Opinião
Por | 15 de Nov de 2018, 12h05
O jovem advogado e as eleições para a OAB/SE
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O jovem advogado e as eleições para a OAB/SE

[*] Gustavo Machado de Sales e Silva 

Disse Jack Welsh uma perfeita lição aos jovens que almejam seu espaço na vida: “Controle o seu próprio destino ou então alguém o fará”. Aqui e acolá, esta frase pode ser aplicada em situações diversas, incluindo a entrada dos jovens na advocacia. 

Todo jovem advogado sabe bem as agruras que enfrenta no início de sua atuação profissional: não soubemos lá no início como realizar um contrato de honorários; quanto cobrar de um cliente; ficamos tantas vezes à mercê de honorários aviltantes; pautistas com valores que nos humilham e desrespeito constante do piso salarial.

Nós jovens, por mais que tenhamos conhecimento e "atualizado saber do direito", somos vítimas de prerrogativas violadas em função do número de nossa OAB ou da idade. Por não termos uma carreira consolidada, não temos o digno reconhecimento pelo árduo trabalho realizado, com a correspondente valorização dos honorários.

Nos últimos 5 anos, Sergipe presenciou a emissão de 4.300 novos números da OAB. Não custa lembrar que o número de carteiras da OAB durante toda a história em Sergipe gira hoje em torno de 12.200. 

Ou seja, nos últimos cinco anos, tivemos um aumento maciço de jovens advogados, o que definitivamente mudou a realidade de nossa advocacia: nós somos quase sempre nossos sapatos, nossa voz e nossa escrita. É o que temos. É com o que lutamos.

Contudo, nós, 4.300 jovens advogados, não podemos participar do Conselho Seccional. Mas isso, por si só, não representa um problema. É sim um desafio e responsabilidade de escolher uma Chapa que realmente esteja comprometida com o fortalecimento e com as demandas específicas que nosso grupo possui. 

Não podemos controlar diretamente nosso destino, mas temos nossa força: 4.300 votos. São 4.300 profissionais unidos pelos semelhantes desafios e realidade.

Com esta mudança na demografia da advocacia, chegou a hora de mostrarmos a nossa voz. De fazer com que nossa Casa tenha muros baixos. De virar o olhar da OAB para o jovem. Chegou a hora, meus colegas! A jovem advocacia pede passagem. Pede respeito. Sejamos como aquele verso de Caetano Veloso: jovens que possuem a coragem de “sempre pedir licença, mas nunca deixar de entrar”.

O reencontro da instituição com a advocacia passa, necessariamente, pelo acolhimento do jovem. Pela sua profissionalização através de cursos reais, com participação e atenção individualizada ao advogado. É necessário firmar descontos para o jovem e que não mudem de gestão para gestão. Não pode ser o jovem o primeiro a pagar a conta através da redução do desconto.

A jovem advocacia é a mais atingida pelo não cumprimento do piso e dos humilhantes honorários dos pautistas. A não fiscalização destes fatores, como historicamente vem sendo perpetuado através das gestões passadas, é um desrespeito dirigido diretamente ao jovem. Somos nós os primeiros e mais fortemente atingidos.

Estamos na reta final da campanha para a OAB/SE e em plena temporada dos debates entre os candidatos. Este é o momento de absoluta depuração do eleitor. Os problemas da OAB/SE não começaram agora: são frutos de sucessivas gestões que, com sua omissão, nos trouxeram ao atual estado. Sem voz, sem representação e com participações muitas vezes figurativas, o jovem não reclamou seu espaço. 

Mas hoje, com o aumento de nossa participação, este espaço não é apenas devido: é necessário. Nós somos um terço dos advogados sergipanos de toda a história.

Por isso, nessas eleições, eu tenho lado. O lado da jovem advocacia. E esse lado é representado pelo candidato Arnaldo Machado, da Chapa 2. Ao longo de todo o período de formulação das diretrizes, pré-campanha e campanha, acompanhei a trajetória de Dr. Arnaldo Machado e vi, mais do que nunca, jovens advogados protagonizando um Projeto. A Chapa 2 é a real junção da experiência institucional com a força renovatória da juventude, tudo com horizontalidade.

Vejo o candidato Arnaldo Machado, e toda sua Chapa, como os mais conectados com a realidade do jovem e comprometidos com o projeto de mudança de olhares da nossa Ordem. Com a Chapa 2, tenho a segurança de que teremos jovens com palavra, participação e atuação efetiva nos espaços da OAB/SE. Teremos um Conselho da jovem advocacia com projetos efetivos, com metas e objetivos, prestando contas à toda advocacia de nosso Estado sobre as metas atingidas e os projetos que realizará.

A vida, colegas, é um filme e não uma fotografia. Como vejo hoje em dia, aqueles que agora prometem, mas não fizeram nas sucessivas gestões que estiveram à frente, não possuem a minha confiança de que dessa vez farão. Por outro lado, o Dr. Arnaldo, por sua história ligada aos jovens, representa a real mudança de um paradigma da OAB/SE: a instituição deve acompanhar a realidade dos advogados. A Chapa 2 é assim: maior percentual de renovação no Conselho; presença de conselheiros jovens vindos de cada região de Sergipe, e comprometidos com um projeto de mudança efetiva. Até porque, voltar ao passado não é mudança.

Seguindo os caminhos que já foram anteriormente trilhados, chegaremos ao mesmo lugar que estamos. A OAB/SE atualmente não representa os anseios da jovem advocacia: se desconectou ou, talvez, nunca esteve conectada. Normalizamos a omissão porque, nas últimas gestões, nunca vimos todos os deveres institucionais sendo cumpridos. 

Durante a próxima gestão, formaremos mais 5000 advogados. Estas eleições são decisivas para o futuro do jovem advogado e de toda a advocacia sergipana. Por isso, proponho e peço: mudemos o rumo da OAB/SE! Votemos na Chapa que possui um projeto concreto e factível, inspirado em propostas acertadas de outras seccionais. Não posso apoiar alguém que possui compromisso com o seu erro: que tem que defender suas omissões e falhas para mostrar à jovem advocacia sergipana um cenário que não é real. Este ano, decidi: eu não trocarei a verdade pelo mito.

Então, jovens, vocês tem em si o poder de mudar. De quem depende que a OAB/SE se volte para os jovens advogados? De nós! E de quem depende que a OAB/SE siga de olhos fechados? Também de nós! Por isso, ocupemos nosso espaço: conheçam os candidatos, ouçam os debates (inclusive os já esta semana realizados), vejam a história das gestões passadas e como chegamos no atual cenário. E ao fim, tenho certeza, estaremos juntos com a Chapa 2, um projeto real de renovação que, orgulhosamente acompanhei e, como diz o candidato Arnaldo Machado: “Confie, mas confira". E, juntos, vamos ocupar a OAB/SE com a força do jovem advogado. Vemo-nos na vitória!

[*] É jovem advogado e militante na área do direito público.

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