Aparte
Senadores se manifestam sobre demissão de Mandetta da pasta da Saúde

Luiz Henrique Mandeta (em pé) assumiu o comando do Ministério da Saúde em 2018 e teve sua dispensa da pasta anunciada nesta quinta-feira pelo presidente da República

A demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde repercutiu entre os senadores. Logo após o anúncio da decisão, na tarde desta quinta-feira, 16, vários senadores foram ao Twitter lamentar sua saída e criticar a postura do presidente Jair Bolsonaro.

Na rede social, a senadora Eliziane Gama, Cidadania-MA, disse que o Brasil recebe com temor a demissão do ministro. Na visão da senadora, ele atuou com coragem ao "não se submeter às loucuras de um presidente que se mostrou tantas vezes irresponsável”. Ela também pediu que o novo ministro, Nelson Teich, trabalhe sem apego ideológico que signifique risco à vida dos brasileiros.

"A nossa torcida é que o novo ministro ancore sua gestão em princípios defendidos pela Organização Mundial da Saúde - OMS - e pela ciência. Também torcemos que os brasileiros e brasileiras não tenham que pagar com a própria vida essa decisão intempestiva tomada pelo presidente — afirmou a senadora em um vídeo divulgado por sua assessoria.

Para o senador Humberto Costa, PT-PE, Mandetta foi demitido por seguir as recomendações da OMS e por pensar diferente de Bolsonaro. Ele ressaltou que vários panelaços foram registrados em diversas cidades do país, em protesto contra a mudança na pasta. Paulo Rocha, PT-PA, afirmou que a demissão de Mandetta deixa várias dúvidas, mas a principal delas é se o Brasil continuará seguindo diretrizes de saúde pública ou o que os economistas recomendam. Se for necessário, avisa o senador, “acionaremos o STF para impedir que o governo tome medidas irresponsáveis neste momento de crise”.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse lamentar que a demissão ocorra sem motivação técnica e em meio à maior crise sanitária da história, mas destacou que Nelson Teich tem currículo compatível com o cargo. Randolfe Rodrigues, Rede-AP, apontou que recebeu a notícia da saída de Mandetta com preocupação. Para o senador, vaidade e falta de diálogo marcaram mais “esse triste episódio do governo”.

Ângelo Coronel, PSD-BA, disse que Mandetta não aceitou a subserviência e saiu. De acordo com o senador, a lei no governo é bem clara: “cale-se ou será demitido”. O senador Weverton, PDT-MA, também lamentou a saída do ministro e ressaltou que não deveria ser no momento de transição.

Em sua conta, Jean Paulo Prates, PT-RN, disse que o governo está na contramão. Ele acrescentou que “em momentos de crises é a hora de reunir todos no enfrentamento ao coronavírus, não é hora de dividir uma equipe ou uma nação”. "Lamentavelmente, Bolsonaro tem preferido usar a última opção e confundir e dividir a população brasileira, lamentou o senador.

Segundo Major Olimpio, PSL-SP, a saída de Mandetta se explica porque ele preferiu seguir a ciência e a medicina. Olimpio ainda desejou sorte ao novo ministro e ao povo brasileiro. Na mesma linha, Nelsinho Trad, PSD-MS, classificou a demissão de lamentável, mas disse torcer pelo novo ministro e pelo Brasil. Fabiano Contarato, Rede-ES, disse que a demissão foi um “capricho do capitão”, em referência ao presidente Jair Bolsonaro. Já os senadores Eduardo Braga, MDB-AM, e Veneziano Vital do Rego, PSB-PB, agradeceram o trabalho de Mandetta no Ministério da Saúde.

"Agradecemos toda a sua dedicação em prol do povo brasileiro! A sua competência e responsabilidade sempre serão reconhecidas pelos que têm bom senso", registrou Veneziano.

Fonte: Agência Senado

Foto: © Marcello Casal Jr/Agência Brasil