Politica & Negócios
OPINIÃO - O momento atual exige de cada um de nós um compromisso de luta

[*] João Daniel

Atualmente, no Brasil, torna-se cada vez mais necessária uma grande mobilização contra todas as perdas de direitos que o Governo, com uma parte representativa do Congresso Nacional, impõe à classe trabalhadora.

Após a derrubada da presidenta Dilma em 2016, que teve a condução das forças conservadoras do mercado, da mídia e de seus representantes no Congresso, o povo brasileiro vem perdendo seus direitos - e isso atinge diretamente a classe trabalhadora.

São perdas individuais e coletivas. A reforma trabalhista precarizou as condições de trabalho, promovendo um retorno de mais de 50 anos nas relações entre empregados e patrões. Há constantes ações de desestruturação das entidades sindicais e da Justiça do Trabalho. E chegamos a essa brutal recessão, resultado da falta de investimentos públicos em infraestrutura, em programas sociais, em um projeto econômico inclusivo.

Toda a propaganda de que, ao se alterar as leis trabalhistas se melhoraria o nível de emprego, vê-se, cada dia mais, que não passou de um discurso oportuno ao momento.

O desemprego continua crescendo - atingiu 12,7%, em média, no trimestre encerrado em março. Ao todo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE -, são 13,4 milhões de pessoas desempregadas.

Agora, a história é a de que a solução para a classe trabalhadora e para a sociedade vai depender da aprovação da reforma da Previdência. E todo o esforço do Governo está sendo feito no sentido de “convencer” a sua base para aprovar com urgência a sua proposta.

E aí, mais uma enganação, pois se fala de uma economia de R$ 1 trilhão, que na verdade vai ser tirada dos mais pobres para alimentar a ganância do sistema financeiro. Aliás, este é o grupo que mais lucra no país, pois em 2018 os ganhos dos quatros maiores bancos chegaram a R$ 73 bilhões (Infomoney). Enquanto a indústria – setor que gera mais empregos - cresceu 1,1% em 2018, os bancos cresceram em média 17%, segundo o IBGE.

Essas maldades se agravam quando se trata dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais, incluídas na reforma da Previdência - a aposentadoria se torna um sonho distante.

E mais: além das perdas que atingem a toda a classe trabalhadora,  impõem-se dificuldades de acesso à Justiça, inclusive com a exigência de que os custos com as demandadas trabalhistas sejam pagas pelo trabalhador e pela trabalhadora, quando não houver êxito no processo.

Para todo esse desmonte de um projeto inclusivo de Nação, a nossa resposta tem que ser dada na união e na luta de todas as pessoas que estão sentindo na pele as marcas dessas medidas. O momento atual exige de cada um de nós um compromisso de luta para reestabelecer uma plena democracia no nosso país.

A união de todos os trabalhadores e as trabalhadoras será fundamental para mostrar ao Governo a nossa indignação e conquistar cada companheiro na luta contra a injustiça que estamos vivendo.

Reafirmamos nosso compromisso e toda a nossa solidariedade na defesa dos trabalhadores ameaçados da retirada da Previdência e dos desempregados, em especial, à classe trabalhadora sergipana.

Retomo o 1º  de  Maio, um dia histórico para todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e do mundo, referendado com manifestações em todo o mundo nessa quarta-feira, para deixar um mensagem de fortalecimento da nossa luta em defesa de uma Brasil com justiça social. Este é o nosso compromisso.

[*] É deputado federal pelo PT.