Não é de hoje que as mulheres vem pleiteando cada vez mais espaços de poder em nossa sociedade. Com a política, não é diferente.

Mecanismos como a reserva de parte do fundo eleitoral para candidatura femininas buscam incentivar e dar condições para que as mulheres possam disputar, efetivamente, as eleições.

No entanto, como é comum no nosso país, toda boa ação é deturpada e o “sistema” sempre acha uma brecha para se perpetuar no poder. Isso porque grande parte das candidaturas femininas não é oriunda do protagonismo feminino, mas de extensões de velhos políticos.

Em Aracaju, tudo caminha, ao menos aparentemente, para que o pleito ao executivo municipal seja protagonizado por mulheres, o que seria um marco na história da nossa cidade.

No entanto, como está disposto no parágrafo acima, nem tudo são flores, já que parte dessas candidaturas, ou melhor, pré-candidaturas, não tem as mulheres como verdadeiras protagonistas.

No Partido dos Trabalhadores, existem duas prováveis candidatas: Eliane Aquino e Candisse Matos, ou melhor, Carvalho. O trocadilho não é à toa, já que ambas possuem notoriedade e conhecimento público por ocuparem o “cargo” de esposas, não pelo trabalho desempenhado.

Eliane ocupou seu primeiro cargo político no governo de Marcelo Déda, sendo eleita vice-prefeita e vice-governadora em campanhas que apelaram, ao máximo, para a memória do finado.

Já Candisse nunca ocupou um cargo político relevante, tendo sido assessora do próprio marido, assessora da bancada do PT no Senado e assessora da minoria no Senado, todos os espaços após Rogério Carvalho ter sido eleito senador. Coincidência?

E não para por aí. O União Brasil, partido capitaneado em Sergipe por André Moura, dá fortes indícios de que Yandra Moura, filha dele, poderá concorrer à Prefeitura de Aracaju.

Yandra tem apenas 29 anos, é advogada e, até ter sido eleita deputada federal com votação recorde, nunca havia disputado uma eleição ou ocupado um cargo público.

Vale lembrar que, em toda a campanha, ela utilizava o nome Yandra de André, já que toda a notoriedade política vinha do pai.

Mas, como diria Raul Seixas “não diga que a vitória está perdida”, já que mulheres realmente protagonistas de suas trajetórias políticas, como Emília Corrêa, Patriotas, e Danielle Garcia, Podemos, também podem disputar a Prefeitura de Aracaju.

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