STF
Por Ascom | 23 de Out de 2017, 15h13
Hemose vai acolher decisão sobre doação de sangue por homossexuais
As regras tornam inaptos, por um ano, homens que tiveram relação sexual com outros homens
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Hemose vai acolher decisão sobre doação de sangue por homossexuais

Florita Aquino, gerente de coleta da Hemose

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar na última quinta-feira, 19, uma ação de inconstitucionalidade pedida pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) contra as normas do Ministério da Saúde (MS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que restringem a doação de sangue por homossexuais e, com isso, profissionais do Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose) aguardam parecer do MS sobre o assunto.

As regras tornam inaptos, por um ano, homens que tiveram relação sexual com outros homens. O relator do processo, o ministro Edson Fachin, votou pelo fim da proibição entre os 11 ministros do STF, sendo que a decisão final depende de uma maioria de seis votos. Para a gerente de coleta do Hemose, Florita Aquino, os profissionais que atuam na coordenação técnica da unidade, vinculada à Fundação de Saúde Parreiras Horta (FSPH) e que integra a Rede Estadual de Saúde, irão se reunir na próxima segunda-feira, 23, para dialogar sobre a análise iniciada pelo STF.

“Como trabalhamos em conformidade com o que preconiza o Ministério da Saúde, aguardamos o parecer do Governo Federal, que servirá de referência para o funcionamento do Hemose nesse aspecto. Dispomos, diariamente, de mais de 100 doadores, sendo que para suprir o estoque de segurança preconizado pelo Ministério, precisamos de 120 doadores por dia. Mesmo assim, todas as demandas encaminhadas para o Hemose são atendidas”, declarou Florita.

O Centro de Hemoterapia de Sergipe ainda dispõe de campanhas de doadores através de grupos solidários que chegam à unidade em cumprimento a um cronograma diário de doações elaborado pelo próprio Hemose. A unidade, por sua vez, também realiza captação através de outras fontes. O material captado, por sua vez, pode ser destinado a todas as unidades de saúde da rede pública estadual ou da rede privada.

“Quando o doador voluntário chega ao Hemose, ele passa pela triagem do setor de coleta de sangue. Se for apto, são coletadas amostras para sorologia e a partir daí, o material fica armazenado em ambiente devidamente refrigerado até que saia o resultado. O processo de análise acontece no intervalo de 24h e, a depender do resultado da sorologia, a bolsa de sangue é ou não liberada para distribuição na rede hospitalar. O sangue não é utilizado quando o resultado aponta alguma patologia, seja ela HIV, hepatite, toxoplasmose, citomegalovírus ou outras doenças transmitidas pelo sangue”, explicou a gerente de coleta do Hemose.

A decisão que proíbe a doação de sangue por homens que fazem sexo com homens vem dos anos 90, época em que os bancos de sangue não tinham como detectar com precisão e rapidez se o material colhido estava contaminado ou não pelo HIV. Com a evolução da medicina, é possível realizar a análise do sangue. Atualmente, a proibição está sendo considerada discriminatória e questionada na Justiça.

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