Politica & Negócios
Maria Tereza Andrade

É jornalista graduada desde 1995 e tem experiência em veículos de mídia em Sergipe e no Brasil.

Empresários do comércio otimistas com rumos da economia. Mas desemprego ainda preocupa  
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Juliano César Faria Souto: otimismo que esbarra no desemprego

O empresário Juliano César Faria Souto, do Grupo Fasouto, está esperançoso com os rumos da economia, especialmente em ações pontuais que estimulam o mercado, como o controle à inflação. O empresário defende, no entanto, a necessidade de políticas públicas de geração de emprego como fator determinante para o início de um novo ciclo de desenvolvimento social.

“Estamos esperançosos com as propostas do Governo Federal para a economia. Existem ações positivas, como a queda e o controle da inflação, o que garante o poder de compra a quem tem renda. Mas aí está um problema: e quem não tem renda, e aquele que não tem emprego?”, indaga Juliano César.

Em 2018, Sergipe gerou apenas 841 empregos com carteira assinada, no batimento entre os 86.332 admitidos contra os 85.491 desligados. No cenário nacional, o mercado de trabalho fechou o ano com a criação de 529.554 vagas. Sergipe ficou na 21ª posição no ranking do país e sétima, no regional -  a região tem nove Estados. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged - divulgados pelo Ministério do Trabalho.

Segundo o empresário Juliano César, ainda faltam iniciativas concretas de combate ao desemprego. Para ele, uma política de geração de emprego deveria estar entre as cinco ações prioritárias dos governos federal e estadual.

“Em Sergipe, temos cerca de 15% da população sem emprego. No país, são mais de 12 milhões. O desemprego é um fator determinante não só no aspecto econômico, como desencadeia outras questões sociais. Leva muitas vezes a população, principalmente os jovens de baixa renda, a um caminho sem volta”, alerta.

Para Juliano César, a filosofia do Grupo Fasouto com suas lojas de perfis atacadistas em diversos municípios - Aracaju, Estância, Lagarto, Tobias Barreto e Nossa Senhora do Socorro, esta última em construção -, é a de fomentar o emprego sustentável nas regiões onde elas se encontram. Hoje, o grupo gera 400 empregos diretos e abastece mais de 10 mil micros e pequenos comerciantes nesses pontos de distribuição.

Marco Pinheiro: perspectivas econômicas são positivas

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe – Acese -, Marco Pinheiro, também vê o desemprego como um gargalo às promessas e propostas de crescimento econômico do Governo Federal. “O desemprego ainda é muito forte, mas do ponto de vista nacional as perspectivas econômicas são positivas. O mercado está otimista”, afirma. 

Para Pinheiro, o Governo Federal já traçou linhas-mestras que influenciarão na melhoria do emprego. “Já sinaliza com a redução de impostos e tributos, está firme na proposta da reforma da Previdência, investindo na segurança pública. Ou seja: temos boas perspectivas, que geram esperança no empresariado”, analisa Marco Pinheiro.

PESQUISA

Pesquisa do Índice de Confiança do Empresário do Comércio - Icec - de janeiro, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo - CNC - e divulgada na terça-feira, 5, respalda esse cenário otimista. O índice atingiu a pontuação de 123,6 pontos, confirmando as projeções de crescimento da economia e do mercado.

De acordo com o economista e diretor da Fecomércio Ancelmo Oliveira, os empresários estão mais otimistas com o desempenho da economia para os próximos meses e para a condição atual do mercado.

“O aumento da confiança do empresário é o resultado das avaliações sobre as condições de realização de negócios em seus estabelecimentos. O aquecimento da economia apresentado nos últimos meses, com a elevação das vendas do comércio, devolveu esse ânimo para os empreendedores sergipanos”, comenta Oliveira.

O período de maior preocupação para os empresários do comércio foi o mês de julho último, ainda com a incerteza política que o país e o estado atravessavam, quando apontou 98,6 pontos, o que representava preocupação empresarial. Janeiro, com seus 123,6 pontos, indica uma grande elevação da confiança, resultando nos 25 pontos de aumento no período dos seis meses seguintes.

CONTRATAÇÕES

Ainda de acordo com a pesquisa, no Índice de Investimento do Empresário do Comércio – IIEC -, os números de expectativa de contratações também mostram uma situação animadora. Em termos percentuais, 75,9% dos empresários pretendem realizar contratações nos próximos meses.

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