
O que significa e qual a importância de um Ibovespa acima de 124 mil pontos?
O 16 de novembro ficará marcado como dia em que o Ibovespa atingiu a máxima histórica, chegando a 124.639,24 no fechamento do pregão. O que significa e qual a importância de um Ibovespa acima de 124 mil pontos?
O Ibovespa é o principal índice de ações do Brasil. Representa uma média ponderada de 90 ações - de um universo de mais de 400 ações - dos mais diversos setores. Estas ações correspondem por 80% de todo o volume transacionado na bolsa.
Esta carteira hipotética é reavaliada a cada quatro meses, sem grandes alterações. É mais compreensível para a maioria das pessoas índices que sejam expressos em percentuais, como o IPCA - índice de inflação.
A metodologia do Ibovespa vem evoluindo desde meados dos anos 1970 do século passado, mantendo na essência o sistema de pontos. Pensemos em 100 como um número de referência.
Qualquer valor abaixo representa uma queda no índice. Valores acima representam consequentemente uma elevação do índice. Para o mercado de ações, isso pode ser traduzido como movimentos maiores de venda, puxando os preços para baixo. Ou movimentos maiores de compra, puxando os preços para cima.
Há um ano o Ibovespa estava próximo dos 109 mil pontos. Se compararmos com o índice atual - 124.639,24 -, encontramos uma valorização anual de aproximadamente 14,3%.
Um alerta - esse crescimento não aconteceu de maneira uniforme com todas as ações. Algumas no período inclusive tiveram desvalorização, enquanto outras tiveram crescimento bem superior ao índice.
O cenário externo tem sido apontado como o principal motivo do crescimento do Ibovespa. O que devemos entender como cenário externo?
Em primeiro lugar e também o fator mais importante, a desaceleração da economia nos EUA. Como um dado supostamente ruim influencia positivamente a bolsa brasileira?
Um crescimento menor da economia americana terá como consequência uma pressão menor na inflação. Com menor inflação, é esperado uma política monetária mais “suave”, com taxas de juros menores.
A redução da taxa de juros nos EUA é o sinal para os investidores externos procurarem outros mercados com rentabilidades mais atrativas - caso do mercado de ações brasileiro.
Outro fator importante no cenário externo é a não propagação para o restante da economia mundial do conflito palestino-israelense. Um sintoma desta não propagação é a queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Internamente, há uma expectativa generalizada de que o ritmo de redução da taxa de juros se mantenha, chegando a um dígito em 2024 - algo próximo dos 9% ao ano.
Apesar das dúvidas, o governo sinalizou uma política fiscal mais rígida, mantendo o déficit zero para 2024, o que tem proporcionado uma queda nos juros futuros.
Uma breve análise de como os cenários externos e internos afetam no desempenho das ações: é importante observar para o que ocorre “dentro” do índice.
A queda na taxa de juros doméstica certamente aumentará o consumo, principalmente daqueles setores onde o crédito é importante.
Magazine Luiza e Casas Bahia tiveram crescimento de 24,43% e 11,54%, respectivamente, no pregão do dia 16 de novembro. Influenciadas pela queda do barril do petróleo no mercado internacional, as ações da Petrobras tiveram uma queda de -1,74%.
Por fim, a perspectiva de incentivos para a economia chinesa influenciou positivamente o setor siderúrgico e de mineração. Usiminas, CSN e Vale tiveram crescimento de 7,21%, 6,91% e 0,67¨%, respectivamente, no pregão de 16. A média é importante, mas o que importa são os detalhes.
Como fica o cenário futuro para o mercado de ações no Brasil? Algumas instituições importantes projetam um Ibovespa de 145 mil pontos em 2024.
Nunca é demais lembrar que chegamos aos 120 mil pontos somente em 2020. Quem sabe esses 120 mil pontos acabem virando coisa do passado.
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