
Maduro: prendeu opositores, fraudou eleições, mas ainda permanece um democrata
Não é de hoje, na verdade já faz um bom tempo, que os debates políticos deixaram de se ater a fatos. Os factoides vendem muito mais, principalmente em tempos líquidos como o que vivemos.
A guerra da Ucrania e a guerra de Israel são a prova viva disso. Ambos foram atacados, agredidos injustamente, mas são culpabilizados pelo ataque que sofreram.
A Ucrania, no justo receio de viver o que viveu outrora nos tempos de URSS, se alinha ao Ocidente. Já Israel nunca teve um período de paz, já que seus vizinhos não anseiam apenas por seu território, mas por sua aniquilação.
Mas não iremos abordar esse assunto, que já tem sido amplamente debatido e externado. O que quero debater hoje é sobre o malabarismo das narrativas. A exemplo do movimento LGBT, que sequer teria direito de existir no Oriente - entenda-se Rússia e países islâmicos -, mas que os defendem com unhas e dentes enquanto criticam o Ocidente malvado e opressor.
Às vezes digo isto com muita sinceridade, me pergunto quando o mundo se tornou tão louco assim. Sei que a coerência sempre se esquivou dos debates políticos, mas ser contraditório é demais.
A narrativa tem uma influência tão poderosa que faz com que ofensas aos direitos humanos, ditaduras, assassinatos e perseguições sejam justificáveis. Se imputássemos as atitudes de Putin, Xi Jinping, ou até de Maduro ao ex-presidente Bolsonaro, a realidade seria outra.
Vale lembrar que Bolsonaro está sendo acusado de tentar dar um golpe de estado baseado em um rascunho, com um desenho infantil, enquanto Maduro prendeu opositores, fraudou eleições, assassinou seu próprio povo, mas ainda permanece um democrata.
Para não me alongar, irei parafrasear o grande cantor e compositor Nando Reis, que disse, em sua canção “Relicário”: “O que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém reparou?”.
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