Evo Morales diz que \"grupos violentos\" atacaram a casa dele
O ex-presidente boliviano Evo Morales, que renunciou no domingo, 10, pressionado por militares e policiais, denunciou que há uma ordem de "prisão ilegal" contra ele.
"Denuncio ao mundo e ao povo boliviano que um oficial da polícia anunciou publicamente que tem a instrução de executar uma ordem de prisão ilegal contra a minha pessoa", tuitou ele, que anunciou também que "grupos violentos" atacaram sua casa.
O líder opositor Luis Fernando Camacho, que liderou o movimento pela renúncia de Evo, confirmou a ordem de prisão.
"Confirmado!! Ordem de apreensão para Evo Morales!! A polícia e os militares estão procurando-o no Chapare", uma província do departamento de Cochabamba, escreveu Camacho. "Os militares o tiraram do avião presidencial e (ele) está escondido no Chapare, pegarão ele! JUSTIÇA!", acrescentou.
Evo ficou recluso no domingo na zona cocaleira de Chapare, seu berço político, para anunciar sua renúncia, após perder o apoio dos militares e da polícia.
O ex-presidente chegou à tarde à bordo do avião presidencial ao aeroporto de Chimoré, que serve ao Chapare, acompanhado do vice-presidente Álvaro García Linera, que também renunciou ao cargo e à presidência do Congresso.
POLÍCIA NEGA
Em declarações a uma emissora privada, o general Yuri Vladimir Calderón, comandante da Polícia Nacional, negou as denúncias do ex-presidente.
"Quero esclarecer à população boliviana que não há mandado de prisão contra funcionários do Estado como Evo Morales e os ministros de seu gabinete", afirmou Calderón à emissora boliviana Unitel. Ele explicou que é o Ministério Público e não a polícia quem emite os mandados de prisão.
Calderón disse ainda que a "ordem foi emitida para os presidentes dos tribunais eleitorais departamentais e membros departamentais dos tribunais eleitorais".
Foto: Carlos Garcia Rawlins / Reuters