Politica & Negócios
No “País do forró”, dois lados de uma mesma questão: cultura como política de Estado

Ação de divulgação dos Festejos Juninos na Bahia (Foto: Setur)

Esta semana, mais precisamente na segunda-feira, 20, o Governo do Estado, em parceria com instituições empresarias, lançou a programação e toda a concepção publicitária dos festejos juninos 2019. "Sergipe é o País do Forró" é o slogam que será trabalhado. 

Houve aplausos, elogios e comemorações. Afinal, esse é um importante case de negócio cultural.  Precisa ser movimentado. Aperfeiçoado. Valorizado. Profissionalizado. E, acima de tudo, o São João deve ser preservado em sua tradição popular.

Em entrevista na Coluna Aparte do dia 20, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe - Acese -, Marco Pinheiro, comemorou.

“Nós entendemos que um dos setores que impulsionam mais rapidamente a economia é o do turismo. E um dos meios de você impulsionar o turismo é a através da cultura. Sergipe tem um produto importantíssimo, que ao longo dos anos perdeu a sua identidade, e que se chama São João”, disse Marco Pinheiro. Para ele, reacender a chama dessa festa é uma obrigação de todos.

Ainda na Coluna Aparte, nesse mesmo dia 20, o jornalista Gilson Souza escreveu um artigo que levantou outro lado da questão. Já no primeiro parágrafo do texto, Gilson Souza é direito, sem meias palavras.

“A verdade é clara. Não há política cultural em Sergipe capaz de transpor nossas produções artísticas a outros horizontes, principalmente no que diz respeito à cultura junina. Nem por parte da iniciativa privada e muito menos por parte do poder público. Essa história de ‘País do Forró’ é conversa para boi dormir”. Será?

A Coluna Política & Negócios retoma os dois textos, lado a lado, por acreditar que dialogam, complementam-se, levantam pontos antagonicamente interessantes. E que, analisados com um olhar menos apaixonado, podem contribuir com o fortalecimento dos festejos juninos de Sergipe – para além dos negócios, da cultura e da tradição. Como uma política de Estado.   

Os textos retratam dois lados de uma mesma festa - permita o fraco trocadinho – que mexe, e muito, com o povo sergipano. Com a economia, com a cultura, com o turismo, com o Estado. E que, em tempos de crise, pode ser um interessante viés para o desenvolvimento de Sergipe. Vale a leitura.

Marco Pinheiro: “Que todo mundo se some para fortalecer o São João”

Gilson Souza: “País do forró” é conversa para boi dormir