Gilberto dos Santos: \"Ao agir deste modo, JB acumula mais um passivo: a crise de ética\"
A Semana Santa de 2018 marcará para sempre a memória política dos sergipanos. Prestes a deixar o posto de governador para se candidatar ao Senado, Jackson Barreto traz à público uma declaração acusatória de improbidade ao Governo de seu antecessor, Marcelo Déda.
Finalmente, Jackson Barreto conseguiu a unanimidade política perseguida. Políticos da situação e da posição saíram em defesa do legado moral do do ex-governador petista.
Se agredir Déda não era o objetivo primeiro de Jackson Barreto, qual seria o objetivo oculto em tais palavras?
Simples: Jackson, se convence do óbvio! Fez um governo pra lá de ruim, o Estado está em crise fiscal e administrativa, esteve titubeante durante todo tempo entre apoiar Michel Temer ou ficar ao lado de Lula e do povo.
Ele fez do ato de governar o que fez da sua própria vida, a política como se fora um fim em si mesma e não um objeto de transformação da sociedade.
Ao constatar que seu governo foi péssimo e que seus feitos colidem com seus objetivos imediatos, que é o se sair vitorioso para o Senado, Jackson não vê outra alternativa que não seja jogar a culpa em seu antecessor pela crise fiscal e administrativa que é atual e não de cinco anos atrás.
Ao agir deste modo, JB acumula mais um passivo: a crise de ética. A ética é tão importante que existe até no submundo. O que estamos presenciando agora é uma autoimolação do ainda governador onde os aliados e o povo fogem dele tal qual o diabo foge da cruz.
Os membros do Partido dos Trabalhadores devem interpretar esta autoperegrinação de JB tal qual um paciente portador de patologia em fase terminal e que portanto não nos resta outra alternativa que não seja enviar flores.
Enviem flores. Muitas flores para que possamos presenciar um majestoso réquiem dele!
[*] É médico e ex-superintendente do Hospital Cirurgia.