Aparte
Vem zoeira aí: Vardo da Lotérica quer trocar Câmara de Itabaiana pela Assembleia Legislativa

Vardo da Lotérica: um passo em direção ao mandato estadual

Se você gritar numa praça pública de Itabaiana pelo nome de Arivaldo de Rezende, vereador de quatro mandatos deste município, é possível ninguém saiba de quem se trata. Mas se chamar pelo apelido de Vardo da Lotérica, é imediatamente identificado. 

E aí ele sai do anonimato de uma forma surpreendente e muitíssimo reconhecido. Vardo da Lotérica é uma figura pop. Pop pelo bizarro. Pelo folclórico: usa um discurso bruto, desconexo, cheio de palavras fora de contexto da diplomacia e às vezes do decoro parlamentar. No YouTube circula uma fala antológica dele, em plena tribuna da Câmara, acusando seus pares de serem uns “cheira-peidos” de prefeito.  

Mas esse Vardo da Lotérica quer ampliar este estilão no espaço político sergipano. Pretende trocar a Câmara Municipal de Itabaiana pela Assembleia Legislativa de Sergipe. E aí o discurso dele fica mais sóbrio. O senhor é candidato em nome de que projeto?, pergunta-lhe esta Coluna Aparte.

“O meu projeto é o de acabar essa corrupção que tem por aí. É o de acabar com o atraso no pagamento do funcionário público em Sergipe e é pra ajudar o povo carente do Estado”, diz ele, como se estivesse disputando mandato de governador e não o de deputado estadual.

Vardo da Lotérica - ele tem este nome porque lidou com o jogo do bicho por um bom tempo - vai apoiar a pré-candidatura de Valadares Filho, PSB, ao Governo de Sergipe. E manifesta consciência quando questionado sobre suas chances eleitorais nesta disputa. “A minha chance é que todo mundo tem. Estou na mão de Deus e na do povo de Sergipe”, diz.

Mas para Vardo, o tipo grotesco que ele faz e que vaza folcloricamente para as mídias sociais pode lhe render bons dividendos eleitorais. “Eu me acho um cara reconhecido e quem me curte é porque gosta de mim”, diz. O senhor acredita que isso dá voto? “Se eu acredito que quem me curte é porque gosta de mim, então vai votar em mim”, repete.

Na verdade, se seu estilão vai lhe ajudar na busca de uma vaga na Alese é algo difícil mesmo de prever. Mas que o estilo Vardo o favorece, parece ser uma resposta que a reeleição dele em 2016 sobre 2012 já confirmou: ele saiu de 1.875 pelo PP para 2.375, pelo PMDB - já foi ligado ao deputado Luciano Bispo. Isso equivale a um crescimento líquido de 500 votos.

Mas Vardo parece ter alguns lapsos de memória ruim para um político. Em face da pergunta de como tem sido suas votações, respondeu categoricamente: “Nessa última eleição, fui o primeiro mais votado”. Não foi. Foi o quarto, atrás de Zé Roberto O Imperador, Vaguinho e João Cândido. Perguntado por qual partido disputaria o mandato de deputado agora, garantiu ser pelo PPS. Um assessor o corrigiu: é pelo PTB.

No mais, Vardo soma com o senso comum, de achar que a corrupção deve ser combatida com rigor e cadeia. “Eu acho o seguinte: que Sérgio Moura venha faça varredura e bote tudo na cadeia esses ladrões. Roubou, é cadeia! E fazer devolver o dinheiro do povo. Não defendo Lula candidato a presidente. Tanto que ele errou, que ele está preso”, diz.

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