SAÚDE
Por Ascom | 28 de Mar de 2018, 08h53
Câmara de Aracaju debate situação do Hospital de Cirurgia
Situação financeira e administrativa
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Câmara de Aracaju debate situação do Hospital de Cirurgia

Diretor administrativo/financeiro do Hospital Cirurgia, Milton Eduardo Santos Santana.

Na manhã desta terça-feira, 27, durante a 15ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) foi realizada uma Tribuna Livre para falar sobre a atual situação financeira e administrativa do Hospital de Cirurgia. Quem esteve na Tribuna para prestar esclarecimentos aos vereadores foi o diretor administrativo/financeiro do Hospital Cirurgia, Milton Eduardo Santos Santana.

O diretor do Hospital Cirurgia iniciou seu pronunciamento esclarecendo que o hospital é filantrópico com natureza jurídica de instituição privada. “Não há repasse de dinheiro público da União, nem do Estado, nem do Município. Nós não recebemos como as instituições públicas e fundações hospitalares. Não recebemos um valor fixo, os recursos são recebidos apenas pelos serviços que são prestados. Não recebemos nada a mais que isso”, explicou.

Desde janeiro de 2018 a gestão de recursos públicos para o Hospital de Cirurgia, em Aracaju, está sendo feita pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Os repasses das verbas federais, estaduais e municipais eram feitos pela Secretaria de Saúde de Aracaju (SMS). “Por meio de uma ação do MPE e MPF houve essa mudança nos repasses e com esse novo contrato feito houve uma melhora significativa nos atendimentos, que é feito agora por produção. Agora a responsabilidade de repasse das verbas é do Estado”, disse.

Milton Eduardo apresentou dados referentes à sua gestão. “Estou nesta gestão desde o mês de abril de 2017, neste período, já participamos de diversas audiências relacionadas a oncologia e constatamos que os maiores problemas eram estruturais. Nas três primeiras semanas de março de 2018, já com o novo contrato, ofertamos mais de 240 leitos para o HUSE, ou seja, 240 pacientes que estavam no HUSE foram atendidos. Realizamos ainda neste mesmo período 388 cirurgias de alta complexidade, 107 cateterismos, três implantes de CDI, sendo que no ano de 2017 não conseguimos nenhum; além de 14 implantes de marcapasso, onde a meta era 6 por mês no antigo contrato. Destacamos ainda que em junho teremos mais 20 leitos de UTI”, informou.

O diretor também esclareceu que o impasse com a Secretaria Municipal de Saúde já foi resolvido. “Mesmo com o hospital no mês de novembro paralisando os serviços, na ata de encontro de contas, a SMS reconheceu que devia ao hospital 3.207.756 ao HC. Totalizando os meses de outubro, novembro e dezembro a secretaria devia mais de 10 milhões. Hoje a secretaria não tem mais nenhum débito conosco, tudo foi pago no mês de janeiro e fevereiro deste ano. Antes a gente era o patinho feito da história, porque não realizávamos os serviços e alegávamos dívidas, mas depois a SMS reconheceu a dívida com o Cirurgia”, enfatizou Milton Eduardo.

Vereadores

Após a explanação do diretor, os vereadores fizeram questionamentos sobre o funcionamento do hospital. Américo de Deus (Rede) destacou a questão da máquina de radioterapia e falou sobre o seu pedido ao Banese para doar uma máquina nova ao Hospital Cirurgia. O parlamentar informou que em entrevista, Sales Neto informou que há uma máquina nova de radioterapia guardada. “Gostaria de saber se tem uma máquina nova sem funcionar e porque ela está parada enquanto as pessoas sofrem?”.

Isac Silveira (PCdoB) questionou sobre o quantitativo de atendimentos de trauma ortopédico que precisam de operação, além de dados sobre outros tipos de cirurgia. “Quantos pacientes estão a espera de leitos de cirurgia ainda no HUSE e quantos estão no Cirurgia esperando cirurgias eletivas, de média e alta complexidade?”.

Jason Neto (PDT) perguntou qual a situação no momento dos pagamentos dos funcionários do HC. “Também pergunto outra coisa, quem devia a quem? A secretaria que devia ao Cirurgia, ou o hospital que devia a SMS? De quem é a culpa de todos os problemas que está acontecendo no Hospital e como resolver a situação?”.

Kitty Lima (Rede) é membro suplente da CPI da Saúde e passou ao diretor algumas demandas da população, que muitas vezes não conseguem realizar cirurgias por falta de materiais. Cabo Amintas (PTB) destacou a disparidade em salário de um funcionário do hospital e questionou qual a função dele para receber alto salário. Já Emília Corrêa (Patriota) destacou que o Ministério Público está fazendo um trabalho de levantamento sobre esse assunto. E segundo ela, há equipamentos novos que foram comprados e que não estão sendo utilizados. A vereadora questionou o valor elevado da compra dos equipamentos e o motivo da não utilização dos mesmos.

O diretor destacou que enviará relatório aos vereadores para responder todos os questionamentos e destacou que está analisando um planejamento estratégico para até o mês de outubro reduzir os gastos do hospital sem comprometer os serviços e atendimentos de saúde. “Nossa meta é reduzir cerca de 500 mil na folha de pagamento”, finalizou.

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