Aparte
Opinião - Aos mestres, com carinho

[*] Leonardo Lisboa

Nesse dia dos professores, gostaria de dedicar algumas palavras a todos os que passaram por minha vida e deixaram uma cicatriz em minha personalidade. Seja ela boa ou ruim, tenho certeza de que vocês moldaram o profissional que sou nos dias de hoje.

Saúdo também meus colegas de profissão, indivíduos abnegados que sacrificam sua própria luz para iluminar o caminho dos seus estimados alunos. Em um país como o Brasil, onde o ofício da docência é desalentado nos mais variados espaços, inclusive pelos próprios professores, note-se que assumir a cátedra em nosso país é despertar dois distintos sentimentos: pena e admiração.

Falando por mim, não aceito a pena, pois escolhi de livre e espontânea vontade a profissão que exerço atualmente. No que se refere a admiração, aceito de bom grado, pois é perceptível e conhecida por todos a batalha que travamos diuturnamente nas escolas de nosso país para educar crianças, jovens e adultos em prol de um futuro melhor para nossa nação.

Todavia, não quero nessa coluna lamuriar-me das dificuldades ou sugerir soluções mirabolantes para sanar os problemas da educação. Deixo essa árdua missão para pessoas mais capacitadas do que esse vos escreve. Quero convidá-lo a uma breve reflexão.

Imaginemos por um momento, um mundo sem professor. Um mundo sem tia Maria do Educandário Nunes Silva, que me ensinou a ler e a escrever. Um mundo sem o professor Marcos, que incutiu em mim o gosto pela ciência - gosto esse que por muito pouco não me levou a seguir um outro caminho na minha vida.

Foi ainda no Colégio Estadual João Batista Nascimento onde aprendi a amar os livros e as palavras, lugar em que certa vez tive que apresentar um trabalho sobre Tolkien, foi a pedido da professora Joana que explanei para meus colegas de classe um livro que estava lendo do referido autor - esse momento foi decisivo e acabou por despertar em mim uma paixão inenarrável pelas letras.

Imagine por um momento um mundo sem o professor Artur, que na faculdade me ensinou lições valiosíssimas que carrego até os dias de hoje, ensinamentos da mais profunda magnificência. É deveras impossível citar todos os mestres que passaram pela minha vida, tão pouco agradecê-los na devida proporção, mas quero nessas humildes palavras eternizar o meu muito obrigado a todos esses professores que me ajudaram a ser quem eu sou. A verdade é que sem vocês eu não seria eu.

Tenho um infinito orgulho em ser professor e convido meus nobres colegas a compartilharem do mesmo sentimento. Pois lembremos que Deus, em toda sua sabedoria etérea, enviou seu único filho para morrer por nós, derramar seu sangue na cruz e redimir os nossos pecados. Mas antes de fazê-lo, Jesus Cristo dedicou grande parte dos seus dias na terra para ensinar, lecionar e educar milhares e milhares de discípulos que o acompanhavam. O filho de Deus poderia ocupar qualquer ofício, mas foi justamente a docência que o nosso senhor escolheu utilizar para transmitir sua mensagem a todos nós.

Que possamos, todos nós professores, nos orgulhar do nosso trabalho. Gritar a plenos pulmões e de cabeça erguida que somos mestres, tal como Jesus era.  Espero que esse artigo acalente o coração tão sofrido dos professores de nosso país. E se você que me lê tem ou teve um professor que o marcou profundamente, use esse dia para agradecê-lo pela sua existência e por compartilhar um pouco do saber com você.

[*] É professor.