Aparte
Alessandro Vieira, Valadares Filho e a foto: “Ninguém cantou ninguém. Mas teremos outros diálogos”

Na cena da foto, Alessandro Vieira e Valadares Filho. Na tradução dos motivos, só Valadares

Em tempos de eleição, ou de pré-campanha, a mínima foto de agentes da cena política pode despertar a máxima curiosidade, uma série de conjetura e até de ilações.

Não foi diferente com esta que reuniu na última quinta-feira à tarde, num só click, o senador Alessandro Vieira, Cidadania, e o líder político e ex-deputado federal Valadares Filho, PSB.

Para os especuladores de plantão, a imagem tem que traduzir no mínimo uma conversa sobre a sucessão de Aracaju - e daí em diante os pensamentos se bifurcam nas mais variadas elucubrações possíveis. Algumas dessas elucubrações até afetadas.

É bom lembrar que Cidadania e PSB têm, desde já, predeterminadas as suas pré-candidaturas a prefeito da capital, e que recam, respectivamente, nas pessoas de Danielle Garcia e do próprio Valadares Filho.

Mas por via das dúvidas, a Coluna Aparte quiser saber dos dois bonecos flagrados na foto quais as versões deles para aquele risonho fotografamento. E ligou pros dois - primeiro, pro fazedor e espalhador da foto, o senador Alessandro. O click foi feito no escritório dele em Aracaju. E depois para Valadares Filho.

O senador Alessandro Vieira, que é meio amuado para esses negócios de atendimento a telefonema, não deu a mínima. Valadares Filho, diferentemente, depois de umas três chamadas ligou de volta. De modo que o que vai a seguir em forma de texto é parte da conversa com ele.

“A tradução daquela foto é a de que houve um encontro de dois políticos que trataram de política de forma genérica. Nada em específico. Nós conversamos sobre Aracaju, sobre Sergipe e sobre o Brasil.

Ninguém cantou ninguém. Verificamos, na conversa, que há a possibilidade de uma parceria, mas achamos, ambos, que está muito cedo ainda. Nós combinamos de ter outras conversas.

Eu diria que foi uma conversa que demonstra que tanto o Cidadania quanto o PSB hoje se colocam como partidos que terão candidatos a prefeito de forma legítima, democrática e autônoma.

E, logicamente, nós nos colocamos como dois partidos que podem ter outras conversas mais na frente, e é natural que isso vá acontecer. Porque quem pretende liderar um projeto, quem pretende ter uma candidatura própria, naturalmente tem de abrir também o diálogo com outros partidos.

Creio, enfim, que essa conversa demonstra isso: que tanto o Cidadania quanto o PSB podem lá na frente buscar um certo entendimento. Mas não ficou nada disso estabelecido agora, até porque é muito cedo para isso.

Não ficou definido que o PSB apoia o Cidadania, nem que o Cidadania apoia o PSB. Agora, o que ficou muito claro na nossa conversa é que teremos sim, mais na frente, outros diálogos”.