Aparte
Com fim do mandato, Amorim volta para a Medicina, mas sem deixar a política morrer

Afastado há 12 anos de clínicas e hospitais, Amorim está disposto a encarar nova rotina de vida em 2019

O senador Eduardo Amorim, PSDB, iniciou o ano de 2019 com um “chá de sumiço”, pelo menos na mídia sergipana e em suas redes sociais - sua última postagem no Facebook e no Instagram tinha sido há exatos 18 dias, quebrando somente hoje, 18, o silêncio. Há quem conclua, com isso, que ele esteja recolhido, remoendo suas duas derrotas seguidas para o cargo de governador. Mas, segundo o próprio: ledo engano.

Mesmo arredio aos holofotes, “não sou um cara espetaculoso”, Amorim afirma que está sim na ativa, trabalhando, conversando com amigos políticos. Mas preferiu a discrição. Diferentemente dos demais figurões derrotados nas eleições passadas - como André Moura, Valadares e Valadares Filho -, que estão aproveitando o restinho de seus mandatos, visitando localidades, recebendo gestores para assinatura de convênios, entre outras ações.

“A política não vai morrer”, assegura. Contudo, somente pensará em eleições concretamente, tomará decisões políticas daqui um ano e meio. “É muito cedo agora. Mas digo que não vou deixar de irrigar, semear, plantar. Continuo recebendo no partido, conversado com várias lideranças”, destaca o senador.

Para Amorim, política é missão. “Sempre encarei desse jeito. O cargo não é maior que o meu caráter, a minha índole, de forma nenhuma. Terminei essa missão, mas outras virão e, modéstia à parte, estou muito preparado para elas. Digo-lhe que vou fazer o que sempre fiz, procurar me qualificar da melhor maneira possível para o próximo desafio”, informa.

Para surpresa de alguns, assim diz o próprio Amorim, os novos horizontes do senador serão na medicina, após 12 anos afastado. “Alguns se espantam: “você vai voltar mesmo?”. A partir de primeiro de fevereiro, volto a fazer anestesiologia, volto para as clínicas, hospitais. Também fui convidado para voltar para a cooperativa (dos médicos)”, informa. Formado em Direito, até convite para área jurídica recebeu. “Mas vou voltar mesmo é para a medicina”, assegura.

Atividades não faltam para preencher o vazio que Brasília e o agitado Senado deixarão na vida de Amorim. “Fui convidado para dar aula. Estou estudando o convite, mas possivelmente não aceitarei. Confesso que nem esperava. Fico feliz. Mas aula? Só para aprender. Ah, quero terminar o curso de Jornalismo também. Falta só um ano”, afirma.  

Amorim está disposto mesmo a encarar outra rotina de vida em 2019. Ele revela que os primeiros dias do ano foram dedicados mais a cuidar do seu corpo e mente. “Já li vários livros. Estou fazendo coisas que confesso que não fazia, ou melhor, nunca fiz, e preciso fazer. Estou tomando conta um pouco da vida pessoal, que estava muito de lado”, informa.