Aparte
Opinião - Não podemos perder a esperança no respeito às minorias

[*] Jossimário Mick

Falar de minorias incomoda a muita gente. O termo “minoria” não se refere a números. Ao contrário: negros, mulheres, por exemplo, são maioria no Brasil, mas integram as minorias justamente por terem direitos “menores”.

Suas lutas por direito a igualdade são históricas e a própria história mostra a incompletude das leis que os defendem. Vale lembrar que a lei da abolição da escravatura foi incompleta, pois não garantiu ao negro moradia, trabalho, dignidade, obrigando-o a viver em guetos, em condições subumanas de vida.

A LGBTFobia foi finalmente equiparada ao crime de racismo, portanto, a homo e transfobia são crimes. Ninguém poderá discriminar essa minoria, exceto, os templos religiosos que poderão, “em nome de Deus”, seguir pregando contra o amor entre os iguais. Apesar disso, conheço e sei de muitos religiosos que pensam diferentemente do que é pregado nos púlpitos e altares.

A cada 20 horas, um LGBTI+ é assassinado no Brasil. A população de travestis, mulheres transexuais e homens trans é ainda mais vulnerável. É necessária a implementação de leis que garantam medidas protetivas para resguardar sua integridade física e salvar vidas.

Um dia superaremos isso: novas gerações de cristãos têm uma outra consciência sobre a importância da tolerância, do respeito e do amor. Serão eles a igreja do amanhã. Não podemos perder a esperança!

[*] É professor, foi o candidato mais jovem do Brasil ao Senado em 2018 e é secretário de Juventude PSOL de Aracaju.

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