Aparte
Exclusivo: “O sistema político brasileiro é azeitado pela corrupção”, afirma Guilherme Boulos

Guilherme Boulos e a chapa completa do PSOL de Sergipe

“A esquerda brasileira vai ganhar esta eleição. A oposição ao Temer vai vencer. Ele tem um governo com 97% de rejeição”. Estas hipóteses e afirmações são levantadas e feitas pelo candidato à Presidência da República Guilherme Boulos, PSOL, com exclusividade para esta Coluna Aparte.

Em visita a Aracaju desde a madrugada desta quinta, Guilherme Boulos disse a Aparte que defende o direito de Luiz Inácio Lula da Silva ser candidato a presidente. “Lula é um ex-presidente da República e no Governo dele teve erros e acertos, mas ele está sofrendo uma injustiça neste momento”, diz.

E aqui Boulos faz um discurso relativista, comum a todos os demais membros da esquerda, que sempre tentam fazer um desvio da figura de Lula quando o tema é a corrupção que enodoa o Brasil, uma atividade em que o petista e o PT manifestaram uma expertise ímpar.  

“O sistema político brasileiro é azeitado pela corrupção. Se governa com corrupção no Brasil há muito tempo. E pelo menos há 30 anos isso se dá através de financiamento de campanha eleitoral por grandes empresários, empreiteiras e banqueiros. Este sistema está apodrecido e precisa ser mudado de cima a baixo. E esta é a proposta que nós temos”, diz Boulos diz.

Na virada da noite de quarta para quinta, Boulos foi recepcionado no Aeroporto de Santa Maria pela chapa majoritária completa do PSOL de Sergipe - os candidatos ao Governo Márcio Souza, a vice Ana Simone das Dores Rocha e ao Senado, Sônia Meire e Jossimário Mick, além de pelo jornalista Vinicius Oliveira, coordenador do MTST de Sergipe. Durante a quinta, Boulos cumpriu uma ampla agenda política na capital de Sergipe, 

Boulos tem 36 anos, fez filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, é psicanalista, ensina nesta área, preside nacionalmente o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST -, no qual milita desde em 2002, e aponta um déficit de 5 milhões de moradias no país. “Isso deve atingir 25 milhões de pessoas sem teto”, diz ele. 

Aparte – Boulos, quais as reais chances da esquerda brasileira nesta eleição para presidente da República?
Guilherme Boulos -
Olha, a esquerda brasileira vai ganhar esta eleição. A oposição ao Temer vai vencer. Ele tem um governo com 97% de rejeição.

Aparte - Qual é a sua visão da esquerda hoje e quem liderará esse processo?
GB -
Há várias candidaturas de oposição ao Temer. Cada uma tem as suas particularidades e as suas diferenças. A nossa é a que está disposta a enfrentar privilégios até as últimas consequências.

Aparte - O senhor acha que a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva passa pela Justiça Eleitoral?
GB -
Nós defendemos o direito de ele ser candidato. Lula é um ex-presidente da República e no Governo dele teve erros e acertos, mas ele está sofrendo uma injustiça neste momento.
 
Aparte - O senhor acha que este descaminho do Brasil, voltado para a corrupção, atrapalhou o itinerário das esquerdas brasileiras?
GB -
O sistema político brasileiro é azeitado pela corrupção. Este sistema está apodrecido e precisa ser mudado de cima a baixo. E esta é a proposta que nós temos.

Aparte - O senhor quer dizer que a corrupção não é coisa deste milênio? 
GB –
Se governa com corrupção no Brasil há muito tempo. E pelo menos há 30 anos isso se dá através de financiamento de campanha eleitoral por grandes empresários, empreiteiras e banqueiros.

Aparte - O PSOL tem chances de fazer algum governador no Brasil?
GB –
Nós temos chances de fazer o presidente da República e seguramente governador também.

Aparte - Tem algum Estado no qual haja alguém despontando?
GB –
Olha, a campanha começou agora. A campanha oficial não faz nem uma semana. A etapa de televisão só começa em setembro e aí efetivamente as candidaturas que estão na oposição ao Temer e que têm coerência vão crescer.

Aparte - O senhor acha que o risco Bolsonaro será interditado em tempo?
GB -
Sem dúvida nenhuma, ele será interditado.

Aparte - Ao que o senhor atribui esses índices razoáveis que ele apresenta em pesquisas?
GB -
Isto tem a ver com o atual momento de medo da sociedade brasileira. Há um clima de desemprego, de violência, de falta de perspectiva de fato. As pessoas estão com medo e Bolsonaro explora politicamente este medo.

Aparte - Mas se cura medo com opções temerárias?
GB -
Cura-se o medo com a esperança. Concordo que ele é temerário. Mas as pessoas quando estão com medo descambam facilmente para um discurso de intolerância e de medo. E ele representa isso. Ele explora politicamente o medo. 

Deixe seu Comentário

*Campos obrigatórios.