Aparte
Edvaldo Nogueira: “Não fui eleito pra pensar eleição a cada 6 meses, a cada ano, a cada dois anos”

Edvaldo Nogueira: buscando ponto de equilíbrio entre gestão e eleição

Se ele está certo ou errado, o julgamento está em aberto. Mas o que ninguém consegue botar na cabeça do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, PC do B, é que ele deva colocar na rua, pra já, o bloco da sua própria sucessão que vai acontecer em outubro de 2020.

Edvaldo Nogueira não teme que fique rouco de repetir isso - e foi exatamente o que fez para a Coluna Aparte nesta quinta-feira, 14, sobretudo em face das cutucadas que vem recebendo do PT, seu velho aliado e meio matriz do poderio que ele amealhou desde 2000, simbolizado em três mandatos de prefeito da capital.

“Não fui eleito para pensar numa eleição a cada seis meses, a cada ano, a cada dois anos. Tenho a consciência de que se eu pensasse mais em eleição e menos na cidade, não seria compreendido. Eu fui eleito para fazer um trabalho de quatro anos por Aracaju, e é a isso que me dedico diuturnamente”, disse ele, numa breve conversa com esta Coluna no começo da noite desta quinta, 14.

Para Edvaldo, Aracaju e seus problemas precedem a eleição. “Até hoje, não tem um só dia que eu não me acordasse com vontade de ir à Prefeitura, porque a minha vontade é a de fazer o máximo para melhorar a vida das pessoas de Aracaju. E eu estou concentrado nisso. Quem quiser lançar candidatura, que lance”, reforça.

Na visão de Edvaldo Nogueira, ele, enquanto agente público, se encaixa num novo perfil político. “Felizmente, acabamos com aquela dicotomia de esquerda e direita. E a política hoje está dividida em dois blocos: o dos políticos que vivem pensando nas eleições, que nem acabam uma e já começam outra, e nos políticos que estão pensando na sociedade. Este é meu caso”, diz.

“Não penso na eleição. Penso na sociedade de Aracaju. Mas não condeno, não censuro e nem fico chateado com aquilo que esses políticos e alguns partidos querem discutir. Quem quiser discutir, discuta. Mas não vai encontrar interlocução em mim. Quem estiver preocupado com eleição, faça o que bem quiser fazer. Para mim, a sucessão municipal de Aracaju não está na ordem do dia”, reitera.

No que diz respeito ao PT, seu aliado e, por vezes, algoz, Edvaldo tem também uma leitura bastante equilibrada. “Até agora, não tenho nenhum problema com o PT. É preciso pensar que o PT fez parte da minha aliança, fez parte da minha campanha e que participa do meu governo. Que está no meu governo - e isso diz tudo. Todas as questões de ordem eleitoral que vêm do PT, eu as relevo, porque não estou preocupado com eleição. Eu estou preocupado é com a administração. É em discutir o futuro de Aracaju. Em produzir resultados”, sugere Edvaldo Nogueira.

“O que o PT decidir, é problema dele. Eu encaro tudo isso com muita naturalidade. Eu não gosto é de me imiscuir em política interna de nenhum partido - nunca fiz isso em toda minha vida, o que, aliás, aprendi com Marcelo Déda, para quem a gente nunca deve se meter nas questões internas de outros partidos. Como não gosto que ninguém se meta na política interna do PCdoB. Cada partido que resolva lá suas questões internas. Eu só acho que pensar e discutir a essa altura o que vai acontecer em 2020 é de alta temeridade. O que se defende hoje, daqui a seis meses pode não valer mais nada”, diz ele.