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Da PM para Câmara de Vereadores, cabo Didi promete votar naquilo que for bom para o povo

Cabo Didi quer continuar dentro da Câmara com a bandeira de combate às drogas

Formado em Administração Pública pela Universidade Federal de Sergipe - UFS - e policial militar há mais de 20 anos, Adriano Souza Santana, ou melhor, o cabo Didi, 40 anos, a partir desta próxima segunda-feira, 4, deixará de lado a farda de PM e encarará uma nova rotina, um novo desafio em sua vida: vereador da Câmara Municipal de Aracaju, ao tomar posse oficialmente.

Cabo Didi, Rede, assim como José Valter, PSD, herdaram as vagas deixadas pelos então vereadores Kitty Lima, Rede, e Iran Barbosa, PT, respectivamente, que a partir desta sexta-feira, 1º, assumem os mandatos de deputados estaduais.

“É um negócio diferente né? Sair de uma vida de polícia militar para entrar na política. Inclusive, meu último serviço, despedida, foi quarta-feira. Foram 12 anos de Rádio Patrulha e 20 anos de PM”, informa Cabo Didi, que, ao assumir o cargo de vereador, irá para a reserva. Coisa que ele acha para lá de injusta. “A gente entra na política para ficar, mas se não se reeleger mais? Fica em casa? Creio que deveria poder voltar a trabalhar”, diz.

Cabo Didi encara um cargo público pela primeira vez. Por duas vezes já havia tentando encarar, mas sem êxito: em 2014, se candidatando a deputado federal; e, em 2016, de vereador, obtendo apenas 1.953 votos.

Mesmo sem nenhuma experiência na vida pública, Didi lembra que tem experiência com o social. Ele é fundador do projeto Fumaça Zero, que usa o esporte como prevenção ao uso de drogas, ocupando crianças e adolescentes com atividades físicas.

Quando você combate o vício, você economiza na saúde, segurança, em tudo. Pretendo então continuar com essa bandeira lá dentro da Câmara”, reforça Didi. Ele informa também que tocará alguns projetos deixados por sua colega de partido, Kitty Lima. 

Por falar em partido, mal entrou Câmara Municipal, Didi já viu seu nome envolvido em celeuma. Tudo porque, logo após saber que herdaria a vaga de Kitty, resolveu se reunir com Edvaldo Nogueira para conhecer melhor os projetos que estão sendo desenvolvidos em Aracaju e se colocar à disposição para dialogar sobre ações que contemplem o Santa Tereza.

“Estou tranquilo. Essa história em relação ao prefeito, eu digo uma coisa: vou votar o que for bom para o povo. Se for ruim, não voto. O pessoal fica falando que sou situação e oposição. Acho feio essa coisa toda. Isso acaba até atrapalhando o bom andamento das coisas”, afirma Didi.

O cabo deixa claro que não deve nada a ninguém, nem mesmo ao partido. “Só devo ao povo aracajuano e a minha comunidade e aos meus amigos. E, claro, primeiramente, Deus”, ressalta.  

Isso tudo é direcionado ao vereador Américo de Deus, seu colega de partido, que achou um “absurdo” Didi ter se encontrando com Edvaldo. De acordo com o parlamentar, o suposto alinhamento do futuro vereador com o prefeito é um problema.

“Cabo Didi será chamado pelo partido e será mostrado o posicionamento e alinhamento. Ou se enquadra ou não iremos aceitar esse comportamento”, reagiu Américo de Deus.

Didi, claro, achou tudo uma tremenda situação desnecessária. “Não sei porque até hoje falam disso. Se houve algum mal estar, a própria direção do partido deveria me procurar e não procurou. Mas não tenho raiva dele, entendo que política é assim mesmo”, ameniza.

Parece que se foi o tempo em que não podia haver nenhum tipo de diálogo entre situação e oposição. Prova disso foi o recente encontro entre o agrupamento de Didi - Kitty Lima, Georgeo Passos, Alessandro Vieira, Samuel Carvalho - com o governador Belivaldo Chagas.

“Todo mundo conversa com governador, prefeito e não vejo nada demais. Todo mundo está aí para ajudar o sergipano. Independentemente de quem seja, temos que estar do lado do povo”, reforça Didi.