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Por PODER360 | 09 de Mar de 2018, 09h45
Ex-ministro Delfim Netto é alvo de nova fase da Lava Jato
Operação foi batizada de Buona Fortuna
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Ex-ministro Delfim Netto é alvo de nova fase da Lava Jato

Delfim Netto: na mira da Lava Jato

DOUGLAS RODRIGUES 
09.mar.2018 (sexta-feira) - 7h54
atualizado: 09.mar.2018 (sexta-feira) - 9h01

A Polícia Federal deflagrou na manhã de desta 6ª (9.mar.2018) a 49ª fase da Operação Lava Jato. Batizada de Buona Fortuna, a operação cumpre 9 mandados de busca e apreensão nos Estados do Paraná e São Paulo. As investigações apuram o pagamento de propina para políticos na construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

Segundo a PF, 1 dos focos da operação é o ex-ministro da fazenda na ditadura Antônio Delfim Netto. Ele é suspeito de receber parte de vantagens indevidas que seriam direcionadas ao MDB e ao PT. Delfim Netto teria atuado na estruturação do consórcio vencedor da licitação de Belo Monte, o Norte Energia.

De acordo com as investigações, as empresas teriam pago 10% da propina ao ex-ministro da fazenda e os outros 90% eram divididos entre o MDB e o PT. Já foram rastreados pagamentos em valores superiores a R$ 4 milhões de 1 total estimado em R$ 15 milhões, pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J. Malucelli.

No caso da Odebrecht, os pagamentos foram registrados no sistema de controle de propinas da empresa (“Drousys”), com o codinome “Professor”. As apurações demonstraram que não foi prestado nenhum serviço pelo ex-ministro às empreiteiras que efetuaram os pagamentos.

Ainda segundo a PF, o valor da propina era 1% do valor do contrato e seus aditivos.

Os mandados judiciais cumpridos nesta nesta 6ª (9.mar) foram expedidos pelo Juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR). Eis as cidades:

Curitiba (PR)

  • 4 Mandados de busca e apreensão

Guarujá (SP)

  • 1 Mandado de busca e apreensão

Jundiaí (SP)

  • 1 Mandado de busca e apreensão

São Paulo (SP)

  • 3 Mandados de busca e apreensão

AS INVESTIGAÇÕES

As investigações envolvendo o esquema de corrupção originaram-se de acordos de leniências firmadas pelo MPF (Ministério Público Federal) com as empresas Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa e seus executivos.

Os acordos foram homologados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em razão do envolvimento de pessoas com prerrogativa de foro. Assim, parte das investigações permanece em curso na PGR (Procuradoria-Geral da República), em Brasília. Para os investigados sem foro, a apuração dos fatos correm na 13ª Vara, como no caso de Delfim Netto.

Para a procuradora da República Jerusa Burmann Viecili, integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, “as provas indicam que o complexo esquema criminoso verificado no âmbito da Petrobras se expandiu pelo país e alcançou também a Eletrobrás, em especial nos negócios relativos à concessão e construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte”.

“Essa obra, além de ter ocasionado graves impactos sociais e ambientais na região que já haviam sido demonstrados pelo Ministério Público Federal, também redundou em elevados prejuízos econômicos para toda sociedade”,disse a procuradora.

 

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