Aparte
Opinião - Há mercadores de opinião para todos os gostos na política de Estância  

[*] Fábio Santos Oliveira

Estância, a Cidade Jardim, onde todos se conhecem. Onde conhecemos nossas flores e nossos espinhos também. A cada pleito eleitoral, vemos o mercado de opinião daqui se agitar num movimento vertiginoso e velado.

Em Estância, a cada eleição vemos os vendedores de opinião caminhar de um lado pro outro, buscando destaque, valorizando os próprios passes para as tratativas com quem puder pagar mais.

Com base nesses comportamentos, vemos o mercador criticão, aquele que usa a técnica da crítica para ser notado e ter o passe comprado por melhor preço.

Esse tipo muda o discurso em fração de segundos, após o acerto do real e aí se dá - com o perdão da piada machista -, o famoso real na mão calcinha no chão. A crítica vira só elogios ou críticas leves e combinadas com o comprador da opinião para enganar os tolos.

Temos aqueles que sempre estão por cima: esse é o mercador de momento, um tipo que era da confiança de Zé, depois de João, de Chico e, a seguir, virou da confiança de Tonho, que é quem está no poder do instante.

Esse mercador usa as informações privilegiadas obtidas quando era da confiança de Chico para atacar Chico numa disputa com Tonho. Esses mercadores são terrivelmente espertos, mas super inconfiáveis. Quem confia neles será mordido no ano seguinte, bastando, para tanto, perder o pleito eleitoral.

Temos também o mercador coxinha, aquele cheio de falsidade. Esse se aproxima do lado opositor fingindo apoio para valorizar o passe com o lado da situação que tem o poder na mão. Tipo assim: “Olha, tô lá, mas se você me pagar, venho pra cá. Porém para fazer isso eu não saio barato não”.

Qual é o preço do seu ponto de vista? O mercado político está em alta para os mercadores de opinião.

[*] É cantor e compositor.

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