Aparte
Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Gestora da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza vive um de seus maiores desafios
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Waneska Barboza: “Tudo que está a nosso alcance estamos fazendo, mas a gente precisa de uma colaboração da população”

Servidora efetiva da Prefeitura de Aracaju desde 2006, a médica emergencista Waneska Barboza, secretária da Saúde de Aracaju, tem formação voltada à parte de urgência e emergência e já perpassou por vários setores da administração: coordenou o Samu, o setor de regulação e a rede de urgência. 

Hoje, toda essa experiência tem sido utilizada no enfrentamento a essa pandemia de coronavírus, um dos maiores desafios profissionais da vida dela. “É muito gratificante ter perpassado esses setores e ter adquirido conhecimento, experiência, e hoje estar à frente da Secretaria sendo responsável por essas ações. Mas é um crescimento pessoal e profissional”, admite Waneska.

Ela preside, junto ao prefeito Edvaldo Nogueira, o Comitê de Operações Emergenciais – COE –, que define as estratégias de combate ao vírus. “É um grande desafio, como gestora da saúde, poder coordenar a Secretaria num momento como esse e, junto ao prefeito, que está participando disso o tempo todo, definir ações com tamanha repercussão na sociedade”, reforça.

Waneska é gestora de uma pasta que é responsável pela saýde de 647 mil pessoas e admite que, para isso, precisa estar com a cabeça centrada no foco do problema, mesmo que todos eles tenham caráter emergencial. “Você não pode estar focado no problema em si, é preciso vê-lo de fora para perceber todos os aspectos, já que qualquer ação tomada tem repercussão”, afirma.

Apesar disso, Waneska admite que tem sido um grande aprendizado. “Além disso, é muito gratificante saber que temos a condição, que temos pessoas com competência e capacidade de governança, para podermos estabelecer regras, planos, ações que visam diminuir os impactos da pandemia na capital”, ressalta.

Uma dessas ações é o MonitorAju, serviço de atendimento destinado a orientar a população aracajuana sobre a doença, além de realizar triagem e monitoramento de casos sintomáticos, que foi uma sugestão direta dela ao prefeito.

"Eu estava em casa, pensando em como poderíamos controlar esses casos e diminuir a ida das pessoas à Unidades de Saúde, e rabisquei um instrumento através do qual a gente pudesse colocar profisisonais para atender o público e ter dados e informações do paciente que pudessem e subsidiar o atendimento”, define Waneska.

“Nesse mesmo dia, o secretário de Planejamento (Augusto Fábio de Oliveira) ligou oferecendo ajuda e eu perguntei se podia colocar o formulário em um formato eletrônico. Daí surgiu o serviço, que criou corpo, as pessoas começaram a aderir. Depois, veio a ideia de colocar o formulário no site da Prefeitura para quem não ligasse. A  gente vem melhorando o MonitorAju e ele já surte efeito positivo”,

Esse é um dos fatores que a levam a crer que a saúde, após essa pandemia, vai sofrer avanços significativos. “A saúde vai conseguir avançar, principalmente do ponto de vista tecnológico, porque é na epidemia, na pandemia, na necessidade, que a gente consegue encontrar saídas que quando não se está em situação de estresse, de resolução de problemas, acabamos postergando”, justifica.

Segundo Waneska, o próprio MonitorAju, por exemplo, é um serviço que não deverá ser mantido após o fim da pandemia, assim como o serviço de atendimento psicológico. “Não vamos conseguir retroagir, então, a tendência é que essas ferramentas sejam aperfeiçoadas para outras situações”, afirma.

Ela reforça a mensagem de que a população deve ficar em casa. “Estamos apenas conhecendo o início de uma pandemia, alguns Estados vêm sofrendo bastante, mas o nosso ainda tem poucos casos, então é importante que as pessoas levem isso a sério, que entendam que precisam se proteger, que entendam que quando o governo municipal pede o isolamento é para evitar a transmissão rápida da doença e que a gente precise assistir a várias pessoas ao mesmo tempo”, analisa.

Aliás, segundo Waneska, a administração “tem feito de tudo para dar o melhor”: separamos as UBS para atender os pacientes sintomáticos; fizemos um serviço de comunicação para orientar; estamos ampliando leitos de retaguarda. Tudo que está a nosso alcance estamos fazendo, mas a gente precisa de uma colaboração da população”, reitera.

Para além de tudo isso, a secretária da Saúde acredita que o período deve servir motivo de reflexão. “Esses momentos de estresse, de dificuldades, de medo, servem para que a gente reflita sobre nossas ações e pensemos que um novo mundo se apresenta agora, que é o mundo da colaboração, da compreensão, da empatia.. as pessoas estavam distante, olhando para o seu próprio umbigo, e é isso que eu acho que tem que ficar como mensagem, o mundo tenta mostrar que o ser humano está saindo do seu limite e precisa voltar a viver de forma harmônica”. Que todos entendam o recado!

Foto: André Moreira 

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