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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Sérgio Reis é considerado em Lagarto um “ótimo” candidato para uma “boa derrota”
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Sérgio Reis: no centro das polêmicas e da rejeição de Lagarto

É impressionante como um político, na oposição de dois grupos rivais numa mesma cidade, consegue tanto ter a torcida unânime desses grupos para que seja ele o pré-candidato a prefeito da família tradicional do lugar.

É exatamente isso que acontece com os grupos liderados pelo ex-prefeito Valmir Monteiro, PSC, e pelo deputado federal Gustinho Ribeiro, SD, quando está em pauta a candidatura da família Reis, simbolizada hoje na figura esquiva e fugidia de Sérgio Reis.

Os dois grupos torcem para que o candidato dessa família seja exatamente ele, Sérgio Reis, que um dia já foi deputado federal por um único mandato. E a explicação para esses dois grupos, que esta Coluna não certifica se exata ou errada, é a de que Sérgio Reis é facilmente batido por qualquer outro candidato. E por uma série de fatores.

Segundo eles, o índice de rejeição deste Reis, que virou um lobista profissional no corpo do Governo de Belivaldo Chagas, é altíssimo, o que lhe tira qualquer chance de sucesso eleitoral.

Na primeira parte dessa visão dos dois grupos, há uma verdade certificada em campo: numa pesquisa que circulou em Lagarto esta semana, o Serjão tropeça numa rejeição de nada invejável: nada menos do que 21,9% dos lagartenses disseram que não votariam nele de jeito nenhum.

É claro que fica difícil dizer que isso lhe tira qualquer chance de sucesso eleitoral, porque na mesma pesquisa Sérgio aparece na liderança da intenção de votos, com 28,1% dizendo que votariam nele para prefeito. De qualquer modo, para uma boa e limpa análise política, 21,9% de rejeição para quem não está no poder é algo pra lá de salgado. É algo pesado.

Basta comparar a rejeição dele com a de Hilda Ribeiro, a prefeita que está no centro de uma briga com os Monteiro: ela é rejeitada por 18,5% dos lagartenses. É razoável para quem está no lugar em que ela se coloca, e nas circunstâncias em que chegou ali. Na intenção de votos, Hilda tem 23,4%.

Os grupos de Valmir e de Gustinho - que não se juntarão jamais - veem Sérgio Reis como um político isolado, deslocado, que só pensa nele e, como consequência, como uma ex-figura política extremamente à margem da realidade de Lagarto. O único elo dele com o município seria o sobrenome Reis e o mandato do irmão deputado federal, Fábio Reis, que é politicamente bem mais palatável.

Uma liderança de um destes dois grupos lembra que em 2016 Sérgio Reis foi ao máximo em sua vocação egocêntrica ao pegar os seus trens, interesses e intenções políticas e abandonar o próprio pai, Jerônimo Reis, com uma candidatura a prefeito da cidade que resultou derrotada.

Segundo esta fonte, Sérgio agiu assim depois de ter a candidatura de Jerônimo Neto, seu filho, retirada de cena para ceder lugar ao avô - em princípio, registou-se a candidatura com o nome de Jerônimo Neto enquanto se esperava que a justiça eleitoral liberasse a de Jerônimo, o avô.

Quando isso se deu, lembra essa fonte, Sérgio fugiu do município. Desapareceu, politicamente falando. “Esse tal de Sérgio Reis não faz nada que não seja pensando nele mesmo. Agora ele, que sempre viveu fora de Lagarto, está rondando o município, com a intenção de se candidatar. Mas não terá futuro", diz esta fonte.

Claro que isso tudo é visão de oponentes do próprio Sérgio Reis. Mas o certo é que a visão uníssona de dois grupos que se opõem entre si e são contrários aos Reis não deva ser menosprezada - apesar dos 28,1% das intenções de voto que ele amealha na pesquisa.

(A sondagem eleitoral foi feita pelo Instituto Exclusivo de Pesquisa e Ensino nos últimos dias 14 e 17 de fevereiro de 2020, ouvindo 596 eleitores do total de 72.941 do município de Lagarto e tem nível de confiança de 95% e margem de erro de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa tem registro no TER/SE de número -06478/2020).

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