Aparte
Opinião - O jeito Ciro Gomes de ser

[*] Edson Júnior

Tenho acompanhado em alguns grupos de WhatsApp discussões sobre pré-candidaturas à Presidência da República e um nome que vem ganhando destaque é o do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes. Em um dos grupos dos quais participo, a discussão era sobre o jeito Ciro de ser.

Para uns, um cara bruto; para outros, um cara honesto e talhado para a gestão púbica. Um cara preparado. O que ficou de resumo é que nenhum malfeito ou ato de corrupção é verificado em sua biografia, e isso importa muito.

No momento de escolher representantes para os poderes legislativos ou executivos, o gostar do eleitor deve ser pela biografia e preparo dos pretendentes para o cargo em disputa, não o jeito meigo de falar. 

Vamos ao ponto: Ciro Gomes é um bom nordestino, de sotaque forte e jeito sertanejo, não tem meiguice quando agredido em seus conceitos de vida, e ao tratar de política sua fala é a da indignação que habita cada um de nós, fala do inconformismo com as coisas injustas que sobejamente acontecem em nosso país. 

Poderia listar aqui seus feitos nos mandatos que exerceu como prefeito de Sobral e governador do Ceará e nos cargos de ministro da Economia e da Integração Nacional, mas não é o propósito do artigo traçar essa biografia de Ciro Gomes, apesar da luz que se abriria sobre suas qualidades como gestor. Voltemos ao jeito Ciro de ser.

Às vezes sobe o tom pela veemência com que defende seu pensamento, mas isso não é algo que o condene no trato da coisa pública. Além do mais, são episódicos os casos de uma fala mais vigorosa. Atire a pedra quem nunca deu um piti - gíria popular que expressa chilique.

Fato: Ciro tem qualidades para concorrer ao Governo Federal e é o que importa, principalmente no momento em que o Brasil está bagunçado, padecendo com o atual governo.

Ciro tem conhecimento sobre políticas públicas nos variados temas, estudou com profundidade gestão pública, macro e microeconomia, já foi prefeito, governador, deputado federal e ministro de pastas importantes. Nunca foi notícia por corrupção nos cargos que exerceu.

Quando fala duro, já disse lá atrás, é pela veemência e vigor na defesa do que pensa. Quando eleva o tom, é pela necessidade de denunciar mazelas que agridem o povo. Se não compactua com corruptos e fala duro, é exatamente o que todos queremos do nosso representante. Ou não?

Portanto, o jeito de ser e de falar de Ciro Gomes é menos importante que sua capacidade e honestidade para ajudar o país a sair da tormenta em que se encontra. 

O Brasil não está em um concurso para a escolha de um mister ou miss simpatia. O concurso é para definir quem será e o que fará o próximo presidente para colocar o país nos trilhos do progresso para as futuras gerações. É disso que devemos falar. Não o jeito de falar de Ciro. 

[*] É jornalista.

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