Evislan Souza: “Objetivo maior da JFilhos é oferecer produtos e serviços de qualidade”

Entrevista

Jozailto Lima

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Evislan Souza: “Objetivo maior da JFilhos é oferecer produtos e serviços de qualidade”

Acreditamos sempre neste país e não empreenderíamos em nenhum outro lugar”
2 de fevereiro 8h00

Ela nasce de obras públicas, cai nas graças do Minha Casa, Minha Vida, flerta com altas tecnologias e as desenvolve na feitura de casas rápidas, seguras, confortáveis e mais baratas.

Paralelamente, pega o caminho da incorporação própria de imóveis residenciais, de modo que desde o dia 7 de março de 2005 existe e não é apenas ou simplesmente mais uma construtora no solo de Sergipe.

Ela é um case de sucesso, visada positivamente por quem atua na área e, sobretudo, por quem sonha com os produtos que ela gera e produz: moradia com segurança.

Esta bem que poderia ser uma biografia reduzida e sintética da Construtora JFilhos, fundada a partir das expertises do bacharel em Gestão Empresarial, com Especialização em Redes de Computadores, Governança em Tecnologia da Informação e Gestão de Obras Evislan Souza e da engenheira e administradora de Empresas Marta Virgínia Alves de Santana, a partir do município de Poço Verde, mas que estendeu seus tentáculos sobre Sergipe inteiro.

Dizer que a JFilhos foi “fundada a partir das expertises” de Evislan e de Marta é uma espécie de verdade que exige um breve reparo. No jota dela há uma história precedente simbolizada na figura empreendedora de José Silvino, o pai de Evislan, que, por sua, já havia puxado o cordão empreendedor genético do pai, Silvino Augusto.

É o próprio Evislan quem conta a formidável gênesis dessa JFilhos. “A origem da empresa se deve à continuidade do trabalho realizado com muita dedicação por meu pai, José Silvino. Seu Zeca trabalhou na construção civil durante anos e, antes dele, meu avô, seu Silvino Augusto, também trabalhava”, revela Evislan.

“Ou seja, venho de uma linhagem que viveu nos canteiros de obras. Meu pai e meu avô sempre trabalharam como empreiteiros. Participaram em construção de barragens, atuaram em obras como a construção da Hidrelétrica de Xingó, a construção da barragem de Lagarto, obras de infraestrutura como drenagem e sistema de esgotamento sanitário em vários municípios de Sergipe, Alagoas, Bahia e Pernambuco”, completa.

Hoje, no entanto, tudo isso estaria circunscrito na contemporaneidade desta empresa que nasce para o tempo presente e sobretudo para o futuro oficialmente naquele março de 2005 – portanto, está beirando os (apenas) 15 anos.

Apesar de uma adolescente, a JFilhos tem um portfólio comum e típico de uma empresa adulta. De uma empresa sênior, pronta para qualquer parada no campo da construção civil - sobretudo no da moradia popular e econômica de bom perfil e de boa garantia.

Isso porque os seus mantenedores Evilsan e Marta levam muitíssimo a sério tudo o que fazem. E nisso inclui uma irretocável e acuradíssima visão tecnológica, que passa pelo campo do respeito aos colaboradores.

Os resultados são visíveis a olho nu. “Construímos e entregamos mais de duas mil unidades e estamos concluindo mais 1.281, o que chegaremos a mais de 3,2 mil unidades só no faixa 1”, diz Evislan Souza.

“Essa experiência em trabalhar seguindo rigorosas normas, como por exemplo a de desempenho, a 15.575, construir em escala e com baixo custo, nos credencia a atuar em outras faixas do Minha Casa, Minha Vida”, completa.

Um credenciamento que o principal gestor da JFilhos vê como algo bem além de simplesmente produzir e entregar imóveis. “Desde sua origem até os dias atuais, trabalhamos a partir do conceito de que a JFilhos não é uma construtora preocupada apenas com quantidade em metro quadrado de área construída. O objetivo maior da JFilhos é oferecer produtos e serviços de qualidade, tendo como missão e valores entregar não somente uma casa ao cliente, e sim um lar”, diz.

E é aqui que, para a JFilhos e para Evislan Souza, a tecnologia e a inserção na modernidade são cláusulas pétreas. Questão de vida ou morte. Ele investe como quem opta pela vida, e em fôlego alto - sempre de mãos dadas com os conceitos da indústria 4.0.

“O que estamos vivenciando em uma velocidade assustadora é, sim, uma mistura dos mundos físico e digital por meio de várias tecnologias que cada vez mais se relacionam em conjunto e impactam diretamente na continuidade ou não das construtoras. Para continuarem vivas, as empresas, de forma rápida, precisam buscar e entender, aplicando com visão 360 graus, as práticas das chamadas startups enxutas. Essas práticas buscam formas de reduzir erros, mitigar riscos e garantir maior eficiência no uso do orçamento e do tempo de projeto”, diz Evislan Souza.  

Nesta Entrevista, o executivo Evislan Souza vai mostrar porque e como deixou de ser um promissor burocrata do serviço público e em menos de 15 anos botou de pé uma empresa que tem inegável lugar no presente e no futuro da construção civil de Sergipe.

Evislan da Silva Souza nasceu no dia 16 de julho de 1980 na cidade Poço Verde, onde concebe a JFilhos e com ela dá os primários passos. É filho de José Silvino de Souza e de Maria Elza Nunes da Silva.

Ele é casado com a engenheira e sócia Marta Virgínia Alves de Santana, com quem divide a paternidade de Vinícius Santana Souza, de cinco anos, e da pequena e recém-nascida Maria Luísa Santana Souza.

Já com a JFilhos concebida, Evislan Souza ainda ocupou cargos em gestão da Tecnologia da Informação, como gerente de Informática no Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe, Instituto Parreira Horta, foi gerente de Projetos na Secretaria de Segurança Pública, analista de Negócio do Centro Integrado de Segurança Pública - Ciosp -, onde coordenou toda a parte tecnológica, além de gerenciar uma equipe de mais de 100 profissionais atendentes de call center.

Recebendo, em Nossa Senhora do Socorro, Alexandre Baldy. À época, ministro das Cidades do Governo Michel Temer
Evislan da Silva Souza nasceu no dia 16 de julho de 1980, na cidade Poço Verde

UMA EMPRESA QUE TEM MATRIZ FAMILIAR
“A origem se deve à continuidade do trabalho realizado por meu pai, José Silvino. Seu Zeca, como é chamado, trabalhou na construção civil durante anos e, antes dele, meu avô, seu Silvino Augusto, também. Ou seja, venho de uma linhagem que viveu nos canteiros de obras”

JLPolítica - O que é que o seu pai e seu avô representam na origem da JFilhos?
Evislan Souza -
A origem da empresa se deve à continuidade do trabalho realizado com muita dedicação por meu pai, José Silvino. Seu Zeca, como é chamado, trabalhou na construção civil durante anos e, antes dele, meu avô, seu Silvino Augusto, também trabalhava. Ou seja, venho de uma linhagem que viveu nos canteiros de obras. Meu pai e meu avô sempre trabalharam como empreiteiros. Participaram em construção de barragens, atuaram em obras como a construção da Hidrelétrica de Xingó, a construção da barragem de Lagarto, obras de infraestrutura como drenagem e sistema de esgotamento sanitário em vários municípios de Sergipe, Alagoas, Bahia e Pernambuco.

JLPolítica - Os ensinamentos deles lhe marcaram muito, então?
ES -
Hoje entendo que os ensinamentos adquiridos durante a vida e na convivência com eles ajudaram a desenvolver um trabalho com os pés no chão, responsabilidade, ética e humildade, sempre selecionando os melhores fornecedores e formando equipes comprometidas com os mesmos valores da empresa, com o objetivo de oferecer os melhores serviços para nossos clientes, posto que cliente satisfeito é a certeza de empresa sólida.

JLPolítica - Como era que seu pai tocava as obras antes da JFilhos e qual a importância dele no estímulo a que o senhor criasse a empresa?
ES -
A gestão era sem controle. Trabalhavam muito e o retorno não era recíproco, talvez um dos motivos de não voltar meus olhos na época para construção civil.  Em 1998, meu padrinho José Raimundo, um segundo pai, me levou para estudar na capital e só aí passei a entender que o que faltava para meu pai e meu avô era o conhecimento sobre gestão. Logo, busquei conhecer um pouco mais de administração de empresas, passei por algumas experiências e em 2005 conclui o curso de Gestão de Pequenas e Médias Empresas, nesse mesmo ano entrei na sociedade com meu pai na JFilhos e, unindo a experiência de vários anos da minha família e um pouco de coragem e dedicação de um jovem empreendedor, estamos aos poucos fazendo história e contribuindo com o desenvolvimento do nosso Estado.

JLPolítica - A que propósitos atende exatamente a fundação da JFilhos naquele março de 2005?
ES -
Desde sua origem até os dias atuais, trabalhamos a partir do conceito de que a JFilhos não é uma construtora preocupada apenas com quantidade em metro quadrado de área construída. O objetivo maior da JFilhos é oferecer produtos e serviços de qualidade, tendo como missão e valores entregar não somente uma casa ao cliente, e sim um lar. 

É casado com a engenheira e sócia Marta Virgínia Alves de Santana, com quem divide a paternidade de Vinícius Santana Souza, de cinco anos

DOS OBJETIVOS FINAIS DA JFILHOS
“Desde sua origem até os dias atuais, trabalhamos a partir do conceito de que a JFilhos não é uma construtora preocupada apenas com quantidade em metro quadrado de área construída. O objetivo maior da JFilhos é oferecer produtos e serviços de qualidade”

JLPolítica - O que levou o senhor trilhar o caminho do empreendedorismo ao invés de uma carreira de funcionário público, na qual, chegou a se iniciar?
ES - Com o passar do tempo, aprendi que mesmo que não tenha nascido com a veia empreendedora aflorada, não há o que não possa ser desenvolvido e aprimorado. Eu tenho meus objetivos e sei que para alcançá-los preciso priorizá-los. Por outro lado, a cada entrega realizada pela JFilhos sinto que fiz a melhor escolha. Ver a satisfação dos nossos clientes e o sorriso estampado no rosto ao receberem a tão sonhada casa com a qualidade e a riqueza de detalhes só me dá mais certeza do caminho certo.

JLPolítica - Como foi o começo da JFilhos enquanto, especificamente, uma empresa de obras públicas?
ES -
Nosso começo não foi diferente das demais construtoras que iniciam do zero. Começamos participando de licitações de pequenas obras, reformas de escolas, pavimentações em paralelepípedos, entre outras. Em 2009, com lançamento do Programa Sergipe Cidades, sob gestão da Secretaria de Estado do Planejamento, participamos de várias licitações, ganhamos algumas obras, como construção de delegacias e reformas de praças. As faturas das obras eram pagas sem atraso, e esse ambiente nos proporcionou a criação de um fluxo de caixa equilibrado, possibilitando investir em capacitação, aquisição de máquinas e equipamentos. E foi aí que nos anos seguintes começamos a atuar com mais presença em todo Estado. Também em 2009 iniciou o Programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal, e logo começamos a estudar sua aplicação, nos especializamos no programa e até os dias atuais trabalhamos voltados com mais de 80% das nossas energias em habitação popular.

JLPolítica - O senhor se lembra de alguma obra que tenha marcado os primeiros passos da empresa?
ES -
Sim. Foi empreendimento João Emídio dos Santos, habitação de interesse social, na cidade de Poço Verde, onde construímos 150 casas. Foi minha primeira participação em gestão de obras. Meu pai cuidava da execução e minha parte eram a compra de material e a gestão financeira.

JLPolítica - Qual é a importância da sua sócia, a engenheira Marta Virgínia, na JFilhos?
ES -
Marta é uma grande companheira. É amiga, inteligente, enfim, tudo que um homem sonha em uma mulher. Juntos, construímos uma linda família. Hoje sou pai de Vinícius e Maria Luísa, dois presentes que Deus nos enviou para transformar nossos dias. Além de tudo isso, Marta desempenha uma função de grande relevância na empresa. Ela é administradora com formação na área e é, também, engenheira civil. Ou seja, une todos os requisitos necessários para desempenhar com destreza a função de diretora na empresa. Eu costumo dizer que existe um marco da minha vida - o do Evislan antes de Marta e do Evislan depois de Marta.

E da pequena e recém-nascida Maria Luísa Santana Souza

UMA OBRA QUE MARCOU A FILHOS
“Foi empreendimento João Emídio dos Santos, habitação de interesse social, na cidade de Poço Verde, onde construímos 150 casas. Foi minha primeira participação em gestão de obras. Meu pai cuidava da execução e minha parte eram a compra de material e a gestão financeira”

JLPolítica - Qual é a expertise que a empresa desenvolve para avançar com destaque no universo do Programa Minha Casa, Minha Vida?
ES -
Resiliência seria a melhor resposta a esta questão. O Programa hoje tem quatro faixas, definidas a partir do poder aquisitivo das famílias. Até 2016 a JFilhos só atuava na faixa 1, que atende as famílias com renda bruta até R$ 1,8 mil - o governo banca até 90% do valor do imóvel. As exigências para construir uma residência sempre foram e continuam sendo rigorosíssimas. Apanhamos e aprendemos muito durante esse período, sem falar que os valores por unidade eram baixos e continuam sem apresentar reajuste.

JLPolítica - Neste segmento, a JFilhos já deve ter feito quantos imóveis em média?
ES -
Construímos e entregamos mais de duas mil unidades e estamos concluindo mais 1.281, o que chegaremos a mais de 3,2 mil unidades só no faixa 1. Essa experiência em trabalhar seguindo rigorosas normas, como por exemplo a de desempenho, a 15.575, construir em escala e com baixo custo, nos credencia a atuar em outras faixas do MCMV.

JLPolítica - O senhor acredita que o atual Governo Federal vai ampliar os investimentos no faixa 1?
ES -
Não acredito. Está claro para nosso setor que esse formato do programa no faixa 1 vai acabar. Está em fase final de estudo um novo formato para atender as famílias com renda de até R$ 1,2 mil. O meio pelo qual as famílias receberão os benefícios do novo programa para aquisição ou reforma do imóvel será um tipo de cheque para famílias com renda de até R$ 1,2 mil. Após expectativas não concretizadas em 2019 das mudanças do programa, o que se comenta é que agora no primeiro semestre sairá o tão esperando novo programa de habitação que substituirá o faixa 1.

JLPolítica - A JFilhos tem contribuído com algum tipo de inovação na metodologia construtiva desses empreendimentos?
ES -
Sim. No segundo semestre de 2018 iniciamos a utilização do sistema de paredes de concreto moldado in loco, que além de bastante vantajoso em obras com grandes repetições, proporciona maior qualidade nas casas, oferendo conforto térmico, acústico entre outros. Nosso time, vem de forma contínua, estudando formas de melhorar a eficiência dos nossos processos construtivos, objetivando atender da melhor forma possível a uma moradia digna com padrão característico da JFilhos.

Recebendo prêmio como destaque de 2019, no capítulo empreendedorismo

SUPERCREDENCIADA PARA ATUAR NO MCMV
“Construímos e entregamos mais de duas mil unidades e estamos concluindo mais 1.281, o que chegaremos a mais de 3,2 mil unidades só no faixa 1. Essa experiência em trabalhar seguindo rigorosas normas, construir em escala e com baixo custo, nos credencia a atuar em outras faixas do MCMV”

JLPolítica - Nesta nova visão de uma indústria 4.0, o que é que se pode esperar do setor da construção civil para um futuro próximo? 
ES -
O setor não apresentava crescimento desde o primeiro trimestre de 2014, mas vimos em 2019 sinais motivadores, melhores resultados e profissionais da área mais otimistas. Esse cenário impulsiona investimentos. Para as construtoras, esse impulsionamento significa novas oportunidades e o grande desafio é aproveitar essas oportunidades no ambiente de constante transformação. Não se trata do futuro próximo. A quarta revolução industrial, ou indústria 4.0, já é uma realidade.

JLPolítica - Isso estaria dentro da velocidade dos tempos tecnológicos e digitais? 
ES -
O que estamos vivenciando em uma velocidade assustadora é, sim, uma mistura dos mundos físico e digital por meio de várias tecnologias que cada vez mais se relacionam em conjunto e impactam diretamente na continuidade ou não das construtoras. Para continuarem vivas, as empresas, de forma rápida, precisam buscar e entender, aplicando com visão 360 graus, as práticas das chamadas startups enxutas. Essas práticas buscam formas de reduzir erros, mitigar riscos e garantir maior eficiência no uso do orçamento e do tempo de projeto.

JLPolítica - O senhor poderia citar algumas dessas tecnologias, como também empresas que já usam essas práticas?
ES -
São várias tecnologias usadas e necessárias atualmente, algumas delas precisam de adaptação célere, como é o caso da tecnologia BIM -Modelagem de Informações da Construção. A partir de janeiro de 2021, o BIM será exigido para a elaboração de modelos arquitetônicos e de engenharia nas disciplinas de estrutura, hidráulica, Avac e elétrica, na detecção de interferências, na extração de quantitativos e na geração de documentação gráfica.

JLPolítica - Para além a BIM, o que mais há no setor?
ES -
Além do BIM, outras tecnologias que devem se consolidar esse ano são a Realidade Virtual – RV - e a Realidade Aumentada - RA. Empresas como MRV, Tecnisa Construtora e Cyrela Construtora são grandes companhias que aplicam de forma eficiente essas tecnologias, como também empresas que nasceram pequenas e em pouco espaço de tempo estão se tornando gigantes, utilizando as práticas das startups. Temos como exemplo a Loft, que simplifica os processos de reforma, venda e compra de imóveis. Ela foi criada em 2018 e já possui um valor de mercado de R$ 1,5 bilhão. Temos também a Quintoandar, startup que usa tecnologia e design para simplificar a locação de imóveis residenciais. E, para finalizar, cito a Vitacon Construtora, que através da tecnologia está transformando a forma de moradia, com o conceito de moradia sob demanda. Possui mais funcionários de tecnologia do que engenharia.

Com seus colaboradores na JFilhos, a quem ele muito agradece e leva muito a sério

EMPRESA ATENTA À VELOCIDADE DAS TECNOLOGIAS
“O que estamos vivenciando em uma velocidade assustadora é, sim, uma mistura dos mundos físico e digital por meio de várias tecnologias que cada vez mais se relacionam em conjunto e impactam diretamente na continuidade ou não das construtoras. Para continuarem vivas, precisam buscar e entender, aplicando com visão 360º, as práticas das chamadas startups enxutas”

JLPolítica - Por que as obras do Minha Casa, Minha Vida de Nossa Senhora do Socorro estão sob um relativo atraso?
ES -
O ano de 2019 foi de ajustes no Governo Federal, com vários contingenciamentos de orçamento e isso fez com que houvesse atrasos na liberação de recursos por mais de duas vezes. As obras do faixa 1 em todo país foram comprometidas, outras foram paralisadas. Então o que houve com nossas obras foi uma diminuição do ritmo. Mas estamos confiantes que o ano de 2020 será diferente e as concluiremos até o final de abril.

JLPolítica - Como é que o senhor encara a demanda por casa própria no Brasil e em Sergipe e qual seria mesmo o tamanho déficit?
ES -
Vários estudos apontam uma redução significativa no déficit habitacional nos próximos anos, porém ainda tem um número elevando de 7,8 milhões de moradias a serem construídas. Nos últimos 10 anos, o MCMV contribuiu com a diminuição dessa demanda. Resultados alcançados: foram contratadas 5,7 milhões de unidades, 4,3 milhões de unidades entregues e há 222 mil unidades em construção. Esses números são de maio de 2009 a julho de 2019.

JLPolítica - Como as coisas se deram em Sergipe?
ES -
Em Sergipe houve investimentos significativos em habitação de interesse social nesse período pelos Governos Estadual e Federal, não só na grande Aracaju como também em outros municípios do interior. Existem municípios em nosso Estado que, por falta de projetos, deixaram de ser contemplados, por outro lado outros municípios estão com seus déficits atendidos. Espera-se que com o novo programa de habitação que está para ser implementando agora no primeiro semestre o Estado seja contemplando principalmente os munícipios menores e não atendidos anteriormente.

JLPolítica – O que pode ser feito para atenuar o déficit?
ES -
Uma das alternativas que pode ajudar na diminuição do déficit e desenvolvimento de uma política habitacional e menos onerosa ao Estado seria através de Parcerias Públicas Privadas, como no exemplo do Estado de São Paulo e está dando certo através do Programa Nossa Casa. O programa dali promove parcerias entre o Estado, as prefeituras e a iniciativa privada para fomentar a produção de unidades habitacionais para famílias de baixa renda. Assim, esperamos a sensibilização do Estado e dos municípios para estudar formas de PPPs na busca por soluções de moradia, não só de interesse social, baixíssima renda, como também para o que chamamos de habitação econômica para atender famílias com renda de até três salários mínimos, que por vários motivos não têm acesso ao crédito habitacional no sistema bancário tradicional.

E com eles reunidos. Na pauta, os resultados do mês

DAS DIFICULDADES DO ANO DE 2019
“O ano de 2019 foi de ajustes no Governo Federal, com vários contingenciamentos de orçamento, e isso fez com que houvesse atrasos na liberação de recursos por mais de duas vezes. As obras do faixa 1 em todo país foram comprometidas, outras paralisadas. O que houve com nossas obras foi uma diminuição do ritmo. Mas estamos confiantes que o ano de 2020 será diferente”

JLPolítica - Além de atuar em obras públicas e no Minha Casa Minha Vida faixa 1, a JFilhos pretende ter que performance no mercado da incorporação?
ES -
Atuamos bem menos em obras públicas nos últimos anos. Em 2017 lançamos nosso primeiro empreendimento de mercado no faixa 2 do MCMV. Nesse período estamos buscando, de forma estruturada, levar a expertise de construção em série para as faixas 1,5 e 2 do MCMV. Com grau de maturação satisfatório no sistema de paredes de concreto moldado in loco, nosso objetivo é levar casas de qualidade com preço que caibam no bolso das famílias que ganham até 3 salários mínimos. Temos uma capacidade produtiva hoje de seis casas por dia. Ou seja, 120 unidades por mês, podendo duplicar ou triplicar esse número se houver necessidade para atender a demanda. Conseguimos nesses últimos dois anos tornar nosso processo construtivo eficiente, entregando casas com qualidade que atende as normas regulamentadoras e com baixo custo de aquisição.

JLPolítica - A empresa já lançou quantos empreendimentos nesta esfera da incorporação?
ES -
Somamos quatro empreendimentos nesse segmento: Residencial Recanto Verde, em Poço Verde; Residencial Caraíbas, em Itabaianinha e os Residenciais Sílvio Romero 1 e 2 na cidade de Lagarto, somando mais de 250 unidades de casas não geminadas em residenciais abertos com conceitos de bairro planejado.

JLPolítica - Tem alguns empreendimentos de incorporação em vistas a serem lançados?
ES -
Sim. Ainda esse mês lançaremos um empreendimento no município de Lagarto, na Colônia 13, com 91 unidades. Também estamos em fase de aprovação de projetos para lançamentos de empreendimentos no município de Nossa Senhora do Socorro e em Aracaju. Nosso time de novos projetos, através de pesquisas de mercado, estuda viabilidades em outras localidades.

JLPolítica - Para o senhor, qual é a importância da casa própria na vida de uma pessoa, de uma família?
ES -
A casa tem uma simbologia precisa e bem exata no seio de uma família. Ela proporciona, além das questões financeiras e patrimoniais, uma série de agregação de valores emocionais, conforto e a sensação de segurança. Estudos recentes mostram que metade dos brasileiros ainda deseja realizar sonho da casa própria. Já 80% dos que vivem com os pais ou de aluguel têm alta intenção de comprar um imóvel. Pesquisas mostram a maior preferência de quem deseja adquirir o bem é por casa, com 74%, enquanto os demais 26% optam por apartamento. 

Em visita a um feirão de imóveis da Caixa Econômica Federal

DO QUE PODE VIR DE POSITIVO PARA SERGIPE
“Espera-se que com o novo programa de habitação que está para ser implementando agora no primeiro semestre o Estado seja contemplando principalmente os munícipios menores e não atendidos anteriormente. Existem municípios no Estado que, por falta de projetos, deixaram de ser contemplados, por outro lado outros municípios estão com seus déficits atendidos”

JLPolítica - Como é que a JFilhos trata os seus colaboradores?
ES -
Nosso time é bem enxuto e buscamos o fortalecimento de uma cultura voltada ao conhecimento. Isso nos proporciona uma relação de confiança e clareza dos nossos propósitos e a promoção de um ambiente de harmonia e de respeito, buscando desenvolver nossas capacitações na sede da empresa com todo time. A inteligência é o melhor do grupo. Nos canteiros de obras, buscamos o espelho da sede, obviamente com suas especificidades.

JLPolítica - Em momentos de vacas gordas do mercado, a empresa chegou a ter quantos colaboradores? 
ES -
Quantidade de colaboradores não significa eficiência das atividades, nem nos dá garantia de retorno satisfatório dos investimentos. Mas já chegamos a quase 800 homens nos anos de 2017 e 2018 trabalhando de forma direta nas obras. Em 2019, em virtude da crise que assolou o país, tivemos que trabalhar com um número reduzido de funcionários - cerca de metade do contingente -, e mesmo assim conseguimos um desempenho superior nas atividades e, consequentemente, melhores margens de retorno.

JLPolítica – E hoje, qual o quantitativo deles?
ES –
Hoje, com a conclusão das obras em Lagarto e Itabaianinha, algumas poucas obras públicas e em fase final das obras de Itabaiana e Socorro, contamos com cerca de 300 homens nos canteiros.

JLPolítica - A JFilhos se encaixa em que posição no ranking das construtoras de Sergipe?
ES -
Não nos preocupamos com ranking. Este não é nosso foco.

Pelos relevantes serviços prestados ao município, obteve a cidadania lagartense, pelo que é muito grato

TRILHANDO OS CAMINHOS DA INCORPORAÇÃO
“Somamos quatro empreendimentos nesse segmento: Residencial Recanto Verde, em Poço Verde; Residencial Caraíbas, em Itabaianinha e os Residenciais Sílvio Romero 1 e 2, Lagarto, somando mais de 250 casas não geminadas em residenciais abertos com conceitos de bairro planejado. Ainda esse mês lançaremos um empreendimento na Colônia 13, com 91 unidades”

JLPolítica - É difícil ser empreendedor no Brasil?
ES -
Empreender não é algo fácil, principalmente no momento em que o Brasil vive com instabilidades de tempo em tempo. Porém, para quem começou do zero, como foi o nosso caso, acredito que o melhor de empreender no Brasil seja nosso capital humano, único no mundo. Acreditamos sempre neste país e não empreenderíamos em nenhum outro lugar. Vivemos recentemente a maior crise da história deste país, e assim como nós da JFilhos viram nesta crise uma oportunidade para melhorar, a crise proporciona várias possibilidades a todos, dentre elas a de reavaliar o que precisamos melhorar, o que devemos cortar, a desburocratização de processos, buscar deixar a empresas enxuta, coisas que em tempos normais não paramos para analisar. As oportunidades também surgem na crise. Com a empresa enxuta, as possibilidades de acertos são maiores, os erros são percebidos com mais brevidade, sem contar que buscamos meios de resolver as questões de forma mais rápida e com menor custo. A crise ainda não acabou, mas durante esse período de incertezas entre erros e acertos nosso saldo está positivo.

JLPolítica - Quem é, e o que representa para a JFilhos, a figura do cliente?
ES -
O sucesso de um negócio, seja qual for o ramo empresarial, passa pela conquista e pelo hábito de se manter o cliente satisfeito. Aqui na JFilhos não é diferente. Buscamos constantemente desenvolver ações que visam a satisfação dos clientes. É preciso frisar que as metodologias aplicadas são direcionadas para a prestação de um atendimento de excelência, capaz de cativar o cliente a ponto de fazê-lo com que entenda que a JFilhos não é uma construtora preocupada apenas em vender. Nosso objetivo maior é estreitar o relacionamento de fidelidade com eles, de modo que optem por nos procurar quando o assunto for adquirir um imóvel quer seja para eles ou para alguém indicado por eles, formando assim, uma corrente de clientes multiplicadores.

JLPolítica - Num Estado de economia tão apertada, como é Sergipe, há espaço para todos atuarem? 
ES -
Sergipe, por ser o menor Estado do país, muitas vezes é desacreditado, economicamente falando, e é notório que nos últimos anos o setor da construção civil registrou uma redução de postos de trabalho. Todavia, o mercado imobiliário reagiu positivamente, principalmente a partir do ano de 2018, quando passou a seguir a tendência da região Nordeste. E mesmo com tanta insegurança na economia, os indicadores mostram que os empresários da construção civil em Sergipe estão otimistas e com boas perspectivas para este ano de 2020.

JLPolítica - Quem seria na sua opinião um empreendedor sergipano que lhe inspira?
ES -
Na verdade, falar de um único empreendedor seria injusto com os demais do nosso Estado, e não só da construção civil, como de todas as áreas, como medicina, direito, indústria têxtil, varejo, literatura, artes, etc. Mas citaria que Mamede Paes Mendonça e Albano Franco têm excelentes história de empreendedorismo, deixando claro que há outros nomes inspiradores.

No canteiro de uma das obras da JFilhos

DE COMO A JFILHOS TRATA SEUS COLABORADORES
“Nosso time é bem enxuto e buscamos o fortalecimento de uma cultura voltada ao conhecimento. Isso nos proporciona uma relação de confiança e clareza dos nossos propósitos e a promoção de um ambiente de harmonia e de respeito, buscando desenvolver nossas capacitações na sede da empresa com todo time”

JLPolítica - Como a JFilhos vê esta revolução da indústria 4.0?
ES -
A necessidade de investimento na indústria 4.0 já bateu na porta de todas as empresas, e na Construtora JFilhos não é diferente. Ela é uma realidade que nenhuma empresa pode mais ignorar. Para investir em indústria 4.0, é preciso planejamento e análise, mas as tecnologias são mais acessíveis do que podem parecer. Entre as empresas de grande porte do país, 73% já se encontram na indústria 4.0, ainda que em estágio inicial de implantação.

JLPolítica - Quais as vantagens dela?
ES -
Redução de custos, aumento da produtividade e dos lucros estão entre as principais vantagens da indústria 4.0. Estima-se que esse modelo no Brasil pode gerar uma economia de até R$ 73 bilhões por ano. Portanto, esse é um investimento com boas chances de alto retorno. Acreditamos que investir em indústria 4.0 não é apenas adquirir e utilizar tecnologias. O foco, na verdade, são os dados. Com um bom número de dados sendo coletado em tempo real, podemos utilizá-los para tomar decisões mais qualificadas e ágeis, adaptar à produção, perceber gargalos e ter insights valiosos.

JLPolítica - O senhor acredita que todas as indústrias devem buscar novas tecnologias?
ES -
Veja bem: cada segmento da indústria investe em tecnologias diferentes e tem demandas específicas. Pesquisar as tendências do setor para descobrir quais tecnologias são mais importantes na sua produção, quais são as mais adotadas e quais tem maior potencial transformador para a sua indústria. Uma mesma tecnologia pode ser aplicada de formas bastante diferentes, a depender dos objetivos da empresa. É preciso procurar entender como nosso mercado é afetado pela indústria 4.0 e como podemos e queremos responder a isso. Essa análise também é essencial para que o empreendedor não perca competitividade em relação aos seus concorrentes.

JLPolítica - Isso deve ser feito de uma só vez ou paulatinamente?
ES -
A Diretoria da JFilhos, inicialmente acredita que não precisa correr atrás de todas as tecnologias 4.0 já de início. Para fazer um bom investimento, estamos priorizando as particularidades da nossa empresa. Somente assim, saberemos por onde começar, olhando para as necessidades da empresa. E questionando sempre. Primeiro, qual é o problema mais urgente? Segundo, qual processo precisamos melhorar? Terceiro, qual é a área mais defasada e, quarto, qual setor temos mais chances de aumentar o lucro da empresa? Depois destes questionamentos sobre as necessidades da empresa, escolheremos um ponto específico e começaremos a investir em indústria 4.0 por ali. Precisamos pensar nos problemas que a empresa precisa solucionar e não em quais tecnologias gostaria de adquirir.

Participando de evento do seu segmento em Brasília

MELHOR LUGAR DO MUNDO PARA EMPREENDER É AQUI
“Empreender não é algo fácil, principalmente no momento em que o Brasil vive com instabilidades. Porém, para quem começou do zero, como foi o nosso caso, acredito que o melhor de empreender no Brasil seja nosso capital humano, único no mundo. Acreditamos sempre neste país e não empreenderia em nenhum outro lugar”

JLPolítica - Ainda tratando desta questão da revolução da indústria 4.0, como entra o cliente?
ES -
A internet é cada vez mais central na hora de fazer escolhas e mudar rapidamente o mercado. Com o surgimento de tecnologias, como a IoT - Internet das Coisas -, a computação em nuvem e a inteligência artificial, a conexão entre mundo virtual e material fica cada vez mais forte. Todo esse cenário possibilita não só avanços nos processos de produção, atendimento e vendas das empresas, mas também modifica quem é o consumidor atual e sua relação com o mercado. Estamos na época do consumidor 4.0, conectado, informado e exigente.

JLPolítica - E o que exige esse chamando consumidor 4.0?
ES -
Veja bem: o consumidor 4.0 quer eficiência, serviços personalizados e muita qualidade. Mais do que ser um consumidor constante da empresa, o chamado cliente fidelizado, ele quer motivos para continuar comprando aquele produto daquela marca específica. Além disso, não aceita mais ser tratado como um cliente padrão. Quer se sentir especial e ter serviços que se adequem às suas necessidades.

JLPolítica - Na sua opinião, então, o cliente 4.0 é mais exigente?
ES -
O cliente 4.0 é bastante rigoroso e multicanal: está no Facebook, no Instagram, no Twitter e tem acesso global e instantâneo a uma quantidade enorme de fontes e informações; compara preços, pesquisa vantagens e desvantagens do produto, pede conselhos, procura saber mais... É um cliente ativo, que toma decisões em conjunto e compartilha suas opiniões com amigos, familiares e conhecidos - é receptor e produtor de conteúdo sobre tudo que consome. Hoje, todos os clientes podem dar uma avaliação positiva ou negativa sobre sua empresa no Facebook, Google ou Instagram. Podem reclamar de seus serviços no Reclame Aqui e fazer posts, vídeos e fotos elogiando ou criticando sua marca, tudo com capacidade de atingir milhares de pessoas de diferentes lugares e interesses. O atual consumidor quer resultados e eficiência acima de tudo. Valoriza produtos de boa qualidade, com bom atendimento, serviços rápidos e bons preços. Velocidade de resposta e conteúdo atraente e personalizado são peças-chave para entender e conquistar o consumidor 4.0. Eles procuram empresas e marcas que partilhem dos seus valores, desejos e visões de mundo. Compreender e compartilhar os anseios desse consumidor é essencial para conquistar um cliente engajado e capaz de contribuir para o bom posicionamento de mercado da empresa. Se os consumidores querem experiências cada vez mais personalizadas, as indústrias precisam – e muitas já estão – adaptar-se a essa nova realidade.

JLPolítica - A JFilhos acredita nas palavras do ministro da Economia, de que o Brasil é a vitrine do mundo e que a hora de investir é agora?
ES -
Acredita, sim. A melhora da economia indica bom momento para investir na modernização da indústria. Não é novidade que a crise econômica mundial, que vem se arrastando desde meados de 2014, causou um grande impacto no mercado brasileiro. O setor da construção civil, entretanto, foi a mais prejudicada no país durante os últimos anos. Agora, a economia começa a apresentar sinais de melhora, trazendo boas oportunidades para quem souber administrar seu negócio com sabedoria.

Recanto Verde, obra da JFillhos

EXEMPLOS DE EMPREENDEDORISMO EM SERGIPE
“Falar de um único empreendedor seria injusto com os demais do nosso Estado, e não só da construção civil, como de todas as áreas, como medicina, direito, indústria têxtil, varejo, literatura, artes. Mas citaria que Mamede Paes Mendonça e Albano Franco têm excelentes história de empreendedorismo, deixando claro que há outros nomes inspiradores”

JLPolítica – Nesse contexto, entra de novo a importância do consumidor...
ES -
Sim. Segundo o economista Marcelo Godoi, “hoje o consumidor está com mais poder de compra. Mas isto não significa que ele está desatento aos gastos”. E, pensando nisso, as empresas precisam oferecer produtos atrativos a preços acessíveis. E a única forma de colocar mercadorias assim em circulação é investir para tornar o processo produtivo inteligente e eficaz, com desperdício zero, produtividade, economia e timing ajustado. A chave do sucesso está no timing. Neste momento de recuperação econômica, as empresas que primeiro se alinharem à revolução tecnológica, se posicionando agressivamente no mercado, alcançarão uma posição de destaque, independentemente do setor, seja do varejo seja da construção civil. Precisamos garantir a competitividade da nossa empresa, estando atento à concorrência. Grandes companhias, que estão sempre de olho no futuro, já saíram na frente. Marcas como MRV, Cyrela e Vitacon investiram milhões em tecnologia nos últimos anos para aumentar a produtividade. Firmando parcerias com startups brasileiras que antes não recebiam muita atenção, essas empresas têm focado em automatizar as fábricas, corrigindo falhas da cadeia produtiva e eliminando desperdícios.

JLPolítica - E como a JFilhos está reagindo e corrigindo as falhas da cadeia produtiva?
ES -
Mensalmente, nossos principais colaboradores são chamados às reuniões mensal de resultado e debatemos novas tecnologias. Entre os assuntos abordados, estão a nova revolução industrial 4.0. Apresentamos e debatemos as seis características de empresas que irão sobreviver à nova realidade de manufatura: as que vivem no limiar da inovação, estão completamente voltadas ao digital, são fortes participantes de ecossistemas, são pensadoras exponenciais, extremamente ágeis e centradas no cliente. Ao longo das reuniões, diversas estratégias de adoção às novas tecnologias são debatidas. O principal objetivo dos debates é que todos os participantes passem a compreender melhor o que são, como funcionam, quais as possibilidades e como é possível introduzir as novas ferramentas.

JLPolítica - O senhor está otimista com o mercado imobiliário em 2020?
ES -
Sim. Em 2020 as expectativas de crescimento do setor são muito boas. Nós vamos entrar num ciclo virtuoso a partir da segunda metade deste ano, e vai ficar mais consistente a partir de 2021. É o início de uma boa perspectiva no setor, e é nisso que acreditamos. Podemos dizer que entre os fatores que vão impulsionar o crescimento estão a redução de juros para o mercado imobiliário, a queda da taxa Selic e a inflação baixa e contida. Esse tripé dá uma segurança econômica para a população contratar financiamentos de longo prazo, como é o caso do financiamento imobiliário. Além disso, outro fator de grande relevância é a nova linha de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal, com taxas de 2,95% e 4,95% ao ano, mais o valor do IPCA - a redução da parcela da prestação se dá em torno de 30% a 40%. Com uma prestação mais baixa, aumenta-se muito o mercado para as pessoas poderem comprar os imóveis. Os dados evidenciam a força da construção na geração de emprego. É por meio do emprego que é possível ter renda. O crescimento da economia provoca maior crescimento da construção, que provoca maior geração de emprego e renda, que provoca o crescimento da economia. Isso gera um círculo virtuoso.

JLPolítica - O que o senhor diria a quem quer empreender no setor da construção civil?
ES -
Eu diria que ficasse de olho nas principais tendências para o mercado imobiliário em 2020, que cinco. A primeira: aumento do investimento em tipos de financiamento imobiliário. Uma forte tendência para o mercado imobiliário no ano de 2020 é o incentivo do Governo Federal para diferentes tipos de financiamento. Além disso, existe a expectativa que o Programa Minha Casa Minha Vida seja ampliado, possibilitando que mais famílias com renda baixa e média sejam beneficiadas. A segunda: variedade de ofertas de crédito, valorização de imóveis. Em 2020, as operações de crédito no mercado imobiliário serão muito mais facilitadas, o que inclui as ofertas de crédito imobiliário. Isso porque, assim como a taxa Selic, outras taxas de juros tendem a diminuir. Dessa forma, tanto consumidores quanto investidores se sentem mais estimulados a comercializar crédito de financiamento. Vale ressaltar que a queda das taxas de financiamento praticadas pelos bancos tem impactado profundamente o poder de compra da população. Recentemente, a Caixa definiu uma taxa mínima para venda de imóveis. Trata-se de uma TR - Taxa Referencial - de 7,5% para linhas de financiamento de crédito imobiliário. A terceira: aumento de vendas on-line. Outra tendência muito forte para o mercado imobiliário que verificamos é o uso da internet para prospectar clientes, gerar leads e fechar vendas. É por isso que, na hora de comprar uma casa o consumidor 4.0 prefere aquela empresa que tem uma plataforma digital, on-line, com agilidade na resolução de suas questões e problemas.

Com seu maior patrimônio: a família

JLPolítica - E qual seria a quarta?
ES -
A quarta é a preocupação com sustentabilidade e uso racional de recursos. Nós da JFilhos, já há um bom tempo, projetamos e construímos residências sustentáveis. Isso se deu em vista a escassez crescente de recursos naturais e não renováveis. Além disso, ao nos colocarmos no lugar de consumidores, percebemos que precisamos ter e desenvolver uma consciência ambiental, o que se reflete diretamente nas nossas prioridades de compra e a quinta: uso de inovações tecnológicas. O uso de tecnologias cada vez mais refinadas para atrair clientes é uma tendência crescente dentro da nossa empresa. A JFilhos tem utilizado de realidade virtual, drones e outras inovações tecnológicas para apresentar nossos empreendimentos. Investimos também, em marketing e outras formas de aumentar a carteira de clientes. No resto, só posso garantir que empreender nessa área é bom, prazeroso e gera reflexos sociais profundos.

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