Aparte
Eduardo Amorim critica especulação em poupança de dinheiro que deveria construir Hospital do Câncer

Eduardo Amorim: isso diz que saúde para Sergipe não é prioridade

O médico, ex-senador e presidente da Executiva Estadual do PSDB de Sergipe, Eduardo Amorim, criticou nesta terçam, 28, os rendimentos de mais de R$ 12,7 milhões em poupança gerados por recursos de emendas do orçamento da União que deveriam ter sido usados para a construção do Hospital do Câncer Governador Marcelo Déda em Sergipe.

Os recursos federais liberados desde 2012, fruto de emendas de 2011, e aplicados em poupança da Caixa Econômica Federal em nome do Governo de Sergipe, já renderam R$ 12,731 milhões. O ex-senador Eduardo Amorim, que está na origem desses recursos, estranha e reclama da inércia deste dinheiro.

“Enquanto isso, Sergipe tem por ano 1% da população com câncer. Ou seja, de 10 mil a 15 mil casos de algum tipo de câncer. A tradução disso é que saúde não é uma prioridade para os Governos de Sergipe. Quantas pessoas morreram de câncer em Sergipe ao longo desse oito anos? É verdade que muitas morreriam, mas com o hospital muitas vidas seriam salvas também”, diz o médico político.

Eduardo Amorim desaprova que esses recursos, hoje em R$ 81,7 milhões, estejam parados. “De jeito nenhum dinheiro pra saúde deve ficar aplicado em banco. Dinheiro para saúde é para se aplicar em saúde. Porque não tem bem e nem patrimônio maior do que a saúde”, diz.

Eduardo fala composição desta montanha de dinheiro. “Na verdade, foram sete emendas, e orçamentariamente somavam mais de R$ 200 milhões. Em dinheiro, se tínhamos os R$ 81 milhões, fora o rendimento, mas esse restante de recursos para fazer os R$ 200 milhões foi perdido, porque a obra nunca foi continuada, apesar de ter tido início”, diz.  

“Se necessitasse de mais R$ 60 milhões, por exemplo, orçamentariamente havia. Mas o argumento que eu ouvia em Brasília era o seguinte: “Eduardo, a saúde é carente de dinheiro. Se mandarmos mais para Sergipe, vai ficar no banco e vai faltar em outros lugares”, como está provado com os R$ 81 milhões que estão no banco”, diz ele.

“Mas minha obrigação como sergipano era a de pedir mais dinheiro, mesmo não tendo a obra. Todo dinheiro de emenda que é depositado e vai obrigatoriamente para uma conta poupança e veja que temos mais de R$ 12,7 milhões só de rendimento. Ele tem quase obrigatoriamente que render. Quase R$ 13 milhões de rendimento não é pouco dinheiro para um jurozinho pequeninho de poupança”, conceitua Eduardo Amorim.