Aparte
Sucessão: oposição abre mão da vantagem e “manda” que governistas avancem

Eduardo Amorim: dando vida à fábula da lebre e a tartaruga

Seguramente, o bloco que faz oposição ao Governo de Sergipe, e que quer tomar o poder nas eleições de 2018, não está adotando atitudes políticas seguras para atingir este objetivo. Ao contrário.

O bloco que faz oposição ao Governo de Sergipe está atuando, quase que deliberadamente, para que os que fazem o Governo de Sergipe continuem fazendo o mesmo Governo de Sergipe a partir de 1° de janeiro de 2019.

O bloco que faz oposição parece zombar da vantagem que ele dispõe contra os que, no Governo de Sergipe, querem permanecer. Vamos aqui dar nome aos bois: todas as pesquisas eleitorais feitas este ano sobre a sucessão dão aos senadores Antônio Carlos Valadares, PSB, e Eduardo Amorim, PSDB, uma folgada vantagem.

Dizem, estas pesquisas, que eles estão bem acima das intenções de votos que obtém, por exemplo, o pré-candidato do governo, o vice–governador Belivaldo Chagas, PMDB, ou qualquer outro nome.

Mas o que fazem os oposicionistas com “esta vantagem de véspera”? Congelam, e põem num freezer, como se vantagem eleitoral com tamanha antecipação fosse algo imutável, que não pudesse ser dissipada, desfeita, alterada. Anulada, até.

Eles - Valadares e Eduardo - usam a gordurinha da liderança de que dispõem para fazer corpo mole, como se em política eleitoral houvesse reserva de mercado. Ou de gordura. Vamos aqui a uns fatos reais e concretos.

Embora Valadares e Eduardo estejam liderando as intenções de voto sobejamente sobre Belivaldo, não foram capazes, e nem zelosos, ao ponto de fechar o foco e decidir quem entre eles vai encarar a missão de disputar o Governo do Estado. Ficam batendo cabeça.

Atuam, Valadares e Eduardo, ambos como se cada um quisesse ser o candidato ao Governo. Geram, com isso, duas consequências: uma – insegurança, desestímulo e dispersão nas bases oposicionistas. Duas - fomento e estímulo aos governistas para que saiam de braçada, tentando reverter a vantagem que pertence aos oposicionistas.

Enquanto Valadares e Eduardo estão na pisadinha das visitinhas ao interior - que são cumpridas como se não estivessem em “ano eleitoral, embora 2018 já tenha começado -, Belivaldo, já ungido pré-candidato dos governistas, no dia 20 deste mês já vai para o quinto encontro de partidos das base aliada lhe declarando apoio.

Como pré-candidato, Belivaldo Chagas já passou em menos de dois meses pelos crivos do PT, do PMDB, do PSD, do PDT e vai chegar ao PC do B. Ele parece saber do peso da diferença que detém nas pesquisas e sai em desabalada e programada carreira atrás dos que estão na frente.

Quem aí vai dizer que isso não faz a diferença? Que ele está errado? Mais ainda quando “os da frente” se sentem as lebres da corrida com a tartaruga, e param na beira do caminho para tirar uma soneca, uma madorna. É claro que isso faz a diferença.

Em Sergipe, a política é feita de um modo bem desigual (ou diferente) da dos demais Estados. Aqui, quem chega primeiro, arrebanha mais aliados. E Belivaldo está nutrido de vontade política, em flagrante contraste com o fastio dos seus oponentes-lebres.

E na política - isso é científico - como na vida, quem tem mais apetite, come melhor do que quem tem fastio. Estranhamente, os oposicionistas estão trabalhando para sair de uma zona de conforto e cair numa de dificuldade. É, de fato, algo muito estranho.

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