juntamente com ele e ele precisa estar à altura disso”, diz. 

“Eu acho que do ponto de vista do que ele pode representar, o vejo como um trabalhador negro, jovem e é importante que o PSOL tenha candidaturas negras. Mas entendemos que, por ser novo para Governo, terá uma certa dificuldade diante de tantas candidaturas para o Governo. Mas vamos ter este ano outras candidaturas a nível nacional, como a de Guilherme Boulos à Presidência da República, e isso também vai impulsionar o trabalho aqui em favor de Márcio”, diz Sônia.

Sônia Meire, no entanto, admite que “caiu” do projeto de mais uma candidatura ao Governo por ser minoria na Executiva do PSOL. “Continuamos achando que o nosso nome era o melhor para disputar o Governo, mas não houve consenso dentro do partido”, pontua. 

“E não interessava para gente sair dessa forma. O grupo de Márcio tem a maioria na Executiva Estadual, então acabamos abrindo mão da candidatura de governadora e garantido uma para o Senado, porque também sabemos que esse é um espaço importantíssimo e não se pode colocá-lo em segundo plano”, diz a professora.

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