Aparte
Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Tempo se fecha contra Cabo Amintas. Começa por não entrar mais armado de pistola
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Cabo Amintas: o cerco se fechará a partir da semana que vem

Depois do bafafá protagonizado pelo vereador Cabo Amintas, PTB, na última quarta-feira, 17, na Câmara Municipal de Aracaju, chamando o vereador Vinícius Porto, DEM, para tocar tapas e sopapos, restaram indicativos claros de que a vida desse parlamentar trabalhista pode entrar em parafusos na Casa Legislativa a partir de agora. O tempo vai se fechar contra ele na Câmara.

Para começo de conversa, a Mesa Diretiva da Câmara de Aracaju vai se reunir na próxima segunda-feira, 22, em caráter de urgência, para adotar medidas que interditem a entrada de Amintas Oliveira Batista, nome oficial do cabo, armado da inseparável pistola com a qual, segundo Nitinho e Vinícius Porto, o vereador-PM frequenta as sessões do Legislativo da Capital.

“Ele frequenta as sessões portando uma pistola. Nosso Regimento não trata disso, mas na segunda-feira próxima faremos uma reunião da Mesa Diretora, quando baixaremos uma Resolução proibindo qualquer vereador, e não só o senhor Amintas, de frequentar sessões armado”, disse com exclusividade à Coluna Aparte nesta quinta-feira, 18, o vereador Nitinho Vitale, presidente da Câmara Municipal.

A presença inibidora da pistola do Cabo Amintas em plenário do Legislativo inferiu, inclusive, sobre a calmaria apresentada pelo vereador Vinícius Porto no momento em que o cabo da PM lhe chamava para a luta corporal. Em nenhum momento Vinícius se abalou. “Tenho dois filhos para criar e não preciso passar por isso. Ele vai para Câmara de pistola. Como pode isso? Aliás, não estou na política para isso”, desabafa Vinícius.

Nitinho Vitale revela uma faceta nada simpática de Amintas por trás da pistola. “Ele vive constrangendo vereadores com essa arma. O vereador Vinícius me disse que esta semana ele pegou uma bala, retirada do pente, e deu à vereadora Emília Correa: “Olhe aqui a bala”. Isso é uma piada sem graça. Não conheço nenhum outro entre os demais 23 vereadores de Aracaju que frequente a Casa armado. Não tem cabimento. Mas nós vamos botar termos nisso a partir de segunda-feira”, revelou Nitinho.

“Um vereador armado em plenário significa falta de respeito à sociedade e afronta à democracia. Quem anda armando significa que vive assustado com o mundo, e o plenário do Legislativo não é espaço para assustados”, diz Nitinho Vitale. Para além das atitudes normativas no aspecto da portabilidade de arma por Cabo Amintas ou qualquer um outro vereador, Nitinho anuncia disposição aprofundar o cerco a Amintas, que tem se configurado um opositor muito aguerrido sob o teto do Legislativo.

Quando foi anunciado recentemente o indiciamento de Nitinho Vitale, como ex-gestor da Funcaju em 2013, no inquérito do Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária - Deotap - pelo que se convencionou chamar de Máfia dos Shows e que alcançou o promotor de eventos Teo Santana, Amintas pulou no cangote do colega, classificando-o de quadrilheiro.

Amintas só não contava que o Ministério Público, através de parecer do promotor Bruno Melo, não recepcionaria a denúncia da delegada Nádia Flausino e que Nitinho não viraria processo e, portanto, não configura no rol dos acusados na Justiça nesse caso. Isso encheu o vereador-presidente de vontade política contra o colega.

“Com essa decisão do Ministério Público favorável a mim, eu vou abrir um processo de decoro parlamentar contra o vereador Cabo Amintas, e a partir de agora eu vou botar para andar todos os processos contra ele que existem parados na Câmara. Ele, precipitadamente, disse que eu fazia parte de uma quadrilha”, avisa Nitinho. “De fato, isso é muito grave no histórico de um político, cujo maior patrimônio pessoal deve ser o do nome limpo”, diz o advogado Fábio Fraga que, sócio do Escritório Evânio Moura, defende o presidente da Câmara na questão da Deotap.

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