Aparte
Aparte - A arte da política e a arte de governar

[*] Almeida Lima

Sergipe é terra onde prosperam os “artistas da política”. São grandes “artistas”, hábeis encenadores, ilusionistas, malabaristas, enganadores e encantadores de serpentes. Muitos usam até máscaras, belas máscaras greco-romanas, como na antiguidade antes de Cristo. É que assim ficam mais à vontade para a encenação da mentira e da hipocrisia da velha política.

Os “artistas” estão em cena. Chegou a temporada. No palco, a novidade fica por conta dos “novos”, como gostam de ser rotulados, embora já sejam bem capazes, e capazes de tudo! Tiveram até a sabedoria de juntar, numa mesma trupe, os antagonistas do passado recente e as felpudas raposas.

Gente, metáforas à parte. É que Aracaju e Sergipe já foram governados por sábios em fazer política, hábeis em acordões para se manter ou conquistar o poder, e que, de tão espúrios, não tinham nem coragem de olhar um para o outro. Depois da eleição, tal qual nos casamentos forçados, cada um saía por uma porta com a sua fatia, enquanto a nossa gente ficava por mais quatro anos com as migalhas que sobravam do banquete do poder. 

Ó céus! É duro, mas é isto que tem acontecido. Ou alguém diz não ser verdade? Mas tenho fé que essa peça não vai ter reprise. Que a nossa gente não se preste mais uma vez a ser enganada como na eleição passada, nas mãos do policial senador.

Afinal, Aracaju não precisa de sábios na arte da política. Precisa, sim, de sábios na arte de bem governar. Na arte de ser bom gestor. Gente, pense nisso.

[*] É ex-prefeito de Aracaju, ex-senador e ex-secretário de Estado da Saúde de Sergipe.