Aparte
Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Valadares Filho disputará sucessão de Aracaju e acha que governo de Edvaldo não revalida uma reeleição
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Valadares Filho: disposto a ir à quarta eleição por um espaço no Executivo

Aparte - Como está a organização do PSB em Sergipe? O senhor tem feito o que por ele?
VF -
Temos andado todo o interior do Estado, temos fortalecido o partido não só em Aracaju, e isso também tem sido uma meta estabelecida junto com o presidente do diretório de Aracaju, o vereador Elber Batalha. Ao interior, tenho feito viagens semanais reformulando diretórios, reforçando os municípios, convidando pré-candidatos a prefeitos, a vice-prefeitos, a vereadores, enfim montando chapas proporcionais nesses municípios. Portanto, estou muito animado com essa nova roupagem que o PSB tem tido no interior do Estado e com as perspectivas de fortalecimento do partido em Aracaju.

Aparte - Pelo que o senhor tem conversado com ele, o ex-senador Valadares vai a uma disputa eleitoral em 2020 ou fica parado?
VF -
Isso é uma decisão que quem tem que tomar é o ex-senador Valadares. O que posso dizer é que ele tem uma história de respeito e de relevância em serviços prestados ao Estado e tem toda a legitimidade de tomar uma decisão pelo sim. 

Aparte - Quando o senhor foi colocado como assessor do PSB no âmbito federal, em Brasília, algumas pessoas acharam que era apenas um prêmio-consolação. O senhor tem atividade efetiva nesse contexto?
VF -
Eu tenho convicção de que foi um reconhecimento pela minha história no partido. Pelos 12 anos na Câmara dos Deputados. Pela minha experiência no trabalho com o Congresso Nacional, e é por isso que eu exerço a minha atividade na plenitude, em relação às votações, às proposições que são tramitadas no Congresso Nacional, que tem essa interação entre as bancadas da Câmara e do Senado, com a direção nacional do partido, as reuniões com o partido, que eu participo mensalmente, e as semanas que eu passo lá. Enfim, foi um reconhecimento da minha história, do meu trabalho e da minha experiência vivida em Brasília.

Aparte - Equivoca-se quem acha que o senhor está ocioso no partido?
VF -
Eu acho que quem diz isso o faz por um pouco de inveja. 

Aparte - O senhor está fazendo cursos de administração pública com qual objetivo?
VF -
Estou fazendo uma Especialização em Inovação Pública para sempre estar me atualizando. Eu divido o meu tempo em três etapas: com minha atividade na direção nacional do partido; na Presidência do partido aqui em Sergipe, o fortalecimento e a restruturação do PSB em nosso Estado, e também me especializando cada vez mais. Acho que é importante você dedicar seu tempo para que estar sintonizado com a modernidade administrativa - e isso eu tenho feito com muita dedicação.

Aparte - O senhor fundamenta isso com que argumento?
VF -
Fundamento isso conversando com o povo, andando nos bairros de Aracaju, acompanhando a administração, verificando promessas feitas que não foram cumpridas. Edvaldo Nogueira faz um governo feijão com arroz. Um governo que não conseguiu demonstrar para a cidade uma sintonia com a modernidade administrativa e com as mudanças que Aracaju precisava em todos os pontos. Veja o transporte público: os problemas corriqueiros dessa atividade, a licitação não feita, nem discutida e nem debatida. Veja o IPTU: isso foi mais um estelionato eleitoral. A revogação imediata do IPTU não foi feita. Tanto é que houve uma ação do PSB que no Tribunal de Justiça nós vencemos.

Aparte - Para o senhor, o governo dele não revalidaria uma reeleição?
VF -
Não revalidaria em hipótese alguma, e o povo vai mostrar isso no próximo ano. Veja: o sistema, quando se une, demora muitos anos no poder. É difícil enfrenta-lo. Isso é uma verdade. Mas um dia o sistema cai, e vai começar por Aracaju no próximo ano.

Aparte - E isso pode inferir sobre 2022?
VF -
Sim, consequentemente, a partir da derrubada desse sistema arcaico da capital, nós vamos começar a derrubar esse sistema no Estado. Começa por Aracaju, e eu não tenho dúvida de que será extensivo ao Estado no que ele vive hoje.

Aparte - O senhor viria para uma sucessão de Aracaju isolado, só com o PSB, ou teria aliados?
VF -
Ninguém é candidato de si próprio. Candidatura se constrói em conjunto. Dialoga-se. Primeiro, com o povo, e também, logicamente, com os partidos que possam convergir com os seus pensamentos, com o seu conteúdo programático, e com aquilo que você pensa para o futuro da cidade. Então, por mais que eu esteja disposto, me sinta cada vez mais preparado e esteja me preparando para uma disputa, farei isso construindo, dialogando, debatendo, para que a gente possa ter um projeto que represente algo novo para Aracaju.

Aparte - Essa possibilidade de deserção do PT da campanha de Edvaldo Nogueira lhe anima para uma parceria?
VF –
Devo dizer que tenho muitos amigos no PT em Sergipe. Nós já tivemos relações políticas e convergências em diversos momentos da política sergipana, portanto, não vejo problemas de mais adiante conversarmos sobre política e eleição.

Belivaldo Chagas: “O poder não lhe fez bem”

O ex-deputado federal Valadares Filho, PSB, está decidido: vai disputar a sucessão municipal de Aracaju em 2020, o que será a terceira vez que tentará ser prefeito da capital. Em 2012, perdeu para João Alves Filho, DEM, e em 2016, para Edvaldo Nogueira, PCdoB.

“Já mostrei que não fujo de desafios. Se na vida pública eu procurasse sempre o fácil, estaria hoje com o mandato de deputado federal”, fundamenta Valadares Filho. 

Apesar da afirmação de que recusa o fácil, Valadares Filho vê facilidade em desbancar o prefeito Edvaldo Nogueira numa tentativa de reeleição. Para ele, o governo de Aracaju “não revalidaria em hipótese alguma” uma reeleição de Edvaldo. 

“E o povo vai mostrar isso no próximo ano. Anote isso que estou dizendo hoje: Edvaldo Nogueira será na eleição de 2020 o João Alves da eleição de 2016. Ou seja, terá uma rejeição tão alta quanto foi a de João naquele 2016. Anote bem o que eu estou dizendo com tamanha antecedência”, diz.

Nesta breve entrevista à Coluna Aparte, Valadares Filho faz duras considerações contra o Governo de Sergipe e a pessoa do governador Belivaldo Chagas, PSD. Ele não admite que tenha radicalizado o discurso no segundo turno da eleição do ano passado. 

“Não fui um radical de maneira nenhuma. Eu diria até que fui um sub-radical, porque o que nós vemos hoje em Sergipe é um Estado totalmente no sentido contrário do desenvolvimento. Tudo que eu disse, sem exceção, sem exceção - eu repito -, no segundo turno está aí, só que ainda pior. Está muito pior”, diz.

Para ele, “o Belivaldo de hoje é consequência da ganância pelo poder”. “É preciso, mais do que nunca, levar em conta que Belivaldo Chagas é um ser humano que mudou radicalmente em relação ao seu comportamento pessoal, ao seu comportamento inclusive de visão política. O poder não fez bem a Belivaldo Chagas”, afirma Valadares Filho. E diz muito mais sobre políticos, PSB nacional e local, o pai e estudos na esfera administrativa.

Aparte - O senhor pensa em disputar novamente a Prefeitura de Aracaju na eleição do ano que vem?
Valadares Filho -
Veja, eu já mostrei que não fujo de desafios. Se na vida pública eu procurasse sempre o fácil, estaria hoje com o mandato de deputado federal. Eu busco representar o anseio da sociedade e fazer com que a minha entrada na vida pública sirva para ajudar o povo sergipano. E para o aracajuano, especificamente, em relação à nova disputa que você me pergunta agora, a minha relação é de busca por novos métodos de administração, para que a gente possa ter uma mudança real na forma de gerir Aracaju e também Sergipe.

Aparte - Suas chances diante de um Edvaldo Nogueira prefeito não seriam mais duras que diante de um Edvaldo fora do mandato, como fora em 2016?
VF -
Não acredito. Anote isso que estou dizendo hoje: Edvaldo Nogueira será na eleição de 2020 o João Alves da eleição de 2016. Ou seja, terá uma rejeição tão alta quanto foi a de João naquele 2016. Anote bem o que eu estou dizendo com tamanha antecedência.

Edvaldo Nogueira: previsão de que teria uma rejeição maior que a de João em 2016
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